Mesmo sem a homologação de sua eleição, Maciel Júnior já faz propostas até em nome do COB

Alberto Maciel Cavalcanti Júnior, presidente da CBTKD, cuja eleição ainda não foi homologada pela Justiça

Eleito em assembleia que ainda está sub judice, Alberto Maciel Cavalcanti Júnior já assumiu controle total da CBTKD e assina toda espécie de documentos, em total desobediência ao que determinou a Justiça

Em conluio com Valdemir José de Medeiros e José da Mota Leal Filho, o presidente eleito em assembleia absolutamente ilícita e fundamentada em vícios, Alberto Maciel Cavalcanti Júnior, tomou posse da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) e descumpre abertamente o que foi estipulado pela Justiça.

A ousadia do dirigente amapaense parece não ter limite. Além de negociar a realização de competições e exames de faixa – conforme o ofício abaixo, destinado à Federação Gaúcha de Taekwondo –, ele já fala até mesmo em nome de Carlos Arthur Nuzman, o presidente do Comitê Olímpico do Brasil.

Responsáveis pelo calote gigantesco no aluguel do imóvel que abriga sede administrativa da entidade, na Barra da Tijuca, Maciel Júnior e Valdemir Medeiros usaram o Comitê Olímpico do Brasil e seu dirigente para ludibriar os locadores e ganhar prazo. A desfaçatez e irresponsabilidade de ambos é tão grande e inconsequente, que apresentaram a proposta por escrito.

Cansada de esperar e das falsas promessas, Laura Mangi, coproprietária do conjunto comercial que abrange as salas 601 a 604 do Edifício Ayrton Senna 1, no centro empresarial Dimension Office Park, na Barra da Tijuca, que abrigam a sede da CBTKD, decidiu tornar públicos os problemas que vem enfrentando desde que os atuais gestores assumiram o controle da entidade.

Maciel Júnior e Rivanaldo Freitas, presidente e vice-presidente eleitos

“Há mais de um ano a CBTKD não paga os aluguéis vencidos, o que gerou uma dívida gigantesca que, com juros e mora, totaliza hoje R$ 336.400,00. São mais de 200 metros quadrados de área coberta e mais 250 metros quadrados de área descoberta de um imóvel situado na Barra da Tijuca”, explicou a locatária.

Desconhecendo o fato de que a eleição de Maciel Júnior ainda não foi homologada pela juíza titular da 16ª Vara Civil do Rio de Janeiro, Laura Mangi participou de reunião com o pretenso dirigente da CBTKD.

“No dia 4 de maio participei de uma reunião com Alberto Maciel Cavalcante Júnior, que se apresentou como novo presidente da CBTKD, e Valdemir José de Medeiros, superintendente técnico da entidade. No encontro ouvi de ambos que Carlos Artur Nuzman, o presidente do Comitê Olímpico do Brasil, arcaria com o pagamento de R$ 100 mil reais e eles fariam o pagamento de mais cinco parcelas de R$ 4 mil. Disseram que este era todo o dinheiro que possuíam para quitar o débito conosco. Era pegar ou largar, e aceitei com a condição de que desocupariam e entregariam o conjunto impreterivelmente até 15 de junho. Tenho esta proposta por escrito, mas já estamos em 22 de junho, e tanto a CBTKD quanto o COB não fizeram o pagamento e o imóvel não foi desocupado”, disse a locadora.

Após numerosas tentativas de acordo amigável, os proprietários do imóvel ajuizaram ação de despejo em trâmite na 5ª Vara Cível Barra da Tijuca, que ainda está em fase de autuação. Em face das dificuldades financeiras enfrentadas, os locadores decidiram acelerar o processo.

“Soubemos que no dia 23 de junho a CBTKD promoverá um evento em Londrina, e já descobrimos que a receita deste evento não está sendo creditada na conta da entidade e sim na da federação estadual. Pretendemos bloquear as contas da CBTKD e nossos advogados entendem que o fato de estar utilizando a conta bancária de terceiros na realização de eventos nacionais comprova má-fé e expõe que não querem pagar-nos. Iremos acioná-los judicialmente, já que por diversas vezes aceitamos pagamentos parcelados e concedemos descontos. Mas infelizmente constatamos que a atual direção da CBTKD não possui boa-fé”, lamentou Laura Mangi. Avaliando a postura da gestão anterior, a locatária lamentou o despreparo de pessoas que deveriam fomentar a modalidade, não depreciar.

“Às vezes a gestão anterior atrasava uma ou duas parcelas, mas estava sempre quitando e não deixava a dívida acumular. Nos procurava, negociava e honrava o débito existente. Mas de um ano para cá só escutamos promessas que nunca são cumpridas. A última foi a de que o COB arcaria com quase todo o débito acumulado neste período”, disse.

Não satisfeitos com os transtornos e prejuízos causados aos locadores, funcionários da Confederação Brasileira de Taekwondo forjaram uma falsa denúncia à Polícia Federal, que resultou na ida da locadora para prestar esclarecimentos.

“Recentemente passei pelo grande constrangimento de ter de depor na Polícia Federal, porque alguém da CBTKD disse que Carlos Fernandes, o antigo presidente da confederação, vivia num imóvel de nossa propriedade e que parte do que estávamos cobrando era referente a este imóvel. Jamais alugamos qualquer imóvel residencial para alguma pessoa ligada à CBTKD. Usando de má-fé algum funcionário fez uma acusação mentirosa e isto causou enorme constrangimento. Cobramos da entidade apenas a locação das salas que a CBTKD ocupa, e praticamos um preço abaixo do mercado. Nossa conclusão é que estamos sendo lesados por pessoas desonestas e de má-fé”, finalizou Laura Mangi.

Ofício firmado por Maciel Júnior em 24 de maio