Nagayama confirma favoritismo e Brasil abre Mundial com quinto lugar no peso ligeiro

Nagayama (JPN) é campeão mundial! © Tamara Kulumbegashvili / FIJ

Campeonato Mundial de Judô 2025 começa com domínio técnico do Japão e Itália e o bom desempenho do jovem Michel Augusto.

Por Paulo Pinto / Global Sports
Curitiba, 13 de junho de 2025

A categoria ligeiro masculino (60kg) abriu os tatamis do Campeonato Mundial de Judô 2025 com o nível técnico que se espera de uma competição que reúne os melhores do planeta. Ainda que alguns nomes estivessem ausentes, a presença de atletas do topo do ranking garantiu disputas de altíssimo nível — e, como era de se prever, a final colocou frente a frente representantes de duas potências da modalidade: França e Japão.

Dessa vez, quem ergueu os braços ao fim do combate foi Ryuju Nagayama, do Japão. Com um judo explosivo e eficiente, ele confirmou o favoritismo e conquistou o título mundial com autoridade. Na decisão, superou o francês Valadier-Picard, que teve um caminho duro até a final e não conseguiu conter a pressão do japonês. Nagayama voltou ao topo do pódio em grande forma, reforçando o domínio técnico da escola japonesa na categoria.

Pódio masculino dos -60kg com Ryuju Nagayama (JPN) — campeão, Romain Valadier-Picard (FRA) — vice-campeão, Gema Kazirbyek (MGL) e Ayub Bliev (FIJ) — medalhistas de bronze © Emanuele Di Feliciantonio / FIJ

As medalhas de bronze ficaram com o mongol Yolk Kazirbyek, que venceu o brasileiro Michel Augusto, e com Ayub Bliev, atleta do time neutro da FIJ, que superou o húngaro Marton Andrasi diante da torcida local.

Brasil perto do pódio

A campanha brasileira teve destaque com Michel Augusto, de apenas 20 anos, que voltou a demonstrar personalidade e qualidade técnica diante de adversários experientes. Ele venceu suas três primeiras lutas com autoridade: estreou finalizando o armênio Ashik Andreyan, depois projetou com clareza o mongol Enkhtaivan e, nas quartas, passou pelo húngaro Andrasi, que havia eliminado o atual campeão mundial.

Scutto (ITA) ataca Abuzhakynova (KAZ) na final dos -48 kg © Tamara Kulumbegashvili / FIJ

A vitória sobre o anfitrião levou Michel à semifinal contra Ryuju Nagayama — o mesmo que o havia eliminado nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Desta vez, o combate foi equilibrado, e o japonês conseguiu pontuar nos minutos finais. Michel seguiu para a disputa de bronze, mas acabou superado nas punições (3-1) pelo mongol Kazirbyek, fechando o dia com um expressivo quinto lugar — sua melhor campanha em Mundiais.

Com conquistas recentes no circuito internacional, como a prata no Grand Slam de Baku, o bronze no GP da Áustria e o ouro no Pan-Oceania, Michel consolida-se como uma das grandes promessas do judô brasileiro rumo ao ciclo olímpico de Los Angeles 2028.

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Assunta Scutto fecha ciclo com ouro e Brasil tem estreia difícil com Natasha Ferreira

Italiana confirma protagonismo na categoria até -48kg, enquanto brasileira é eliminada na estreia após confronto equilibrado

A categoria ligeiro feminino (48kg) inaugurou no tatami mundial com um enredo conhecido: Assunta Scutto, da Itália, mais uma vez entre as melhores do planeta. Depois de conquistar duas medalhas de bronze e uma prata nas últimas três edições do Campeonato Mundial, a jovem judoca enfim completou sua coleção com o ouro em Budapeste — uma consagração rara e histórica para uma atleta que segue em ascensão.

Pódio feminino dos -48kg com Assunta Scutto (ITA) — campeã, Abiba Abuzhakynova (KAZ) — vice-campeã, Laura Martinez Abelenda (ESP) e Wakana Koga (JPN) — medalhistas de bronze © Emanuele Di Feliciantonio / FIJ

Na decisão, Scutto enfrentou Abiba Abuzhakynova, do Cazaquistão, em uma luta travada até os segundos finais. Com domínio técnico e frieza nos momentos decisivos, a italiana conseguiu encaixar uma projeção (o-uchi-gari) e garantiu sua quarta medalha mundial consecutiva — desta vez, no lugar mais alto do pódio. A conquista reforça o novo momento da Itália no judô feminino internacional, que tem emergido como potência real, especialmente nas categorias mais leves.

O bronze ficou com a japonesa Wakana Koga, bicampeã mundial que se recuperou de uma campanha irregular e superou a francesa Shirine Boukli, medalhista olímpica. A outra medalha foi para a espanhola Laura Martinez Abelenda, que enfim subiu ao pódio mundial após anos de tentativas.

Brasil fora da segunda rodada

A única representante brasileira da categoria, Natasha Ferreira, enfrentou a sul-coreana Kyeongha Lee logo na estreia. A luta foi equilibrada, estendendo-se até o golden score, mas terminou com vitória da asiática após um contra-ataque bem executado. Com o resultado, Natasha se despediu precocemente da competição.

Apesar do revés, a jovem brasileira ainda integra a nova geração do judô nacional e segue em processo de consolidação internacional. A delegação brasileira volta aos tatamis neste sábado (14) com Jéssica Pereira (-52kg) e Ronald Lima (-66kg), ambos em busca de uma vaga nas fases finais da competição.

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