Nelson Leme diz que a luta no CONFEF continua e anuncia bandeiras da oposição

Conselheiros fazem a contagem dos votos

Fortalecido pela expressiva votação nas eleições de 15 de dezembro, grupo continua coeso e disposto a defender a valorização dos profissionais de Educação Física

Gestão
20 de dezembro de 2020
Por Paulo Pinto
Curitiba (PR)

Concluído o processo eleitoral que conduziu Cláudio Augusto Boschi, representante da situação, à presidência do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF), o líder do movimento Pela Voz de Todos, Nelson Leme da Silva Junior, promete continuar “lutando contra uma máquina de 22 anos e suas manobras”. Em documento, o candidato oposicionista agradeceu os 308 votos recebidos e destacou que “o recado das urnas é retumbante”.

Ernani Contursi e André Fernandes

Leme, que preside o Conselho Regional de Educação Física de São Paulo, enumerou as bandeiras que a oposição considera “irrenunciáveis”: estatuto mais justo e abrangente, voto direto, realização de eleições eletrônicas e redução do valor da anuidade e do repasse ao CONFEF. Veja a seguir a íntegra do documento.

Parte dos conselheiros eleitos para realizar a conferência dos votos

Gratidão

Quando lançamos o movimento de renovação do CONFEF sabíamos que não seria fácil lutar contra os interesses do poder, sobretudo em uma instituição tão personificada, quase usucapida pelo seu dirigente maior.

Enfrentamos todos os tipos de adversidades, críticas e segregação, afinal, como alguém poderia ousar afrontar a realeza?

Como bem disse o sábio pensador Alan Basílio: Quem luta contra qualquer sistema opressor ou ditador não é rebelde é libertador. Lutamos o bom combate, levamos propostas concretas para a profissão.

Almir Gruhn, Humberto Panzetti, Márcio Moreira e André Fernandes

Apenas oito votos nos separaram de construir uma nova história da educação física.

Sabíamos que as eleições indiretas não estavam a serviço da democracia e sim aos interesses dos grupos dominantes. O escritor inglês Aldous Leonard Huxley bem exprime nossos sentimentos em relação as eleições indiretas em sua célebre frase: A ditadura perfeita terá a aparência da democracia, uma prisão sem muros na qual os prisioneiros não sonharão sequer com a fuga. Um sistema de escravatura onde, graças ao consumo e ao divertimento, os escravos terão amor à sua escravidão.

Irineu Furtado, Emilio César Macuco e Patrick Novaes Aguiar

Ousamos, 1% do total dos votos válidos nos separou da eleição da chapa, mas, foi libertador perceber que nosso sonho é comungado pela maioria dos Profissionais de Educação Física, oprimidos por um estatuto servo aos interesses do poder ditatorial, que veda nosso direito de voz e voto.

Triste foi perceber que os Profissionais de Educação Física, incluindo os membros de nossa chapa, não são bem-vindos à sua casa, são tratados como porcos pelos reis e seus serviçais, servidores pagos com o suor de nossa anuidade. Lamentável que Profissionais de Educação Física interessados em acompanhar o processo de votação e apuração foram convidados a se retirar, como se algo secreto estivesse acontecendo.

Dirigentes e conselheiros aguardam o início da contagem dos votos

Encerrado o pleito, ainda que nossos sonhos por uma nova Educação Física tenham sido adiados, somos vencedores! Passados vinte e dois anos da regulamentação da educação física, só agora conseguimos alternar o poder. Não fosse a coragem de nossa chapa de se opor ao continuísmo, ao monopólio do poder, certamente o pleito estaria fadado a uma única chapa perpetuando o projeto de poder do atual dirigente.

Dirigentes na plenária eletiva

Quero agradecer aos 308 eleitores e aos milhares de Profissionais de Educação Física que ajudaram a compor nossas propostas, confiaram e acreditaram em mudanças. O recado das urnas é retumbante, mesmo sem qualquer apoio financeiro, lutando contra uma máquina de 22 anos e suas manobras, o resultado revela que a profissão clama por renovação. Aos traidores, continuem amando sua escravidão, afinal, dignidade não deveria estar precificada na prateleira.

Antônio Eduardo Branco e Carlos Alberto Simino

Os 1% dos votos que nos separaram de construir uma nova história, revela a ruína de uma gestão desastrosa, que pouco se importou com o Profissional de Educação Física, que manobra constantemente para garantir a continuidade do poder. A vitória de pirro exigirá esforços na reconstrução das relações, que passa por ouvir os clamores da categoria.

Cláudio Augusto Boschi observa a contagem dos votos

Embora o resultado da eleição revele uma divisão na profissão e alguns até questionem a legitimidade dos eleitos, não é tempo de insuflar a discórdia. Quero desejar sucesso aos eleitos que certamente saberão compreender os recados da urna.

José Edgar Meurer, presidente do CREF2/RS

É momento de união, afinal, nossa profissão passa por desafios jamais vistos. Nem mesmo a regulamentação da profissão exigiu o esforço que o futuro nos exigirá. Nosso grupo continua coeso, certo da necessidade de renovar a Educação Física, sem, contudo, deixar de apoiar as medidas indispensáveis para o fortalecimento da categoria.

Cláudio Boschi, André Fernandes e Nelson Leme conversam após a votação

Nossa principal bandeira continuará sendo ouvir o Profissional de Educação Física. Continuamos nossa luta, por um estatuto mais justo e abrangente, pelo voto direto, pela realização de eleições eletrônicas, pela redução do valor da anuidade e pela redução do valor de repasse ao CONFEF. Essas bandeiras são irrenunciáveis, lutaremos até o fim por esses valores que representam a voz de todos os Profissionais de Educação Física.

Membros das chapas 1 e 2 aguardam a contagem dos votos

Estaremos vigilantes, atentos e incansáveis nos próximos anos, pois os 308 votos representam milhares de Profissionais.

Ao final apenas uma palavra pode expressar o carinho que recebemos: Gratidão!

A gratidão não é somente a maior das virtudes, mas a origem de todas as outras.”

          Cícero (106-43 a.C.)

Feliz Natal e um 2021 com muita saúde e prosperidade para todos os Profissionais de Educação Física!

Nelson Leme da Silva Junior
Pela Voz de Todos

Cláudio Boschi, Nelson Leme, Patrick Novaes Aguiar e Ângelo Vargas