No Cazaquistão, Brasil fecha último Grand Slam de judô com duas pratas e fica na 12ª colocação

Andrea Berti, a técnica seleção feminina acompanha a entrada de Rafaela Silva no shiai-jô © Tamara Kulumbegalashvili / IJF

Na sexta-feira, a paulista Larissa Pimenta (52kg) e a carioca Rafaela Silva (57kg) conquistaram medalhas de prata.

Fonte CBJ
14 de maio de 2024 / Curitiba (PR)

O judô brasileiro encerrou, neste domingo (12), sua participação no Grand Slam de Astana, no Cazaquistão, o último antes dos Jogos Olímpicos. Na sexta, Larissa Pimenta (52kg) e Rafaela Silva (57kg) conquistaram medalhas de prata e, no sábado, 11, Nauana Silva (63kg) caiu na disputa de bronze e terminou em quinto lugar, melhores resultados do Brasil na competição.

Buscando o top 8 do ranking olímpico, a judoca do Esporte Clube Pinheiros venceu três adversárias, todas nas punições, nas eliminatórias para chegar à final. Primeiro, passou pela russa Alesia Kuznetsova e avançou às quartas-de-final, onde bateu Maria Siderot, de Portugal. Na semifinal, Larissa Pimenta dominou a espanhola Ayumi Leiva Sanchez e, na tática, venceu forçando três punições.

A final foi contra uma velha conhecida, a israelense Gefen Primo. As duas já tinham lutado quatro vezes em outras competições, com retrospecto favorável a Primo. Pimenta veio para o combate com boa estratégia e conseguiu alguns bons ataques nos primeiros minutos. Mas, a israelense encontrou o caminho da sua melhor pegada e projetou a brasileira para, em seguida, imobilizá-la até o ippon e ficar com o ouro.

A israelense Primo Gefen e Larissa Pimenta disputam a final do meio-leve © Tamara Kulumbegalashvili/IJF

Com os 700 pontos da medalha de prata, Pimenta deve subir uma posição no ranking, chegando ao 9º lugar e ficando a apenas uma posição da cabeça de chave olímpica (top 8). Ela lutará o Mundial na próxima semana e ainda pode pontuar mais.

Rafaela fora do mundial

Para a campeã olímpica do Rio 2016, Rafaela Silva, o Grand Slam de Astana representou o último grande teste antes dos Jogos Olímpicos. Ela optou por lutar o Grand Slam e não o Mundial, que ficou muito próximo dos Jogos, objetivo principal da atleta que é atual número 5 do mundo no ranking olímpico com descartes.

A caminhada da judoca do Clube de Regatas Flamengo começou com vitória nas punições sobre Fidan Alizada, do Azerbaijão. Nas oitavas, projetou e encaixou a imobilização em Tihea Topolovec, da Croácia, para avançar às quartas, onde, novamente, imobilizou Shukurjon Aminova, do Uzbequistão, até o ippon.

Rafaela Silva e a canadense Christa Deguchi fizeram a final do peso leve © Tamara Kulumbegalashvili / IJF

A semifinal foi contra a vice-campeã olímpica em Tóquio 2020, Sarah Leonie Cysique, número 3 do mundo, que estará em Paris representando a seleção anfitriã. No combate, Rafa conseguiu impor sua estratégia, forçou duas punições e contragolpeou Cysique, anotando um wazari no golden score que a garantiu na final.

A final marcou o reencontro de Rafaela com Christa Deguchi, sua adversária na final do Pan há duas semanas, no Rio. O roteiro da luta foi parecido, mas o final foi diferente. Se em casa Rafaela levou a melhor nas punições, em Astana foi Deguchi quem ficou com o ouro. A arbitragem puniu ambas atletas com dois shidos por “evitar pegada” em menos de um minuto de combate e logo puniu Rafaela por falta de combatividade após uma entrada de Deguchi.

“Foi minha última competição antes dos Jogos Olímpicos. Acabei ficando com a medalha de prata, não consegui o ouro hoje, mas estou satisfeita porque as coisas que venho trabalhando no treino estão dando certo e encaixando. Gosto de chegar em uma competição assim, onde eu tenho uma derrota e fico ‘mordida’, querendo uma vitória da próxima vez. Acho que meu objetivo foi concluído e agora vou trabalhar bastante para representar o Brasil da melhor forma possível”, projetou Rafaela.

O pódio do peso meio-leve © Tamara Kulumbegalashvili/IJF

Neste domingo, último dia de combates, o país foi representado por três judocas, que não avançaram em suas chaves e ficaram longe do pódio.

O melhor desempenho do dia foi da peso-pesado Giovanna Santos, que bateu a cazaque Aida Toishibekova, por ippon, na primeira luta, mas parou na vice-campeã olímpica, Romane Dicko, da França, nas oitavas-de-final. Dicko fechou o dia com a medalha de ouro.

No masculino, os dois pesos médios brasileiros que lutaram neste domingo perderam na primeira luta. Rafael Macedo (90kg), já garantido em Paris, buscava pontos para melhorar sua 12ª posição no ranking olímpico e entrar no top 8 para ser cabeça de chave nos Jogos, mas o objetivo não foi alcançado. Ele perdeu para o mongol Altanbagana Gantulga, que não está classificado para Paris, nas punições. Macedo luta o Mundial de Abu Dhabi, na semana que vem, de olho nesses pontos.

O pódio do peso leve © Tamara Kulumbegalashvili/IJF

Já Marcelo Gomes (90kg), que também está fora do ranqueamento olímpico, caiu para o russo Yahor Varapayeu, número 59 do mundo, por ippon, na primeira luta. Varapayeu terminou o Grand Slam com a medalha de ouro

O próximo e último compromisso da seleção brasileira de judô antes de Paris será o Campeonato Mundial de Abu Dhabi, que começa no dia 19 de maio e vai até 24, distribuindo até 2.000 pontos na classificação olímpica. O Brasil já tem judocas confirmados em 10 categorias e busca classificar mais quatro para ir à Paris com time completo. Essa será a missão de Natasha Ferreira (48kg), Amanda Lima (48kg), Ketleyn Quadros (63kg), Nauana Silva (63kg), Ellen Froner (70kg), Luana Carvalho (70kg) e Michel Augusto (60kg) em Abu Dhabi.

Convocados e programação do Mundial Abu Dhabi 2024.

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