No quintal de casa, Lúcia Araújo busca medalha e retorno à liderança do ranking

Em Tóquio, Lúcia Araújo vence a disputa de bronze no osae-komi © Takuma Matsushita / CPB

Judoca paulista é uma das maiores vencedoras da história da modalidade e terá pela frente rivais contra as quais ainda não lutou em 2022

Fonte Comunicação CBDV
28 de junho de 2022 / São Paulo (SP)

O Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, palco do IBSA Grand Prix de São Paulo, é praticamente o quintal da casa da paulistana Lúcia Araújo, uma das judocas mais vitoriosas da história. Aos 41 anos e em plena forma física e técnica, ela estará em ação no sábado para buscar ampliar sua vasta coleção de medalhas e, de quebra, voltar à liderança do ranking mundial.

“Estou bem animada para a competição, feliz em fazer parte mais uma vez da delegação brasileira e pela competição ser no nosso berço, que é o CT Paralímpico. Teremos novas adversárias de países que não foram para as outras competições. Estou pronta para o combate!”, garante a atleta que ostenta, entre outras conquistas no currículo, três medalhas em Jogos Paralímpicos (bronze em Tóquio 2020, prata na Rio 2016 e em Londres 2012), duas em Mundiais (bronze em Colorado Springs 2014 e prata em Antalya 2010), além do bicampeonato nos Jogos Parapan-Americanos (Lima 2019 e Toronto 2015).

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A chave da brasileira, que compete na categoria J2 (percepção de vulto ou definição de imagem) até 57kg, conta com três atletas inscritas: além de Lúcia, estão a argentina Laura González e a cazaque Dayana Fedossova. Nenhuma delas a enfrentou nesta temporada, apesar de Laura ser uma velha conhecida – foram rivais na final do Parapan de Lima, por exemplo. Já Dayana esteve na última etapa do Grand Prix, em Nur-Sultan, no Cazaquistão, mas caiu do outro lado da chave e parou na semifinal para a turca Zeynep Celik, algoz de Lúcia na decisão pelo ouro. Celik, que lidera o ranking mundial à frente justamente da brasileira, não virá para São Paulo, abrindo caminho para que a paulistana faça festa dupla em casa.

“Espero que a galera compareça e a gente tenha o diferencial da torcida. Tenho certeza de que vamos ouvir várias vezes o Hino Nacional. Serão muitos pódios brasileiros”, conta a judoca, que nasceu com baixa visão devido a uma toxoplasmose congênita.

Novatas ansiosas por representar o Brasil

O país terá outras duas atletas no até 57kg competindo, mas pela categoria J1 (cego total): Larissa Silva, de 22 anos, e Benilce Araújo, de 41. Ambas passaram a ser convocadas para a seleção este ano, após as mudanças nas regras da modalidade.

No pódio, Lúcia Araújo recebe a medalha de bronze dos Jogos de Tóquio © Takuma Matsushita / CPB

A paraense Larissa teve Síndrome de Stevens-Johnson (doença rara e grave da pele e das membranas mucosas) aos cinco anos. Começou no judô paralímpico aos 12, por indicação. Chegou a passar pela seleção de jovens e, nesta temporada, virou presença constante nas convocações. No Cazaquistão, conquistou o bronze – ela não esteve na primeira etapa, na Turquia. Ocupa a quinta colocação do ranking mundial: “Minha expectativa é subir no lugar mais alto do pódio e representar bem o Brasil”.

Bem mais experiente, a mato-grossense Benilce disputará a primeira competição internacional pela seleção. “Não consigo nem dizer o quanto estou feliz e agradecida pela oportunidade. É algo que não esperava que fosse acontecer mais”, explica a atleta, que chegou a ser tricampeã brasileira de goalball antes de ingressar no judô, em 2009. “O sonho de qualquer atleta é servir à Seleção. E aqui em casa, então, é maravilhoso! Não sei se isto me deixará mais nervosa ou não, porque nunca participei de uma competição internacional. O que sei é que a entrega será total”, garante a atleta, que nasceu com glaucoma congênito.

Sobre o Grand Prix

A terceira etapa do circuito da IBSA reunirá nove dos 16 atuais líderes do ranking mundial do judô paralímpico, sendo seis brasileiros: Arthur Silva (J1 até 90 kg), Wilians Araújo (J1 acima de 90 kg), Thiego Marques (J2 até 60 kg), Rosicleide Andrade (J1 até 48 kg), Brenda Freitas (J1 até 70 kg) e Rebeca Silva (J2 acima de 70 kg). A paulista Alana Maldonado, que lidera o ranking até 70 kg J2, não poderá participar. O Brasil foi campeão no geral das duas etapas anteriores, na Turquia e no Cazaquistão.

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Confira a programação sujeita a alterações

Dia 1/7 (sexta-feira)
19:30 – sorteio das chaves

Dia 2/7 (sábado)
09:30 – Cerimônia de Abertura
10:00 às 12:00 – preliminares (48 kg, 57 kg, 60 kg e 73 kg)
15:00 às 17:00 – finais (48 kg, 57 kg, 60 kg e 73 kg)
17:30 – Cerimônia de Premiações

Dia 3/7 (domingo)
10:00 às 12:00 – preliminares (-70 kg, +70 kg, -90 kg, +90 kg)
15:00 às 17:00 – finais (-70 kg, +70 kg, -90 kg, +90 kg)
17:30 – Cerimônia de Premiações

Patrocínio

A Loterias Caixa é a patrocinadora oficial do judô paralímpico brasileiro.

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