Número de árbitros credenciados ativos comprova pujança do judô do Estado de São Paulo

Dirigentes, coordenadores, examinadores e candidatos em Itapecerica da Serra

Em 2019, a operação da arbitragem da Federação Paulista de Judô totalizou 963 árbitros atuando nas 16 delegacias regionais

Gestão Esportiva
27 de março de 2020
Por PAULO PINTO I Fotos BUDÔPRESS
Curitiba – PR

No início de 2019 tivemos a oportunidade de acompanhar o trabalho desenvolvido pela coordenação de arbitragem da Federação Paulista de Judô nas 16 delegacias regionais. Esta operação complexa começa com os módulos regionais que se realizam a partir de fevereiro e se estende por toda a temporada por meio dos seminários e cursos específicos que antecedem os exames anuais.

Os professores kodanshas e árbitros FIJ A Marilaine Ferranti, Edison Minakawa e Takeshi Yokoti

Revelando a dinâmica de uma gestão que se reinventa a cada temporada, fundamentada no protagonismo de seus coordenadores de área, a arbitragem paulista é comandada pelo experiente professor kodansha e árbitro FIJ A Takeshi Yokoti, que começou lembrando que a inovação é uma das principais características da administração da FPJudô.

“É importante lembrar que a arbitragem paulista tem crescido progressivamente nas últimas décadas, graças ao excelente trabalho dos professores Dante Kanayama e Edison Minakawa, ex-coordenadores estaduais de arbitragem que nos antecederam. Lembro também que para vencer este grande desafio eu conto com o importante apoio de Marilaine Ferranti, coordenadora adjunta.” Yokoti detalhou em seguida como se desenvolve o trabalho nas DRJs.

Dirigentes e árbitros posam para foto histórica na comemoração do cinquentenário do Torneio Beneméritos de Judô do Brasil em 2018

“Este ano conseguirmos realizar os módulos de arbitragem em cada uma das 16 delegacias e regionais e na sequência, o seminário estadual de arbitragem em São Bernardo do Campo, que se restringiu aos árbitros nacionais e aos que estão acima desta classificação.”

O dirigente explicou que os módulos regionais são oficinas de formação que também oferecem atualização para os árbitros já credenciados. Todos os 963 árbitros credenciados na FPJudô nesta temporada atuaram em nível regional e estadual, em eventos amistosos e em certames oficiais.

Francisco de Carvalho Filho, presidente da FPJudô e Edison Minakawa, gestor de arbitragem da CBJ durante o exame para árbitros nacionais realizado no Campeonato Paulista por Faixas

“Quando a Marilaine e eu começamos na arbitragem não existia a estrutura de gestão que temos atualmente na federação. Estas mudanças foram introduzidas nas duas últimas décadas pelos senseis Kanayama e Minakawa. Hoje, o processo em si contempla todos e é muito mais democrático. Todo e qualquer faixa-preta das 16 delegacias regionais que aspire trilhar o caminho da arbitragem é tratado da mesma maneira”, afirmou o dirigente.

Marilaine Ferranti explicou como funciona a estrutura hierárquica da arbitragem e como é feito o processo de classificação e promoção dos quase mil árbitros que compõem as dez categorias de graduação da arbitragem.

“Promovemos exames para árbitros regionais nas próprias delegacias e para árbitros estaduais, no Campeonato Paulista Aspirante. O exame nacional para árbitro nacional de 2019 realizou-se no Campeonato Brasileiro Aspirante, em Natal (RN). Mas, devido ao grande contingente de árbitros que atuam em São Paulo, somos o único Estado que realiza exames para árbitro nacional. A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) envia o professor Minakawa, gestor nacional de arbitragem, para supervisionar e comandar toda a ação em São Paulo. É muito mais racional trazer a equipe da CBJ para São Paulo que levar 100 árbitros paulistas para uma competição nacional”, explicou Marilaine.

Sidnei Paris, o delegado da 8ª DRJ Oeste e Alessandro Puglia com os árbitros que atuaram no paulista sub 21 de 2019 em Hortolândia

Takeshi Yokoti descreveu a área de atuação de cada categoria da arbitragem nos certames oficiais da temporada.

“O árbitro regional atua apenas em sua região. Já o estadual atua na fase inter-regional e nos eventos estaduais sub 9, sub 11, sub 13, sub 15 e no Campeonato Paulista Aspirantes. Para arbitrar nas competições sub 18, sub 21 e sênior o árbitro precisa ter no mínimo a classificação nacional. Já para atuar numa seletiva nacional é preciso possuir a classificação nacional A”, detalhou o coordenador de árbitros paulista.

O dirigente estadual lembra que, para chegar ao topo da arbitragem mundial, o árbitro precisa estudar muito as regras, praticar à exaustão, ter comprometimento com a arbitragem em sua delegacia regional e procurar estar sempre em atividade voluntariamente e não somente quando é convocado.

Ao lado do professor kodansha Joaquim Teruo Nakamura e Raul de Melo Senra Bisneto, delegado da 4ª DRL Alta Paulista, Marilaine Ferranti detalha aspectos das novas regras da FIJ para 2019. Somente o módulo de arbitragem desta delegacia reuniu cerca de 50 participantes

“Para chegar a FIJ A me inspirei em grandes árbitros brasileiros: professores Shigueto Yamazaki, Dante Kanayama e Edison Minakawa. Busquei sempre seguir o caminho percorrido por eles. Na época em que cada um deles atuou, foram as maiores referências da arbitragem do Brasil e obtiveram destaque internacional”, disse.

Avaliando a importância da coordenadora adjunta de arbitragem, Yokoti lembrou que a própria Federação Internacional de Judô (FIJ) incentiva e fomenta a atuação feminina nos tatamis.

“Quando jovens pertencíamos a 8ª DRJ Oeste, competíamos juntos e posteriormente partimos para a área da arbitragem na mesma época. Já estamos atuando juntos há décadas e também fomos alçados à coordenação de arbitragem simultaneamente pelo professor Minakawa. A Bia é uma excelente pessoa. É extremamente comprometida com a coordenação e tem aquela visão feminina que dá um toque especial na gestão, agregando muita qualidade ao nosso trabalho”, enfatizou o dirigente.

Alessandro Puglia, Takeshi Yokoti, Edison Minakawa e Francisco de Carvalho na posse do atual coordenador de arbitragem da FPJudô

“Ela foi a primeira árbitra FIJ A do Brasil e até a presente data é a única árbitra com esta classificação em nosso País. Hoje ela é uma grande referência na arbitragem para as novas árbitras de São Paulo e do Brasil. Tenho muito orgulho em tê-la como amiga e colega do shiai-jô.”

O professor Takeshi Yokoti concluiu lembrando que, além de ser um sacerdócio, ser árbitro de judô é uma enorme paixão.

“Indubitavelmente, a arbitragem é uma paixão. Você tem de ter o dom e realmente gostar muito. No início trabalhamos quase voluntariamente. Recebemos um pró-labore que nos ajuda, mas nem sempre cobre as despesas que temos. Na verdade, é preciso gostar muito e ser apaixonado pelo que faz. Arbitrar é muita paixão. Sem contar a adrenalina que existe em finais ou em grandes combates, quando todos nós somos postos à prova perante os árbitros mais experientes”, explicou Yokoti.

A FPJudô reuni mais de 90 árbitros em uma única competição e existem fins de semana que três ou quatro delegacias regionais realizam eventos simultaneamente

ÁRBITROS ATIVOS EM 2019

FIJ A   4
FIJ B   11
FIJ C   28
ASPIRANTE FIJ   28
NACIONAL A   59
NACIONAL B   49
NACIONAL C   78
ESTADUAL   156
REGIONAL   253
ASPIRANTE REG.   297
TOTAL   963

Quarta colocada no mundial de kata, tricampeã pan-Americana de kata, tricampeã paulista de nage-no-kata e katame-no-kata, bicampeã brasileira de katame-no-kata e campeã dos Jogos Abertos do interior, Gabriela Fernandes da Costa é árbitra Nacional C e membro da nova geração da árbitros do Brasil

RESUMO

INTERNACIONAL 43
NACIONAL 214
ESTADUAL 156
REGIONAL 253
ASPIRANTE REG. 297
TOTAL 963

Parte dos árbitros que atuaram no Campeonato Paulista Open Aspirante de 2019