29 de dezembro de 2024
O judô é judô e sempre continuará sendo judô
Após encerrarem suas carreiras como árbitros FIJ A, Raul Camacho e André Mariano atuaram como supervisores no Campeonato Mundial Veteranos 2024, dando continuidade à missão de garantir uma arbitragem justa, consistente e alinhada aos padrões do circuito mundial.
Fonte Nicolas Messner / IJF
28 de dezembro de 2024 / Curitiba, PR
Os ex-árbitros FIJ A Raul Camacho Perez (Espanha) e André Mariano dos Santos (Brasil) participaram do Campeonato Mundial de Veteranos 2024, realizado em Las Vegas, nos Estados Unidos, agora em uma nova função. Após brilharem como árbitros, foram nomeados supervisores e compartilharam suas impressões sobre essa nova missão e o evento.
Para o espanhol Raul Camacho, o Mundial de Veteranos é equivalente às demais competições realizadas pela Federação Internacional de Judô (FIJ).
“Para ser bem honesto, não vejo muita diferença entre este evento e os que estamos acostumados a acompanhar no circuito mundial. Claro, o ritmo é outro, e existem diferenças técnicas e táticas. O aspecto físico dos atletas não é totalmente equivalente, mas, no final, estamos presenciando um campeonato mundial belíssimo, com total dedicação dos competidores. Eles estão aqui para dar o melhor de si, e isso é algo admirável”, explica Raul.
O brasileiro André Mariano concorda com o colega e complementa: “É um campeonato mundial. Seja para veteranos ou não, isso não muda o essencial. O importante é que somos profissionais e garantimos a todos esses judocas o mesmo rigor que aplicamos nas demais competições do World Judô Tour.”
Raul acrescenta: “Arbitrei esse mesmo campeonato há alguns anos e percebo que o nível claramente melhorou. Nas categorias M1, por exemplo, o nível dos judocas não está tão distante do circuito internacional. Ainda há muitos que encaram o judô como hobby, mas também vemos ex-atletas de alto nível e outros que treinam e competem com bastante intensidade.”
Sobre a arbitragem, Mariano destaca: “Estamos vendo uma nova geração de árbitros surgindo, e isso é excelente. Um evento como este é uma grande oportunidade para ganhar experiência. Nosso trabalho como supervisores é garantir que o nível de arbitragem seja consistente, que as regras sejam respeitadas e que todos os participantes tenham justiça em suas lutas.”
Raul, por sua vez, reflete sobre sua nova função: “Estou realmente gostando de ser supervisor aqui, embora meu coração ainda esteja nos tatamis. Faz pouco tempo que deixei de arbitrar diretamente, e este é um papel muito diferente. Quando estamos nos tatamis, precisamos reagir e tomar decisões imediatamente. Já na mesa, temos mais tempo e podemos usar o vídeo, mas a responsabilidade é maior, porque o resultado final depende de nossas decisões.”
Mariano conclui com uma reflexão simples e poderosa: “O que realmente importa aqui em Las Vegas é que o judô é judô e sempre será judô.”