15 de novembro de 2024
O multiplicador de judocas que saiu da casa dos homens de preto para os tatamis
A história do projeto criado dentro do batalhão do Bope de Cuiabá (MT), que hoje atende cerca de 350 crianças e não para de crescer
Judô Mato-grossense
1º de junho de 2020
Por JOELMA PONTES I Fotos NÍCOLAS SOLANO e LUCAS DIEGO
Cuiabá – MT
Adalberto Corrêa Junior, 46 anos, é o mais novo professor kodansha do Estado de Mato Grosso. O judoca mato-grossense integrante do grupo de elite da Polícia Militar de Mato Grosso é subtenente do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e desenvolveu sua carreira profissional ao longo de mais de 26 anos de trabalhos prestados à segurança pública. Foi no judô que aprendeu as técnicas mais importantes de defesa pessoal civil e policial, assiduamente aplicadas nos cursos ministrados para centenas de operadores da segurança pública, oficiais e praças.
A experiência e as técnicas acumuladas no judô abriram as portas do mundo para quem não imaginava chegar ao patamar que hoje atingiu. Além de haver conquistado a faixa preta de judô, há pelo menos 30 anos Corrêa Junior é paraquedista policial, mergulhador, negociador de reféns e instrutor em várias áreas no curso de operações policiais especiais. Também superou a fase considerada mais difícil do Bope: ser caveira! Obstáculo superado por este militar ao tornar-se o Caveira 29.
Mas, o começo não foi nada fácil. O menino dedicado aos estudos, de poucas palavras e observador conheceu o judô ainda pequeno. Aos 4 anos de idade, em 1979, acompanhado por seu pai, o advogado Adalberto Corrêa, conheceu o responsável por proporcionar grandes oportunidades dentro e fora dos tatamis: sensei Pedro Luiz Sinohara, professor da extinta Associação de Judô Kodokan, da capital mato-grossense.
Sensei Adalberto lembra dessa fase com brilho nos olhos e relata com orgulho sua rotina de dividir o horário de aula e os puxados treinos na academia de judô. Saudoso, recorda: “Eu ia à escola, e na sequência já corria rumo ao dojô. Por muitos anos fiz o trajeto escola-dojô. E, alguns anos depois, minha irmã Maria Edna e meus dois irmãos Flávio e Fábio tornaram-se parte desse contexto. Querido Sinohara, além de mestre de judô, era um segundo pai. Sempre nos orientou sobre o caminho correto, os bons exemplos, as consequências do consumo de bebidas alcoólicas, o respeito para com os pais, o amor à família. Verificava nossas notas escolares e condutas com nossos companheiros de treino”.
Ao longo dos anos, houve grande evolução na vida do garoto que sequer imaginava que no futuro conquistaria um dos mais altos graus do judô: o roku-dan (6º dan).
“No judô conheci minha amada esposa Iza Karol, que sempre me apoiou nesses 23 anos, estando diuturnamente ao meu lado”, diz Adalberto, que considera um marco toda a experiência vivida na academia Kodokan. Para ele, os ensinamentos seguidos à risca contribuíram expressivamente para que chegasse ao ápice da modalidade esportiva. E não era apenas Sinohara que o incentivava, havia, ainda, uma tropa de excelentes judocas que fizeram toda diferença, como Moriu Kinjo, Ulrich Grabert, Gilmar Gracioso, Francisco Borja, Sinval Ribeiro, Carlos Fett, Gabriel Felsky, Ossamu Narita, Helder da Mota, Sérgio Kihara Vladimir da Motta, Vlamir Felsky, Bleise Feslsky e Alessandro Marcondes Alves.
“Os treinos eram muito duros. O tatami de palha forrado de lona verde nos machucava e a disciplina era cobrada ao máximo. Conquistamos vários campeonatos estaduais e nacionais. Recordo-me sempre do sensei Sinohara dizendo que não adiantava ser campeão, se não fosse uma pessoa correta e digna. Sábias palavras que ficarão guardadas eternamente”, observa Adalberto.
Faixa preta e eterno aprendiz
Em 1990 Adalberto graduou-se faixa preta sho-dan. “Costumo dizer que o faixa-preta é um faixa-branca que não desistiu, neste longo caminho de aprendizado e aperfeiçoamento físico, mental e espiritual que o judô nos impõe”, considera. Os contatos começaram. Viagens, oportunidades, disputas constantes em vários Estados e no exterior. Essa somatória de intercâmbios, contatos e conhecimentos foram importantes para o seu aprendizado, assim resultando o desenvolvimento no judô.
“O judô nos proporciona irmandade universal e costumeiramente fui muito bem recebido por onde passei. O espírito é um só. Somos assim, eternos faixas-brancas, sempre nos baseando na humildade, lealdade, disciplina e coragem”, observa o judoca mato-grossense, ao lembrar de amigos e parceiros considerados importantes em seu processo de graduação e pós-graduação no judô. Entre eles, cita senseis João Rocha, Reinaldo Pedro e Amadeu Júnior, do Mato Grosso do Sul; sensei Takeshi Miura, do Distrito Federal; sensei Lhofei Shiozawa, de Goiás; senseis Massao Shinohara, Chiaki Ishii, Hatiro Ogawa, Uichiro Umakakeba, Odair Borges, Mário Tsutsui e Floriano Almeida, de São Paulo; senseis De Luca, Georges Mehdi, Chuno Mesquita e Geraldo Bernardes, do Rio de Janeiro, e outros que, embora não tenham sido mencionados fazem parte dessa história.
Seis anos depois, em 1996, as técnicas aprendidas no judô foram elementos essenciais para preparar os oficiais da PM/MT, equipe do curso de formação comandado pelo coronel Zuzi Alves. Nessa época, os treinos eram realizados na raça e sem dojô. Treinava-se por duas horas ininterruptas, antes do início das aulas para os cadetes, logo cedo às 4 horas da manhã, na grama mesmo. Entretanto, as dificuldades só contribuíram para o bom desempenho obtido nas Olimpíadas da Polícia.
No ano seguinte, em 1997, então sob o comando do coronel Celso Benedito Pinheiro, os cadetes participaram novamente dos Jogos Nacionais das Academias das Polícias e Corpos de Bombeiro Militar, com resultados ainda melhores e o judô foi inserido como técnica de defesa pessoal em nova disciplina nos cursos de formação de oficiais.
“Foi uma satisfação enorme, pois ainda não tínhamos uma estrutura adequada, mas foi devido a essas conquistas que logramos apoio dos oficiais para superar as dificuldades e construir o primeiro espaço condigno, onde até os dias de hoje nossos colegas policiais cotidianamente praticam”, recorda.
Posteriormente, o judô foi integrado à Companhia de Operações Especiais (COE), a convite do comandante na época, o capitão Gilson Farid, e do tenente Zaqueu. Logo após o seu ingresso na PM/MT, Adalberto foi selecionado para compor a Companhia de Operações Especiais (COE). Nesse período, usava os treinos para transmitir aos policiais os ensinamentos do shihan Jigoro Kano, os princípios do judô Kodokan: sei-ryoku-zen-yo (o melhor uso da energia) e o jita-kyoei (prosperidade e benefícios mútuos). Transcorridos todos estes anos, o trabalho mostra-se profícuo e consolida-se cada vez mais.
2010 o ano das grandes transformações
O ano de 2010 é considerado mais que especial, pois foi quando, em 5 de outubro, criou-se o projeto social sem fins lucrativos Judô Bope – Ação, Cidadania e Educação, voltado a crianças e adolescentes de 4 a 18 anos, com intuito de transmitir valores da doutrina, educação, integração, respeito, disciplina e lealdade. A proposta teve como um dos idealizadores o subtenente e sensei, Adalberto Corrêa Junior.
Mas não foi fácil manter o projeto, que não possuía recursos próprios. Ao longo dos anos, recebeu apoio do comandante da época e atual comandante geral da PM/MT, coronel Jonildo José de Assis; do tenente-coronel Ronaldo Roque da Silva, atual comandante do Bope; e do tenente-coronel Marcos Ticianel Paccola, além de outros oficiais e policiais. No início, as aulas eram ministradas no campo de futebol dessa unidade. Com o passar do tempo, o projeto ganhou a simpatia de apoiadores, que acreditaram no Judô Bope e investiram na reforma dos tatamis e possibilitaram a inauguração do primeiro dojô.
No começo, ainda sem voluntários, Adalberto contava com o apoio do seu irmão Flávio Corrêa, também faixa preta, que o ajudava a ministrar as aulas. “Eram cinco alunos, sem judogi (kimono), numa área de 5×5 metros de raspa de pneu, coberta com uma lona vermelha. Esse material foi doado pelo amigo Pedro Sano, que havia fechado seu dojô de aikidô e ofereceu este suporte ao projeto. Com o passar do tempo o número de alunos cresceu e vários amigos de treino foram chegando e ajudando nas aulas”, lembra Adalberto.
“Minha gratidão eterna aos senseis Gustavo Oliveira, Vladis Felsky, Gilmar Gracioso, Sinval Ribeiro, Hélcio Corrêa, Rogério Silva, Marcos Medeiros, Rodrigo Fishdick, Helber Moura, Cristian Caseli, Leopoldo Rafael, sensei Fenelon Muller e ao atleta da seleção brasileira David Moura que, sempre que solicitado, apoiou o treino das crianças, além de Fernando Moimaz, presidente da Federação Mato-Grossense de Judô (FMTJ) que, como um irmão mais velho, está sempre nos ajudando”, considera Corrêa Junior.
Existia um motivo para insistir nas aulas: avançar na estrutura física e poder proporcionar mais conforto aos poucos alunos que frequentavam o batalhão semanalmente. Além disso, a ideia sempre foi transmitir o conceito de que o judô representa doutrina e educação. Com o tempo, o tatami já não comportava mais judocas, o espaço tornou-se minúsculo perto da demanda que o Judô Bope recebia. As aulas gratuitas, no projeto que sempre deu preferência às crianças e adolescentes de bairros periféricos, expandiram-se de tal forma que foi necessário ampliar o espaço. Entretanto, até que ficasse pronto, os treinos ocorriam a céu aberto.
“Não era possível comportar mais alunos, e solicitamos o pavilhão todo, pedido prontamente atendido pelo comandante do Bope na época, o tenente-coronel Januário Edwiges Batista. Desta forma, outra vez ampliamos o dojô e os treinos passaram a ocorrer numa área de 19×15 metros”, lembra sensei Adalberto.
Contudo, para que essa estrutura saísse do papel, foi preciso contar com a ajuda dos parceiros dr. Sérgio Dorileo e Luiz Buzzeti, que ajudaram até mesmo na aquisição de uma lona nova – um custo bem elevado, diga-se de passagem. Assim, foi possível receber novos alunos. Os anos se passaram e mais uma vez foi necessário ampliar o dojô, pois a procura pela modalidade esportiva só aumentava.
Adalberto destaca a presença e o apoio imprescindíveis da Federação Mato-Grossense de Judô (FMTJ), pois os tatamis têm um custo considerável e não havia recursos para esse tipo de investimento. Desta forma, a FMTJ entrou em cena de maneira decisiva e o Judô Bope ganhou novos tatamis. Depois dessa troca, outro problema surgiu: goteiras, muitas goteiras. Quando chovia, os quase 250 alunos se apertavam no tatami, impedindo que as aulas fossem ministradas confortavelmente e com a necessária segurança.
E, mais uma vez, a equipe estava lá, em poucas pessoas, mas reunidas com o objetivo de melhorar cada vez mais o cenário que aos poucos se transformava numa grande estrutura. O grupo de voluntários aceitou o desafio e ajudou erguer o segundo dojô. E, com a ajuda do comandante José Nildo Silva, fez-se o levantamento financeiro para não deixar as centenas de crianças e adolescentes que, disciplinadas, mantinham a rotina de treinos, três vezes por semana, com quase duas horas sem interrupção.
“Quando plantamos boas sementes, não importa o tempo, colheremos bons frutos. Assim, mais uma vez, multiplicaram-se os judocas, chegando a 340 o número de matriculados e federados. Dois dojôs já não comportavam todos”, conta o sensei Adalberto. “Então, como um pai que acolhe todos os filhos, fui atrás da construção do terceiro dojô. Como sempre, não estava sozinho. Com a ajuda do comandante do Bope, tenente-coronel Ronaldo Roque, um dos fundadores do projeto, conseguimos ajuda por meio do Tribunal de Justiça (TJMT), fato que se concretizou no dia 5 de fevereiro de 2019.
Uma década de superação
Dez anos se passaram e o Judô Bope continua proporcionado o melhor para os seus alunos, mantendo a reverência ao grande mestre, professor Jigoro Kano. “Procuro seguir à risca toda a disciplina e o ensinamento deixados por ele. Acrescentando, claro, tudo que aprendi com o meu eterno sensei professor Pedro Sinohara. Graças a Deus, o Grande Arquiteto do Universo, e a ele, venho tentado transmitir a esta plêiade considerável de alunos o melhor do judô Kodokan. Hoje, ver diversos alunos nossos levando a sério os estudos, ingressando na faculdade em cursos como medicina, direito, educação física, pedagogia, engenharia e muitas outras áreas, me trazem enorme alegria e confortam. O sentimento é de gratidão a todos aqueles que me acompanharam nesses 42 anos de judô”, descreve Adalberto.
Atualmente, o Judô Bope atende 340 alunos e segue com o mesmo intuito, oferecendo aulas gratuitas, pensando apenas na evolução do ser humano e, por meio dessa prática, ainda promover a inclusão social, acreditando que o judô é instrumento de doutrina e educação que transforma para sempre a vida de quem o pratica. “A cada desafio corresponde uma resposta, a nossa é educar.”
Os primeiros faixas-pretas do Projeto Judô Bope
Nesses dez anos, também surgiram os primeiros faixas-pretas. “Isso me enche de orgulho e sensação de dever cumprido. Em 2019, fiz meus primeiros sho-dans, e isso não tem preço. Olhar para trás e relembrar tudo o que vivenciei e vivenciamos é gratificante, pois nasceram voluntários dessa ação social. Desejo que eles sigam essa mesma filosofia de vida e repassem seus conhecimentos e se tornem verdadeiros multiplicadores de gente do bem. Essa corrente precisa continuar”, pontua, ao lembrar dos seus faixas-pretas: Luís Gustavo F. da Silva, Gabriel Feslky, Natassya Felsky, Marcelo Rodrigo Abreu, Salmen Kamal Ghazale, Leonardo Marin e Clóvis Albuquerque.
Professor kodansha roku-dan (6º dan)
Adalberto acumula quatro décadas de dedicação ao judô e segundo ele, a grande vontade era conquistar a tão sonhada faixa preta, mas o que ele não esperava é que esse patamar ficaria no passado, pois, agora, é reconhecido e consagrado como professor kodansha, alcançando o ápice da modalidade na cultura oriental. “Satisfação e honra de poder alcançar a graduação de kodansha. Concluí a minha pós-graduação no judô e para mim isto aumenta a responsabilidade, estudo, dedicação e continuidade desse caminho”, comemora o mais novo mestre.
O kodansha, para quem desconhece, é um título de alta graduação específico do judô, criado pelo Instituto Kodokan de Tóquio. É outorgado àqueles que se empenharam no aprendizado, na difusão da modalidade, na prática contínua, na demonstração da sua eficiência técnica em competição e na sua devida dedicação, no ensino, no estudo e na pesquisa do judô.
Parcerias
Após nove anos, o Judô Bope firmou sua primeira parceria. Com contrato assinado com a Unimed Cuiabá, agora pode-se dizer que o projeto ganhou um fôlego, quando o assunto é organizar e custear toda a logística relacionada aos campeonatos regionais e nacionais realizados durante o ano.
O patrocínio esportivo faz parte da história do Sistema Unimed, neste caso, o judô. “Essa parceria foi muito importante e aconteceu em um momento muito especial, pois nossos alunos têm conquistado lugar de destaque nas competições, mostrando, na prática, o que se aprende dentro do dojô. Eles levam os treinos muito a sério. À Unimed, o nosso muito obrigado por acreditar em nossos mais de 300 judocas e possibilitar a inclusão social”, comemora Adalberto.
Além da Unimed, o Judô Bope recebe contribuição esporádica das empresas Buzzetti Pneus, 5/5 e Espaço Laser Grupo Avenida.
A parceria estende-se à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), por meio do professor Carlos Alexandre Fett, pós-doutor em nutrição esportiva em atletas de alto rendimento e fundador do Núcleo de Aptidão Física, Informática, Metabolismo, Esporte e Saúde (Nafimes). “O apoio do professor Fett tem contribuído de forma considerável para a boa performance dos nossos atletas”, reconhece Adalberto.
“Minha gratidão e respeito a cada colaborador, voluntário, patrocinador, que mesmo de forma esporádica nos tem reservado apoio. Todos são importantes e sem os nossos apoiadores não chegaremos a lugar algum”, observa o sensei.
Apoio da primeira dama de MT
Virgínia Mendes, primeira-dama de Mato Grosso, esposa do governador Mauro Mendes (DEM), foi recebida pelos alunos e voluntários do Judô Bope, em 2019. Encantada com o que viu e agora conhecedora do que se aplica aos judocas, não mediu esforços para ajudar o projeto, que completará dez anos de fundação em 5 de outubro de 2020.
Em suas redes sociais, ela faz questão de reconhecer e enaltecer o trabalho voluntário que tem proporcionado a prática do judô de forma gratuita aos alunos, que tem, ainda, a missão de resgatar valores e princípios. E vem novidade por aí. Contaremos na próxima edição da Revista Budô. Aguardem!
Reconhecimento
Adalberto, o mais novo professor kodansha, reconhece que sem o apoio dos senseis Fernando Moimaz, Pedro Luiz Sinohara, Vladis Felsky, Gustavo Moreira de Oliveira, Carlos Fett, Gilmar Gracioso, Wilen Benedito, Lorena Antoneli, Flávio Alberto Corrêa, Francisnil Corrêa, Marcelo Abreu, Leonardo Marin, Rogério Silva, Rolker Gracie, Marcos Medeiros, Breno Ângelo Leopoldo Rafael, Patrícia Galilei, Telma Kirchesch, Ricardo Couto Salmen Kamal, Francisco Júnior, Francisco José Fernandes (mestre Chicão), Ubiratã Nascentes Alves, Alessandro Marcondes, Cristian Caseli e dos médicos dr. Sérgio Dorileo, Marcelo Bunlai, Ygor Moura, Miguel Aprelino e dos amigos de farda, nada do que se construiu nesses dez anos existiria, tão pouco a sua pós-graduação.
“Finalmente, agradeço aos que direta e indiretamente, nos ajudaram e seguem colaborando no projeto Judô Bope. Todos, sem exceção, são peças primordiais para o nosso sucesso e construção de bons cidadãos. O meu reconhecimento especial aos meus alunos, razão maior da minha dedicação diária, no empenho para tentar oferecer o melhor e, continuar seguindo o caminho suave que é uma longa estrada sem fim. Nossa missão só acabará, quando não fizermos mais parte desse mundo.
Homenagem oficial
Fernando Moimaz, presidente da Federação Mato-Grossense de Judô (FMTJ), falou sobre a importância de um projeto que hoje atende quase 350 crianças e jovens e já está formando faixas-pretas.
“O Judô Bope é uma iniciativa vencedora e de extrema importância para o judô de Mato Grosso. Acompanho o projeto desde a sua fundação, e sempre colaborei com ele, como pessoa, como empresário e principalmente como dirigente. Tenho a obrigação de apoiar este projeto, assim como os demais que temos no interior do Estado.”
“A FMTJ sempre fez a parte dela, doando judogis, tatamis e outros itens necessários à prática, quando nos foram solicitados. Não há apenas o apoio da Federação Mato-Grossense de Judô como entidade, mas empresarial também. O sensei Adalberto e os professores Gustavo Moreira de Oliveira, vice-presidente da FMTJ, e Helber de Moura, todos recém-promovidos pela FMTJ, desenvolvem um trabalho de fundamental importância para o desenvolvimento da modalidade em nosso Estado”, disse.
O dirigente lembrou que conhece Adalberto desde a infância. “Conheço o professor Adalberto Corrêa Junior de criança, mas foi na década de 1990 que tive uma integração maior com ele, porque em 1981-82 fui estudar em São Paulo. Voltei para Cuiabá apenas em 1987, e realmente o Adalberto foi uma pessoa muito dedicada ao que faz; ele veste a camisa. Vemos isso por ele fazer parte da banca de graduação da FMTJ, um judoca muito técnico, dedicado, que estuda muito. Gostaria de prestar homenagem a ele e aos outros que estão sendo promovidos a kodansha: senseis Adalberto, Gustavo de Oliveira e Helber de Moura. A federação fica muito engrandecida com isso e só cresce; os três são parceiros de muitos anos e fico feliz por ver o fruto do trabalho desenvolvido por eles.”
Fernando Moimaz conta que o judô de Mato Grosso cresceu muito, graças a muitos senseis e outros presidentes que ofereceram sua parcela de contribuição ao longo dos anos. Mas o judô teve um salto gigante do ano 2000 até agora, algo que o surpreendeu. “Quando assumi, deleguei poder aos professores do interior, e com isso o judô mato-grossense cresceu muito, inclusive com projetos sociais.”
O presidente da FMTJ citou o trabalho “espetacular” de professores como Clebinho, em Campo Verde, Rainho Primavera e Fábio Sorriso. “Em Juína, tivemos o protagonismo do falecido professor Edson e muitos outros”, prosseguiu. “Hoje 71 municípios participam diretamente de projetos sociais e o Judô Bope é um dos que se destacaram muito. Sensei Adalberto, conhecido na polícia como Caveira 29, é um cara bacana, amigo pessoal, parceiro no judô de muitos anos. Desejo sucesso para ele e para o projeto.”