“O que aconteceu com o karatê após Tóquio acontecerá com muitos esportes”

Campeã olímpica Sandra Sánchez: “O que aconteceu com o karatê vai acontecer com muitos esportes” © Harry How/Getty Images

A karateca espanhola Sandra Sánchez, campeã olímpica em Tóquio 2020, reivindica critérios claros sobre a participação para que as federações possam trabalhar para cumpri-los.

Por Rafael Khalatyan / Inside the games
28 de dezembro de 2023 / Curitiba (PR)

Campeã olímpica de kata em Tóquio 2020, a karateca espanhola Sandra Sánchez não está feliz com a exclusão do seu esporte dos Jogos Olímpicos após Tóquio 2020.

“Fico triste porque não existem critérios transparentes sobre as razões da exclusão. O que aconteceu com o karatê vai acontecer com muitos esportes que saem ou entram sem explicações claras. Se os critérios forem definidos concretamente, sejam quais forem – econômicos, esportivos etc. –, poderemos lutar para cumpri-los”.

“Precisamos estabelecer algo que seja quantificável e calculável, entender por que os esportes são incluídos ou não, para que as federações possam trabalhar para alcançá-lo”, disse Sandra Sánchez à Relevo Press.

No entanto, ela tem certeza de que, embora o karatê não tenha sido incluído na programação dos Jogos de Paris, a experiência de Tóquio 2020 mostrou resultados positivos e deixou uma mensagem esperança para as futuras gerações.

Sandra Sánchez comemora após vencer a final do kata individual feminino de Tóquio 2020 © Harry How/Getty Images

 “Acho que a vivência em Tóquio abriu muitas portas. Embora excluídos dos jogos, tivemos a oportunidade de conseguir visibilidade, patrocínios, e mostrar à próxima geração que ela pode lutar para estar lá”, insistiu Sánchez.

Sandra ainda sonha em vivenciar algo que deixou de experimentar em Tóquio por causa do período de pandemia. “Se há algo que tenho na cabeça é que adoraria poder sentir realmente os jogos por dentro e poder estar na Vila Olímpica. Porque quando eu estive em Tóquio eram os jogos mais estranhos do mundo em função de todas as restrições existentes.”

“Estávamos na Vila Olímpica sob muita pressão, medo e insegurança. Se íamos ao refeitório, era rapidamente e não queríamos conhecer ninguém. Não havia aquele clima de confraternização, de conhecer os atletas de todos os lugares e de qualquer modalidade esportiva. Tenho aquela pequena vontade de um dia poder estar na cerimônia de abertura, da qual não tive oportunidade de participar”, concluiu Sánchez.

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