22 de dezembro de 2024
Obtenção de recursos por meio da Lei de Incentivo ao Esporte estimula os dirigentes estaduais
Com estatutos adequados à lei de incentivo e a orientação do marketing da CBJ na elaboração e execução de projetos de captação, as federações estaduais apostam na obtenção de recursos e na excelência da gestão em 2018.
Gestão Esportiva
02/10/2017
Por PAULO PINTO I Fotos BUDOPRESS/CPJ
Curitiba – PR
Depois do encontro dos presidentes realizado no Centro Pan-Americano de Judô, em Lauro de Freitas (BA), os presidentes de federações estaduais que reconheceram a necessidade de adequar os estatutos à legislação federal de incentivos não poderiam estar mais satisfeitos. Ao atender ao chamado do presidente Sílvio Acácio Borges, os dirigentes qualificaram suas entidades a ampliar as possibilidades de obter recursos essenciais para a realização de eventos com padrão internacional e a formação de atletas.
Mais do que isso: receberam da equipe de marketing da CBJ, sob o comando de Maurício Carlos dos Santos, capacitação para elaborar projetos de captação de incentivos, podendo estreitar parcerias com organismos governamentais ligados ao esporte. Tudo isso ficou muito claro nos depoimentos prestados pelos dirigentes estaduais.
Para Nédio Henrique Pereira, presidente da Federação Mineira de Judô, somente com uma gestão transparente, organizada e com bons projetos é possível captar os recursos públicos indispensáveis para a prática do esporte nos Estados. Por isso ele apoia totalmente a iniciativa da CBJ de estimular as federações a atualizarem seus estatutos e capacitá-las para desenvolver projetos e obter os benefícios estabelecidos em lei.
“Essa medida inédita tem grande profundidade, haja vista que não há mais outro meio de sobreviver sem este cuidado administrativo. Em poucos meses de gestão, já conseguimos promover em Minas Gerais uma alteração estatutária, o que não ocorria desde 2005, e nos alinhamos com o que há de mais moderno no judô nacional”, avaliou o dirigente.
Nédio acredita que as federações têm todas as condições de captar recursos e, uma vez aprovados os projetos, conseguir cotas de patrocínio até maiores em seus Estados. E devem fazer disso um hábito, não só com relação à legislação federal, mas também quanto às leis estaduais de incentivo ao esporte. “Só temos a agradecer à CBJ, e estamos com esperança de um futuro muito melhor para o judô nacional”, concluiu o dirigente mineiro.
“Eu sempre escutava que a CBJ tinha dinheiro e as federações não tinham. Acontece que a CBJ construiu expertise em captação ao longo dos anos, na gestão do professor Paulo Wanderley com o Maurício Carlos dos Santos no comando do marketing”, explicou Jucinei Gonçalves da Costa, presidente da Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro.
Para o dirigente fluminense, hoje a federação vive a expectativa de alcançar o mesmo resultado que a CBJ teve, de começar a captar verbas para crescer. “Essa ação de apoio é muito importante porque as entidades estaduais são muito pequenas e têm dificuldade de sobreviver. Com a equipe que possuo não conseguiria fazer a montagem de um projeto tão complexo.”
Na situação atual do País, Jucinei não sabe se as propostas serão aprovadas, mas confia na capacidade da CBJ. E prevê que na nova configuração as federações poderão produzir um trabalho de mais qualidade, com a expectativa de aportes para movimentar ações e ideias que já existem, mas dependem de dinheiro para se concretizarem.
Adjailson Fernandes Coutinho, presidente da Federação Paraibana de Judô, lembrou que a possibilidade de captar recursos via leis de incentivo era um sonho antigo dos dirigentes estaduais. “A gestão de Paulo Wanderley deixou-nos um legado de eficiência, consolidação e visibilidade do judô. Mas o Brasil apresenta realidades diferentes em cada região. Agora, as ações desenvolvidas pelo presidente Sílvio Acácio contribuirão para o crescimento e fortalecimento da modalidade nos Estados”, disse.
O dirigente paraibano está convicto de que se criaram as condições necessárias para que todos os gestores do judô possam minimizar desigualdades regionais. Além disso, o projeto da CBJ substitui o conceito de gestão amadora por um trabalho profissional “que se traduz na excelência, na eficiência e no crescimento, resolvendo o problema crônico da falta de recursos para o fomento do judô nos Estados”.
Fernando Moimaz, presidente da Federação Mato-grossense de Judô, destacou o ineditismo da ação da CBJ ao ampliar o apoio às federações em parceria com o governo federal. Ele elogiou o novo formato dos estatutos, abertos à participação dos atletas, e mostrou-se otimista quanto à captação de recursos via leis de incentivo. “É uma novidade para a gente, principalmente para nós, que estamos iniciando esta caminhada. Espero que dê tudo certo e aposto nisso.”
“A capacitação das federações é essencial para dar continuidade à evolução do judô brasileiro”, afirmou o presidente da Federação Baiana de Judô, Marcelo França Ornellas. “O profissionalismo deve ser uma busca incessante para nós, gestores, principalmente por representar uma modalidade que hoje é referência dentro e fora das competições.”
Na avaliação de Ornellas, a proposta de captar recursos pela LIE evidencia a intenção da CBJ de fomentar o crescimento das federações estaduais, possibilitando o progresso financeiro e a autonomia necessária para se organizarem para o novo modelo de gestão esportiva.
“A escassez de recursos sempre foi um entrave para o desenvolvimento da gestão da FEBAJU”, acrescentou Ornellas. “Mesmo com uma boa quantidade de clubes filiados e de inscrições em eventos e cursos, a receita não era capaz de propiciar maiores investimentos ao judô baiano. Com a possibilidade de aumento da receita, planejamos ampliar e qualificar a equipe de trabalho, professores e atletas, além de ativar projetos engavetados. Seguramente, podemos afirmar que a FEBAJU dará um grande passo a caminho da excelência em gestão.”
Com a capacitação proporcionada pela CBJ, as federações ficam em condições de igualdade na elaboração de projetos de alta qualidade técnica, acredita Antonio Luiz Milhazes Filho, presidente da Federação Alagoana de Judô. Ele espera que a troca de experiências e informações entre os Estados resulte em alta probabilidade de aprovação das propostas.
“Particularmente, considero os recursos incentivados uma realidade fundamental no desenvolvimento das entidades estaduais e a Lei de Incentivo ao Esporte, pela sua abrangência, será um grande marco no judô de Alagoas, promovendo uma inclusão social mais justa”, detalhou Milhazes.
César Augusto Paschoal, presidente da Federação de Judô do Mato Grosso do Sul, destacou não só a possibilidade de captação de recursos, mas, principalmente, o aprendizado de como operar a burocracia da legislação brasileira.
“Qualquer leigo que tentasse caminhar no mundo da captação de recursos por meio da LIE abandonava o projeto, pois havia o risco de perder todo o trabalho por conta da burocracia e da falta de investidores. O gestor amador não sabe sequer abordar um empresário para convencê-lo a investir no esporte e mostrar as vantagens que a empresa e o Brasil teriam”, opinou Paschoal.
O dirigente mencionou ainda a nova gestão da CBJ e a continuidade proporcionada por Silvio Acácio, que favoreceu o desenvolvimento das entidades estaduais ao ceder sua equipe para auxiliá-las. “As federações que se aproveitarem desta nova situação certamente ganharão muito em profissionalismo da gestão esportiva, tanto no lado estrutural quanto na capacitação técnica de seus comandados, sejam dirigentes sejam técnicos, atletas ou árbitros e demais colaboradores.”
Na opinião de Luiz Gonzaga Filho, presidente da Federação Metropolitana de Judô (DF), ao mostrar para as entidades estaduais que elas são capazes de desenvolver qualquer ação, cada uma com suas particularidades, a CBJ as está encorajando e mostrando um caminho.
“Não nos deu o peixe, mas deu o kit pesca e nos ensinou a pescar. Não sei se vou conseguir, diante de tantas injustiças sofridas pelo esporte, principalmente as pequenas federações sem padrinho. Por isso essa luz que a CBJ acendeu para os Estados foi de suma importância”, justificou Gonzaga.
Antonio Jovenildo da Silva Viana, presidente da Federação Amapaense de Judô, reconhece que a CBJ é referência em gestão esportiva há muito tempo, mas poucas entidades estaduais conseguiam executar projetos via LIE. Ele espera que agora, com a capacitação e suporte da CBJ, as federações possam atuar no nível que a modalidade requer.
“Nossa entidade realiza um calendário extenso, com eventos todos os meses”, relatou, “e sem parceiros e ainda com poucos clubes e atletas fica difícil manter o padrão CBJ. Com projetos aprovados e recursos captados via LIE, poderemos tranquilamente realizar eventos de qualidade, atraindo mais parceiros e praticantes.”
“Além de as federações estarem com sua documentação em dia e atualizada dentro do que a lei exige, a ação da MCS, empresa de marketing que atende a CBJ abriu novo horizonte para as federações, que a partir de 2018 têm a possibilidade de conseguir verba para oferecer eventos melhores e cursos de capacitação”, calcula Luiz Iwashita, presidente da Federação Paranaense de Judô.
Para ele foi uma iniciativa extremamente significativa e importante da CBJ e da equipe de marketing, levando a maioria das federações a se comprometer com a atualização de seus estatutos. “Acho que tudo isso envolve o crescimento da modalidade. Foi e realmente será um divisor de águas no cenário do judô.”
Moisés Gonzaga Penso, presidente da Federação Catarinense de Judô entende que a ação da CBJ visa a dar mais independência às entidades estaduais e que vai contribuir para a melhora dos eventos e a qualificação dos atletas. “Além disso”, ponderou, “teremos, como gestores, mais possibilidades de administrar.”
Moisés espera que novos aportes financeiros representem maior facilidade para administrar e planejar, já que atualmente as federações têm muitas dificuldades para conseguir os recursos necessários.
O presidente da Federação Paulista de Judô, Alessandro Puglia, considera o fato mais importante a adequação das federações às exigências legais. Mas também tem grande expectativa quanto à captação de recursos. “Hoje em dia as federações e clubes têm orçamentos bem reduzidos”, admitiu.
Como gestor, ele acredita que haverá uma ampliação do mercado de eventos dentro do judô, com melhor governança e transparência e mais qualidade. “Nós tratamos todos os eventos com excelência, mas, quando vem um auxílio a mais, a tendência é sempre melhorar para que o próprio público do judô se sinta satisfeito com o crescimento da entidade.”
Grandioso foi o adjetivo usado pelo presidente da Federação Paraense de Judô, Alcindo Rabelo Campos, para classificar o apoio da CBJ. “Agradecemos imensamente o trabalho que eles vêm realizando. Nós, particularmente, estamos com problemas financeiros gravíssimos, mas com o novo projeto nossos professores estão motivados e alegres. A iniciativa do presidente Sílvio Acácio vai melhorar muito nosso trabalho”, afirmou.
José Caldeira Cardoso Neto, presidente da Federação Cearense de Judô contou que a ajuda para pleitear recursos provenientes de incentivos era só o que faltava à sua entidade. “Muitos tinham vontade e iniciativa, mas faltava aquele empurrãozinho. Então, toda a equipe do marketing da CBJ, por intermédio do Maurício Carlos dos Santos, nos deu um suporte muito bom, cuidou de todos os detalhes desde o início. Acredito que, quando conseguirmos aprovar os projetos, vamos dar um grande salto de qualidade e profissionalismo”, previu.
O dirigente do Ceará acredita que com a profissionalização virão a melhoria e a capacitação, haverá exigência maior das pessoas envolvidas no trabalho e a possibilidade de fazer eventos cada vez melhores. “Isso vai atrair mais mídia e, consequentemente, mais patrocínios, que não alcançávamos antes por não ter um nível diferenciado. Tenho certeza de que a iniciativa partiu do professor Sílvio Acácio, pelo fato de ele ter vivenciado essa dificuldade quando presidiu a federação catarinense”, completou.
Mais um passo no apoio às federações
Das 27 entidades estaduais filiadas à Confederação Brasileira de Judô, 14 atenderam ao chamamento feito pelo presidente Sílvio Acácio Borges, e os Estados que hoje estão dentro daquilo que é exigido pelo Ministério do Esporte são: Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Bahia, Alagoas, Paraíba, Pará e Amapá.
O presidente Sílvio Acácio esclareceu que esta iniciativa da CBJ teve o objetivo de fomentar o judô na base e mostrou-se satisfeito com o resultado: “Mais da metade das federações abraçaram o projeto e promoveram a atualização estatutária, medida de fundamental importância para que a modalidade atenda ao que exige a legislação”.
Por sua vez, Maurício Carlos dos Santos, diretor executivo da MCS Sports, empresa de marketing da CBJ, lembrou que a ação atual faz parte do Programa de Apoio às Federações, iniciado na gestão de Paulo Wanderley Teixeira. Foi assim que a CBJ proporcionou capacitação dos profissionais, forneceu equipamentos e abriu o sistema Zempo às entidades estaduais.
“Agora, dentro desta nova realidade do esporte, era muito importante que os Estados pudessem desenvolver-se”, explicou. “Era uma demanda antiga das federações usar a expertise de marketing da confederação para gerar projetos e captar seus próprios recursos.”
Para Maurício, trata-se de um novo desafio, mas ele tem certeza de que de conseguirão executar este trabalho a contento. “A gestão dos projetos dentro dos Estados, de forma a gerar recursos internamente, vai ser de grande importância na manutenção do crescimento do judô nacional.”