18 de novembro de 2024
Oswaldo Simões enfatiza o pensamento solidário e fraterno dos japoneses no processo de desenvolvimento do judô no Brasil
Por meio das redes sociais, o professor kodansha reverencia e agradece aos grandes mestres do judô o aprendizado, conceitos e valores que passaram às várias gerações de judocas brasileiros
Kansha
9 de março de 2019
Por ISABELA LEMOS I Fotos BUDÔPRESS
Curitiba – PR
Num gesto de gratidão pelos ensinamentos recebidos dos grandes mestres que no passado lhe transmitiram a essência do judô, o professor kodansha (7º dan) Oswaldo Cupertino Simões Filho transmitiu pelas redes sociais uma mensagem de agradecimento aos professores nipo-brasileiros pelo legado fundamentado nos princípios do caminho suave e na cultura japonesa. Ele considera tudo que viveu com os mestres judocas uma verdadeira imersão cultural.
Ao completar 50 anos nos tatamis, o sensei Oswaldo Simões – nascido em 12 de outubro de 1952 no Recife (PE) e que ainda bebê foi levado para a Bahia e mais tarde estudou educação física em São Caetano do Sul (SP), tendo lançado âncora no Rio de Janeiro em 1976, depois de formado – faz um resumo do início da trajetória que se tornou a mais importante empreitada de sua vida.
“Comecei o judô no Caraíba Clube no dia 2 de abril de 1969, com 17 anos. Obtive minha faixa preta em outubro de 1972, quando fui campeão brasileiro pela primeira vez. Já o ni-dan conquistei no Clube Tietê (SP) em 1974. Hoje sou 7º dan, membro da Comissão Estadual de Graduação da FJERJ e colaborador do IKB. No último dia 2 de abril completei 50 anos de atividade, mas pretendo ainda dar grande colaboração ao desenvolvimento do judô”, conta o judoca em seu depoimento. Em seguida, descreve como foi aprender com alguns dos maiores ícones do judô brasileiro.
“Uma das mais ricas experiências que tive enquanto ser humano e judoca foi conviver com os senseis Kazuo Yoshida e Lhofei Shiozawa, na Bahia, e em São Paulo com a família Ogawa e senseis Shuhei Okano, Takanori Sekine, Ikuo Onodera, Chiaki Ishii, Yoshio Nagai, Shigueto e Mário Yamazaki, Michiharu Sogabe, Fuyu Oide, Nobuo Suga, Massao Shinohara e muitos outros, de 1973 a 1975”, lembra Simões.
“Domo-arigatô aos japoneses, em especial ao Instituto Kodokan do Brasil (IKB).” Desta forma o kodansha inicia seu agradecimento, reconhecendo o valor dos japoneses em sua trajetória. Ele explica que o grande legado que recebeu foi assimilar o pensamento solidário e fraterno dos japoneses para o desenvolvimento do judô nacional.
“Havia um compromisso de todos os senseis de fazerem o seu melhor nos duros treinamentos no dojô da Federação Paulista de Judô. Além do aprendizado técnico e físico apurado, a grande lição de vida que ficou foi o pensamento no todo e no coletivo. O sacrifício era de todos para que as vitórias fossem individuais”, afirma.
Servir era o lema dos senseis Okano e SekineA troca de informação, respeito e disciplina eram constantes naquela época. Simões explica que servir era o lema dos senseis Okano e Sekine, que lideravam o grupo paulista de forma natural, responsável, simples e gratuita. Era uma legião de judocas que aprendiam a essência do pensamento e do comportamento japonês: não pensar em si, e sim em todos, para colaborar de todas as formas com o coletivo.
De acordo com o professor kodansha, essa é a mentalidade do povo japonês, para o qual a honra vem do serviço prestado e a missão de educar é algo soberano. “Fazer hoje o melhor em prol do futuro é um sublime compromisso com a educação. Aprendamos sempre com a humildade, perseverança e resiliência dos japoneses”, observa Simões.
Ganbatte e domo-arigato são as palavras que o kodansha utiliza para reverenciar o Instituto Kodokan do Brasil – instituição na qual, segundo ele, se encontra a essência do espírito japonês no País. “O importante é o coletivo, o individual é para servir sempre com honra. É uma honra para mim ser um pequeno colaborador do IKB’, finaliza Simões.