16 de março de 2025

O professor kodansha hachi-dan (8º dan) Paulo Wanderley Teixeira foi reeleito presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) para o próximo quadriênio. O pleito, realizado neste sábado (15), no Rio de Janeiro, teve chapa única e foi decidido por aclamação, contando com o apoio das 25 federações estaduais, da comissão de atletas e dos representantes dos clubes.
Em seu primeiro pronunciamento como presidente reeleito, Paulo Wanderley destacou a unanimidade do apoio recebido e buscou minimizar os estragos deixados por seu antecessor na gestão do judô nacional.
“Fico honrado pelo apoio de 100% do colegiado eleitoral do judô brasileiro para assumir este novo mandato na CBJ após oito anos. Estou muito entusiasmado e decidido a retomar e avançar cada vez mais em um judô que já vinha brilhando. Tivemos o melhor resultado em Jogos Olímpicos de todos os tempos em Paris 2024, então é só continuar o trabalho que já vem sendo feito e implementá-lo com algumas novas ações”, afirmou o presidente.
Paulo Wanderley com seus vices Marcelo Ornelas França (BA), Jaciano Delmiro da Silva (PE) e Solange de Almeida Pessoa Vincki (SP) © CBJ
Como de costume, o dirigente tentou associar o sucesso do judô brasileiro em Paris à gestão da CBJ, ignorando que o verdadeiro alicerce da modalidade está no trabalho incansável de milhares de professores espalhados pelo país, que lapidam os talentos desde a base. A realidade, no entanto, aponta que a única ação verdadeiramente positiva da administração anterior foi colocar Marcelo Theotônio à frente da gerência de alto rendimento. Com uma visão renovada, ele trouxe dinamismo à seleção e abriu espaço para jovens promessas — um contraste marcante com a política anterior, que cedia à pressão dos grandes clubes e insistia na manutenção de atletas veteranos, em detrimento daqueles que mereciam uma oportunidade real.
A chapa eleita é composta pelos professores Jaciano Delmiro da Silva (PE), como primeiro vice-presidente; Marcelo Ornelas França (BA), como segundo vice-presidente; e Solange de Almeida Pessoa Vincki (SP), como terceira vice-presidente. Além disso, Fábio Rodrigues Fleischhauer, Antônio Ferreira Martins e Anderson Diego Machado foram eleitos como membros independentes do Conselho de Administração.
Entre as metas anunciadas para o novo mandato, Paulo Wanderley prometeu fortalecer o Projeto de Apoio às Federações (PAF), fomentar a ascensão de jovens talentos ao alto rendimento, criar um núcleo de desenvolvimento do judô, além de implementar políticas voltadas para equidade de gênero, transparência e valorização da cultura e história da modalidade. Tudo isso, segundo ele, pautado por três pilares: respeito, meritocracia e excelência.
“Queremos dar uma atenção especial às federações estaduais, à comissão de atletas e aos clubes. O objetivo é uma interação com todos os stakeholders que realmente fazem funcionar a estrutura do judô brasileiro”, acrescentou o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
Diante desse cenário, resta torcer para que o “novo velho dirigente” cumpra pelo menos 20% do que prometeu nos dois parágrafos acima. Afinal, sabemos que a reconstrução da modalidade após a gestão desastrosa de seu antecessor exigirá muito mais do que discursos bem ensaiados.
Por fim, desejamos que o professor Paulo Wanderley de 2025 tenha a sabedoria de olhar para frente e se inspirar no novo, deixando as velhas raposas afastadas do galinheiro e focando no verdadeiro desenvolvimento do judô como esporte, como cultura e principalmente como estilo de vida. O tempo dirá se ele está voltando para fazer história ou para repetir a estória.
16 de março de 2025
15 de março de 2025
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