15 de novembro de 2024
Prática do karatê-dô aumenta a percepção e a consciência do mundo em que vivemos
Fiel seguidor do mestre Hidetaka Nishiyama e um dos maiores karatecas de todos os tempos, sensei Justo Gómez mostra de que forma a prática do karatê-dô impactou sua vida
Interwiev
9 de julho de 2020
Por PAULO PINTO
Fotos ISABELA LEMOS / BUDOPRESS e ARQUIVO
Curitiba – PR
Nascido em 8 de abril de 1966, em Estanislao del Campo, na província argentina de Formosa, filho de camponeses e de origem muito humilde, o professor Justo Gómez tornou-se um dos maiores campeões da Internacional Traditional Karate Federation (ITKF) e hoje é o embaixador mundial do karatê-dô tradicional e integrante do Comitê Técnico da instituição.
Ostentando o título de professor shihan shichi-dan (7º dan), sensei Gómez é o diretor geral da Escola de Karatê Shotokan Tradicional Justo Gómez, com base em quatro continentes e nove países, além de árbitro internacional classe A no kumitê e no kata.
Quando, como e por que iniciou a prática do karatê?
Meus pais eram pessoas humildes; morávamos e trabalhávamos no campo. A escola rural em que estudávamos ficava a 9 quilômetros de casa, por isso, eu e meus quatro irmãos íamos a cavalo até ela. Essa fazenda localizava-se a 30 quilômetros da cidade de Formosa, capital da província que leva o mesmo nome. Quando eu tinha 9 anos, programas culturais de diferentes países estavam sendo exibidos no canal de televisão local, e num dos vídeos eles mostraram a cultura japonesa, o que chamou muito a minha atenção. Fiquei inspirado ao ver tantas pessoas praticando exercícios com tanta energia, habilidade, marcialidade e disciplina.
Mas onde o karatê entra nisso?
Vi que no Japão o karatê era praticado por jovens em escolas, faculdades e até por famílias em casa. Essas imagens me motivaram a praticar no campo, fazendo os movimentos que havia visto nos vídeos. Minha família tentou tirar essa ideia da minha cabeça, mas logo percebeu que era impossível me afastar da paixão que o karatê despertou em mim. Minha mãe resolveu fazer um esforço nas economias e me pagar um mês de aulas de karatê para que aprendesse e não a incomodasse mais com esse assunto. Comecei a praticar no meu aniversário em 8 de abril de 1975, aos 9 anos. O que eu e minha mãe não sabíamos era que a prática de karatê é vitalícia e, ao fim de cada mês, eu deveria pagar a taxa novamente. Isso fez minha mãe desistir porque era muito difícil continuar dentro das nossas possibilidades financeiras.
E como resolveram o impasse?
Como não podia pagar as aulas práticas de karatê, continuei treinando sozinho no campo, nos momentos em que as outras pessoas da casa não me viam. Eu tinha de treinar escondido porque eles zombavam das minhas práticas. Minha família não aprovava a paixão pelo karatê, pensava que aprender karatê era perda de tempo e eu não seria capaz de sobreviver com essa profissão na vida adulta. Como não tinha dinheiro, propus limpar o dojô todos os dias antes de ir para a escola em troca de aulas de karatê. Mesmo não precisando de ninguém para limpar o dojô, o sensei Alberto Goiris aceitou minha proposta. Com o tempo, comecei a ajudá-lo com os alunos mais novos. Eu gostava tanto de ajudar nas aulas, que também ensinava karatê aos meus colegas e amigos da escola. Aos 15 anos, fui convidado a fazer uma exibição numa cidade muito pequena, a 300 quilômetros de Formosa. Os organizadores ficaram muito impressionados com a minha performance e pediram para ficar na cidade e ensinar karatê aos jovens. A cidade chamava-se Ibarreta, e comecei a ensinar karatê aos 15 anos para mais de 100 pessoas.
Como era seu primeiro sensei?
Meu primeiro sensei foi o professor Alberto Goiris, na província de Formosa. As coisas mais importantes que ele me ensinou foram a paixão infinita pelo karatê, humildade e perseverança, além de me ajudar a desenvolver a intuição e a percepção para aprender karatê. O sensei Goiris era surdo-mudo. Por isso, tive de desenvolver minha percepção para entender seus ensinamentos.
Quando obteve a faixa preta?
Fiz meu exame para sho-dan em 1982 com sensei Mitsuo Inoue, representante da JKA na Argentina. Com o shihan Hidetaka Nishiyama fiz o exame para quinto dan. Do sexto ao sétimo fiz o exame diante do Comitê Técnico da ITKF.
Qual é a sua técnica preferida?
Eu realmente não tenho uma técnica preferida. Apenas ajo de acordo com a situação: escolho ser determinado, mantenho minha mente vazia, conecto-me de alma com meu objetivo. Respondo por intuição, com total determinação, para que tudo que meu oponente fizer possa ser neutralizado da forma mais eficiente e letal possível, sem deixar a menor margem para reação. Chamo isso de técnica do coração.
Qual é o seu kata preferido?
Meu kata predileto é o soochin. Numa visita ao mestre Hidetaka Nishiyama, na Califórnia, ele me perguntou qual kata gostaria de aperfeiçoar. Fiquei impressionado com a tremenda honra e perguntei se poderia mergulhar no soochin. Ele teve todos os alunos durante uma semana fazendo soochin e bunkai. Acredito que, para aprender, entender e dominar um kata, ele deve ser praticado em todos os terrenos e situações: em pisos arenosos e escorregadios, nas montanhas. O praticante deve pensar em aplicar suas técnicas no shiai kumitê contra todos os tipos de armas, diferentes formas de ataques e estados emocionais.
Qual é a importância da manutenção da prática contínua?
Sem a prática constante, o espírito do karatê se perde. Ela é essencial para o constante desenvolvimento técnico. Sem o exercício diário do karatê, os conceitos de budô tornaram-se confusos e se perdem. A prática contínua nos permite ser consistentes no pensar, dizer e fazer.
Quando começou a treinar diretamente com o shihan Hidetaka Nishiyama?
Conheci o shihan Hidetaka Nishiyama em 1990 e fiquei muito impressionado com seu conhecimento e domínio do karatê e da relação do karatê com o budô. Desde então, comecei a segui-lo em todos os lugares em que ele ministrava cursos e seminários. Após um Summer Camp, no qual o sensei ministrou cursos para professores, fiquei vários meses nos EUA treinando para me aprofundar nos detalhes mais refinados da técnica ensinada pelo mestre Nishiyama. O mestre sempre me convidava para almoçar ou jantar, quando eu fazia todos os tipos de perguntas relacionadas às técnicas do karatê tradicional; queria conhecer seus pontos de vista sobre karatê e budô.
De que forma aconteceu a aproximação entre vocês?
Foi num seminário realizado em Montevidéu, no Uruguai. Tive a honra de ser selecionado pelo professor entre centenas de participantes para fazer kata, e ele me mostrou as correções técnicas dos princípios do karatê tradicional. Identifiquei-me com seus ensinamentos e com a profunda visão do karatê. Foi naquela ocasião que ouvi falar sobre budô pela primeira vez. Desde então, mudei meus pontos de vista sobre o karatê e minha maneira de praticá-lo.
Qual era a principal característica dele como professor?
Como mestre de karatê, sensei Nishiyama foi a pessoa que transmitiu à nossa geração o legado de séculos de conhecimento ancestral por meio dos princípios do karatê tradicional. Como ele mesmo disse, “o budô é um tesouro da humanidade”. A principal característica do mestre Nishiyama era sua busca incansável pelo autoaperfeiçoamento em todas as áreas. Isso pode ser facilmente apreciado na profundidade de seus ensinamentos técnicos dos princípios do karatê tradicional e da simplicidade de suas ações. Suas técnicas eram muito simples, mas sublimemente letais, de modo que ele não deixava espaço para outras ações nem dava chance de reação ao oponente.
E como pessoa?
Como pessoa, ele era um professor que, a cada gesto, palavra ou ação, deixava profundos ensinamentos de séculos de conhecimento. Ele não perdia tempo, estava sempre ensinando. Uma vez, na Rússia, durante o intervalo de um curso em Moscou –eu estava segurando sua pasta, livros e cadernos –, como de hábito lhe fiz uma pergunta: “Por que se distanciou das competições e das questões esportivas?”. Sua resposta deixou-me muito triste, mas também ciente da realidade da vida, de seus tempos, do senso de responsabilidade e do verdadeiro compromisso. Ele me disse: “Quando eu e meus colegas da universidade éramos jovens, fizemos o primeiro regulamento de competição, que dizia apenas que técnicas poderiam ser usadas e em quais áreas do corpo poderiam ser aplicadas. Os árbitros sempre foram mestres de karatê e nunca houve desvantagens na interpretação. Mas pessoas alheias ao karatê pegaram as regras e organizaram competições de bater e chutar sem conhecer o karatê. Agora, estou muito velho e estou indo embora, preciso reparar esse dano, mas não tenho mais tempo”. Professor Nishiyama tinha enorme compromisso com a humanidade, ele almejava deixar a melhor versão do karatê como contribuição educacional para as próximas gerações.
Quais são as principais características que um bom professor de karatê-dô?
Pessoalmente, idealizo o mestre Hidetaka Nishiyama como a expressão máxima do professor de karatê. Ser professor de karatê tradicional é um desafio e um grande compromisso com a humanidade. Um alto grau de valores humanos deve ser reunido. É preciso que sejam levados a prática e os preceitos do karatê tradicional para sua própria vida. Viver como se pratica, e praticar como se vive. A influência do professor nos alunos é inevitável, e é por isso que o treinamento permanente e a autocrítica constante são muito importantes. O sensei Nishiyama estava sempre procurando melhorar. Uma vez, voltando de uma das práticas da manhã, contei a ele sobre o assunto que a turma havia desenvolvido. Ele me perguntou se eu havia entendido, e eu disse que sim. Então, me respondeu sorrindo: “Estou sempre praticando e procurando melhorar para os alunos terem melhor compreensão dos conceitos que transmiti a vocês”. Ele estava sempre praticando, mesmo quando nos ensinou que estava concentrado e em constante aprendizagem. Obviamente, o que ele nos ensinou era algo realmente brilhante sob todos os pontos de vista.
Até a morte de Nishiyama, o tradicional caminhava em bloco e de forma coesa. Por que sensei Hidetaka não preparou a organização para uma nova era?
O sensei nos preparou para sermos grandes professores e transmitirmos seu legado à humanidade. O mestre Nishiyama recebeu o mesmo legado de seu professor o sensei Gichin Funakoshi. Mestre Nishiyama deixou a ITKF muito bem estruturada, o comitê técnico mais qualificado da organização, e ainda hoje esse grupo dos mais antigos é gerido por suas qualificações técnicas. O sensei Nishiyama preparou toda a organização da ITKF por meio de suas técnicas para continuar a transmitir os princípios do karatê tradicional às gerações seguintes. Lamentavelmente alguns dirigentes mudaram de direção.
Como avalia o momento atual da ITKF?
A ITKF é uma organização altamente reconhecida internacionalmente e este é o melhor momento dela porque planejamos metas e, é claro, somos todos membros filiados trabalhando com toda a nossa força e entusiasmo na mesma direção. Atualmente, estamos perto de 50 países-membros e, em breve, teremos muitos outros. Além disso, seu excelente conselho de administração respeita e promove os integrantes e seus colaboradores. Prevemos que, até o fim deste ano, a organização congregue mais de 70 países.
Você acredita que a ITKF voltará a ser o que foi no passado?
Como já disse, esperamos duplicar em breve o número de membros. As entidades que deixaram as fileiras do karatê tradicional para ingressar no esporte estão gradativamente voltando. Nunca quiseram deixar a modalidade, apenas esperavam que o esporte se tornasse olímpico. Como isso não aconteceu, elas naturalmente retornam às fontes do karatê tradicional. Todos são sempre muito bem-vindos e estamos aqui para ajudá-los a crescerem e para fortalecer as organizações de cada país em busca de um grande karatê tradicional, unidas e focados no verdadeiro caminho do budô.
“A evolução vem da aceitação dessas diferenças individuais para alcançarmos um propósito maior que nós mesmos.”
O que é premente para a ITKF, hoje?
Atualmente, a ITKF prioriza o treinamento de seus técnicos e árbitros, assim como o de representantes nacionais, para melhorar a transmissão dos objetivos globais da ITKF. Mas esses objetivos não são apenas técnicos, são organizacionais, institucionais e políticos. Na área competitiva, planeja-se criar maiores instâncias competitivas para aumentar ainda mais o nível técnico de nossos atletas.
Algumas modalidades de luta realizam oito mundiais por ano, além de eventos com premiação em dinheiro. A ITKF mantém o formato criado por Nishiyama nos anos 1970. Vocês acreditam que este modelo resistirá por muito tempo?
Temos várias competições internacionais, além das tradicionais, como a Copa do Mundo e os campeonatos regionais por continente, iniciados neste ano e que, infelizmente, foram interrompidos pela pandemia do covid-19. A ITKF planeja ampliar o número de competições.
Como avalia o Mundial de Curitiba 2019?
O nível técnico observado durante a última Copa do Mundo da ITKF foi muito bom, e podemos continuar melhorando. Temos praticantes muito talentosos e dedicados em todos os continentes. Contamos com uma equipe de excelentes árbitros e juízes que trabalharam de maneira coordenada e eficiente durante todo o mundial. O excelente treinamento prévio dos árbitros pelo comitê técnico foi essencial para conseguir uma competição limpa e clara em todos os shiai-jôs. Falando em organização, foi um evento à altura dos melhores do Primeiro Mundo. Foi isso, aliás, que mais empolgou os membros que estão retornando às fileiras da ITKF.
Você foi um dos quatro professores que ministraram cursos no ITKF Legends Workshop, paralelo ao mundial. Como os avalia?
Considero que tenha sido uma grande experiência para os jovens atletas poderem observar e ouvir os competidores mais velhos que, de uma maneira ou de outra, marcaram uma era na história competitiva. Pessoalmente, acho que é uma excelente ideia da nova gestão porque aproxima e une várias gerações de atletas. Ex-atletas podem inspirar e ajudar os mais novos a avançar mais rapidamente em direção à evolução competitiva e alcançar excelência técnica em menos tempo. Alguns dos grandes campeões mundiais da ITKF e amigos pessoais ainda permanecem em outras organizações, e meu sonho como embaixador da ITKF é reuni-los novamente na ITKF, trazendo o melhor de cada um. Sempre existirão opiniões diferentes, e elas são importantes. A evolução vem da aceitação dessas diferenças individuais para alcançarmos um propósito maior que nós mesmos. A divisão prejudica a todos.
A ITKF possui visão mais ampla sobre o karatê, focando ações socioeducativas e reconhecendo seu enorme apelo terapêutico. Como avalia o karatê além do cenário competitivo?
O karatê tradicional inclui em suas práticas diárias atividades que levam os alunos a lugares muito profundos do seu ser, impactando diretamente os aspectos emocional, espiritual e mental. Isso naturalmente leva a uma compreensão de si mesmos que permite lhes permite assumir voluntariamente a direção de suas vidas. Com a prática constante e séria, é possível observar mudanças positivas e significativas na personalidade dos alunos, independentemente da idade e condição física ou sociocultural. Por esse motivo, o karatê tradicional concentra seu objetivo principal no aspecto humano dos praticantes, lançando uma visão muito acima do campo competitivo. O karatê tradicional é uma ferramenta educacional muito poderosa, não apenas para o desenvolvimento físico, mas também emocional, afetando positivamente todos os aspectos sociais.
A atual diretoria da ITKF possui a credibilidade necessária para reagrupar o tradicional mundial?
Indubitavelmente. O atual conselho executivo foi eleito por aclamação na assembleia de 2019, e entendo que nossas lideranças possuem uma visão bastante ampla, atual e flexível. Somos uma organização grande e com objetivos ambiciosos. Desde o início a atual gestão está dando frutos, tanto que imediatamente após a Copa do Mundo novos membros aderiram à ITKF e os projetos planejados estão sendo realizados em tempo hábil, apesar da pandemia. As medidas tomadas por esta administração têm sido muito positivas para os membros atuais e para todos que se juntarão a nós futuramente.
Em sua avaliação qual foi o impacto desta pandemia na estrutura atual da ITKF?
O covid-19 nos fez manter contato constante com os membros da organização e filiados. Aproveitando o fato de estarmos todos em quarentena, criamos atividades gratuitas de arbitragem e treinamento técnico online para todos os membros. Há também as competições online nacionais e internacionais oferecidas permanentemente pela ITKF a seus membros nos diferentes continentes e países-membros. Incrivelmente, a pandemia favoreceu nossa estrutura para uma comunicação mais fluida e permanente dos diferentes comitês de trabalho que compõem a ITKF. O objetivo é aproveitar todas as instâncias que a vida nos oferece para aprendermos, crescermos e nos fortalecermos cada vez mais. O legado dos nossos antepassados deve prevalecer como um guia para melhorar a nós mesmos e transmitir esse conhecimento para as próximas gerações. A tradição continua!
Qual é a maior contribuição que o karatê-dô oferece à sociedade?
Avalio que a contribuição mais importante é a consciência do valor da vida. A prática do karatê-dô aumenta a percepção e a consciência do mundo em que vivemos. No karatê chamamos isso de Zanshin, um estado de alerta focado no aqui e no agora. O estado de Zanshin nos permite controlar nossas reações e as dos nossos adversários. A prática contínua e constante desse estado nos leva a ter uma atitude eficiente e determinada em situações perigosas, buscando constantemente usar todas as qualidades humanas internas e externas: mente, espírito e corpo simultaneamente, o que multiplica nosso potencial. Finalmente, a prática diária desse estado acaba abrindo portas da consciência, conexão e controle do contexto, o que nos garante desfrutar uma vida mais consciente e plena. Isso nos permite ser melhores em qualquer campo em que nos desenvolvermos na vida familiar ou profissional.
Principais Títulos de Justo Gómez
Campeão mundial da ITKF no Canadá, kumitê individual, 1992
Campeão mundial ITKF em Treviso (Itália), fukugô, 1994
Campeão mundial da ITKF em Ferrara (Itália), kumitê individual, 2001
Campeão mundial da ITKF em Saskatoon (CAN), kumitê indiv., 2006
Campeão da Copa do Mundo de Milão (Itália), kumitê, 1991
Campeão da Copa do Mundo de Moscou (Rússia), fukugô, 2000
Campeão da Copa do Mundo de Moscou (Rússia), kumitê equipe, 2000
Campeão da Copa do Mundo de Varsóvia (Polônia), fukugô, 2007
Bronze no Mundial ITKF de Lima (Peru), kata equipe, 1990
Bronze na Copa do Mundo de Milão (Itália), kata, 1991
Campeão pan-americano da ITKF México, kumitê individual, 1991
Campeão pan-americano da ITKF México, kata individual, 1991
Campeão pan-americano da ITKF México, kata equipes, 1991
Campeão pan-americano da ITKF México, kumitê equipes, 1991
Vice-campeão mundial da ITKF Canadá, kumitê equipe, 1992
Bronze no Mundial da ITKF Canadá, kata individual, 1992
Campeão pan-americano da ITKF Porto Rico, kumitê individual, 1993
Campeão pan-americano da ITKF Porto Rico, kata individual, 1993
Bronze no Pan-americano da ITKF Porto Rico, kumitê equipes, 1993
Vice-campeão mundial ITKF em Treviso (Itália), kumitê, 1994
Vice-campeão mundial ITKF em Treviso (Itália), kata, 1994
Campeão pan-americano ITKF na Argentina, kumitê equipe, 1995
Campeão pan-americano ITKF na Argentina, kumitê individual, 1995
Campeão pan-americano ITKF na Argentina, fukugô, 1995
Campeão pan-americano ITKF na Argentina, kata individual, 1995
Bronze no Mundial ITKF São Paulo (Brasil), fukugô, 1996
Bronze no Mundial ITKF São Paulo (Brasil), kata individual, 1996
Bronze no Mundial da ITKF de Ferrara (Itália), fukugô, 2001
Vice-campeão Copa do Mundo de Varsóvia (POL), kumitê indiv., 2002