04 de março de 2025

Fazendo um balanço do momento atual do Taekwondo em nível global, o presidente da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD), Alberto Maciel Júnior, iniciou parabenizando a recondução do sul-coreano Choue Chung-Won à presidência da World Taekwondo (WT), cargo que ocupa desde 2004. “Foi uma decisão acertada. Choue tem-se mostrado um gestor visionário de extrema competência, que trabalha pela união e pelo crescimento da modalidade, fundamentado sempre na inovação”, disse Maciel Júnior.
“Penso que gestores como ele devem ser mantidos à frente das entidades, enquanto estiverem fazendo o que é melhor para o esporte mundial”, opinou Maciel. “Dirigentes com esse perfil devem estar sempre à frente, liderando e comandando as modalidades. Sua reeleição não foi nenhuma novidade, pois era exatamente isso que a comunidade mundial desejava.”
Rivanaldo Ferreira de Freitas, Alberto Maciel Júnior, Débora Menezes, Paulo Wanderley Teixeira e Natália Falavigna © Divulgação CBTKD
Maciel enfatiza que a permanência no poder apresenta duas vertentes: na primeira o dirigente se mantém no cargo por competência e capacidade; na outra ele tenta eternizar-se de forma impositiva. “Hoje, porém, existem mecanismos estatutários que impedem que isso aconteça”, observou. “Ao contrário daquilo que acontece no Brasil, lá fora os gestores que fazem um bom trabalho e administram em conformidade com a governança corporativa podem permanecer no comando por um período maior. No exterior isso acontece com grande frequência. Temos vários presidentes de federações internacionais e comitês olímpicos nacionais cujos presidentes de mantém à frente devido à enorme capacidade de gestão. São dirigentes imprescindíveis para a manutenção do desenvolvimento de suas respectivas modalidades e Chungwon Choue possui esse perfil.”
Nos próximos anos, Maciel defende um trabalho mais objetivo nas comunidades ao redor do mundo, seja enviando instrutores e professores aos países com menor penetração da modalidade, ou buscando introduzir a prática do taekwondo no currículo escolar nos países onde sua presença está consolidada. Isso se aplica tanto ao taekwondo social, marcial (de formação) quanto ao esportivo, em nível olímpico e paralímpico.
Atletas da seleção paralímpica com os coordenadores técnicos Alan Nascimento e Rodrigo Ferla, Alberto Maciel Júnior e Rivanaldo Ferreira de Freitas, presidente e vice da CBTKD e a fisioterapeuta Elisa Pilarski © Divulgação CBTKD
Outro fator de modernização do taekwondo projetado pelo líder mundial e apoiado por Maciel é o aumento da presença feminina nas competições e na administração. No caso brasileiro, ele citou como exemplo a medalhista olímpica Natália Falavigna, há muito tempo diretora técnica da CBTKD e agora é integrante da União Pan-Americana de Taekwondo (PATU, na sigla em inglês). “Choue acertadamente está buscando esse caminho, e acredito que a modalidade se fortalece muito mais quando as mulheres mostram seu potencial.”
“Dirigentes com esse perfil devem estar sempre à frente, liderando e comandando as modalidades.”
Recém-eleito para integrar o Conselho Sul-Americano de Taekwondo, Maciel adiantou que atuará na entidade continental utilizando o mesmo estilo de administração realizada no Brasil. “Nosso continente é tecnicamente forte, é constituído de várias etnias e dispõe de excelentes atletas, só precisamos de mais organização e união para alcançar destaque no cenário internacional.”
Rodrigo Ferla, Alberto Maciel Júnior e Ricardo Zimmer
O dirigente reconhece que o desempenho do taekwondo pan-americano nos Jogos Olímpicos de Tóquio ficou abaixo do esperado, mas atribuiu o fato a uma situação histórica. Tínhamos um dirigente que permaneceu na presidência da PATU por muito tempo e, de certa forma, as coisas se acomodaram. Ele achou por bem sair e o colombiano Helder Navarro assumiu interinamente. Recentemente aconteceu a assembleia que elegeu o professor Juan Manuel, do México.
“Essa alteração certamente resultará em profundas mudanças e avanços em todas as regiões do continente. Acredito que a nova gestão vem com muita disposição para impulsionar e fortalecer ainda mais o taekwondo pan-americano. Como membro do conselho, vou usar de todas as minhas forças, toda a minha vontade e o amor que tenho pelo taekwondo para fomentar a modalidade não só na América do Sul, mas em toda a América e em nível global”, assegurou.
O Brasil foi particularmente bem nos Jogos Paralímpicos de estreia do taekwondo – mais que isso, foi o país que obteve o melhor rendimento e Maciel acredita que, com resultado tão expressivo, a modalidade vai ganhar novo impulso. Ele faz questão de agradecer o apoio do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) e do seu presidente, Mizael Conrado. “O resultado em Tóquio só foi possível graças à parceria entre a CBTKD e o CPB. A tendência agora é que ambas as entidades invistam mais, além de buscar novos talentos e aumentar o número de medalhas em Paris, ou quem sabe mudar as cores delas.”
Alberto Maciel Júnior e a medalhista Débora Menezes na cerimônia do Prêmio Paralímpico Melhores do Ano © Divulgação CBTKD
Após os bons resultados brasileiros nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos em Tóquio e com o avanço da vacinação no Brasil e no mundo, Maciel espera uma retomada plena da prática esportiva e da própria vida das pessoas. “Estou certo de que, com o apoio do Comitê Olímpico do Brasil, Comitê Brasileiro de Clubes, Comitê Paralímpico Brasileiro e da Secretaria Especial do Esporte, as atividades recomeçarão com força total a partir de janeiro”, previu.
Para o dirigente brasileiro, o esporte como um todo vai continuar cumprindo seu papel socioeducativo, gerando oportunidades para milhares de jovens talentosos, e recebendo o apoio das confederações para formar gerações futuras de atletas que lutarão para manter o Brasil no seleto grupo das potências esportivas. “Estejam certos de que toda a diretoria da CBTKD desenvolverá esforços no sentido de fazer a parte dela.”
Desde outubro a CBTKD vem realizando campeonatos brasileiros regionais, obedecendo a todas as prescrições sanitárias. Em novembro haverá o campeonato brasileiro de todas as categorias no Rio de Janeiro. E, se a pandemia continuar recuando, a entidade pretende restabelecer 100% dos eventos.
“Acredito que tivemos grandes lições com esses quase dois anos de paralisação e restrições”, concluiu Maciel. “Então, está todo mundo muito ansioso, mas feliz com o retorno. Agora a CBTKD vai buscar retribuir o apoio dos nossos filiados, para que eles possam participar de todos os eventos possíveis em 2022.”
04 de março de 2025
03 de março de 2025
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