20 de novembro de 2024
Presidente da frente parlamentar de apoio às artes marciais defende realização dos Jogos de Tóquio
O deputado Aroldo Martins argumenta que grandes competições e eventos se realizam em diversas partes do mundo, algumas delas até com a presença de público
Jogos de Tóquio 2020
Por PAULO PINTO
11 de junho de 2021 / Curitiba (PR)
Depois do adiamento dos Jogos de Tóquio 2020 para este ano, a proximidade do início do principal evento esportivo do planeta torna mais acirradas as discussões em torno de sua realização.
Na visão do deputado que lidera frente parlamentar de apoio às artes marciais no Congresso Nacional, Aroldo Martins (Republicanos/PR), os Jogos têm de acontecer. Martins é grão-mestre de taekwondo e presidente da Confederação Brasileira de Taekwondo Marcial, entidade que não está diretamente ligada ao Movimento Olímpico.
“Na minha avaliação, é possível fazer um controle bem rigoroso em relação aos atletas e membros das comissões técnicas, garantindo a realização das provas sem maiores problemas. Afinal de contas, as competições se multiplicam no Brasil e em diversos países, tanto na América quanto na Europa e Ásia. E não me refiro apenas aos torneios pré-olímpicos. Há campeonatos mundiais de todas as modalidades, sem contar a NBA nos Estados Unidos e de futebol na Europa, que seguem a todo vapor. Até eventos do show business estão sendo realizados com a presença de público em vários países. Portanto, acredito que seja possível realizar os Jogos de Tóquio em segurança e virar esta página”, disse.
Como dirigente esportivo e parlamentar, entretanto, Aroldo Martins considera a presença do público neste momento absolutamente inviável.
“Entendo que esta seja, aliás, a questão principal em torno dos jogos. Lamentavelmente a participação de fãs e torcida neste ano é rigorosamente inviável. Imagine um país como o Japão, com grande limitação territorial, recebendo milhões de torcedores em Tóquio. Isso sim é impensável. Não são pessoas imprescindíveis na disputa e infelizmente esta edição dos Jogos terá de ser realizada sem a presença do público.”
O parlamentar destacou que a população do Japão e de outros países do Oriente, como a Coreia, está acostumada a lidar com doenças viróticas transmissíveis pelo ar e sabe muito bem como manejar regras de distanciamento e de uso de máscara, evitando aglomeração e contato pessoal para coibir a proliferação do vírus. O mesmo não se pode dizer da multidão de turistas que viriam de todo o mundo, se isso fosse possível.
“Os jogos já foram adiados no ano passado e acredito que a realização deste evento ajudará na retomada da vida em todo o planeta. O número de vacinados cresce verticalmente e em breve alcançaremos um ponto de equilíbrio, no qual a mortalidade cairá rapidamente em função da imunidade de rebanho. Sou a favor da realização das Olimpíadas sem público, para que todo o planeta possa desfrutar o maior evento esportivo em segurança por meio das transmissões de TV.”
Taekwondo espera subir aos pódios
O taekwondo é uma das modalidades que conquistaram medalha para o Brasil na última edição dos jogos, no Rio Janeiro, e para Aroldo Martins o trabalho desenvolvido pela comissão técnica da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) com o apoio do Comitê Olímpico do Brasil (COB) certamente resultará em novos pódios em Tóquio.
“Mesmo a distância, acompanho o trabalho que vem sendo realizado pelo Jorge Bichara no COB e pela Nathália Falavigna, coordenadora técnica da CBTKD. Estou muito otimista no tocante a um resultado positivo”, disse o dirigente, que aproveitou a ocasião para fazer uma análise da participação do taekwondo nas Olimpíadas.
“Em todos os ciclos olímpicos a Word Taekwondo (WT) altera as regras que acabam sendo adotadas pelo Comitê Olímpico Internacional e, infelizmente, a cada mudança o taekwondo fica menos competitivo. Minha opinião é que a WT, representante da modalidade junto ao COI, deveria propor um referendo internacional, para que muitas entidades sugerissem mudanças que tornassem o taekwondo olímpico mais atrativo, como ocorre com o boxe”, exemplificou Martins.
Na avaliação do presidente da CBTMarcial, a luta de boxe é franca e livre, disputada nos Jogos Olímpicos como na categoria profissional. Diferenças como a proteção na cabeça, assaltos mais curtos e luvas com 18oz (onças) para preservar os atletas reduzem a possibilidade de nocaute, mas não mudam a essência do boxe. “Poderíamos trabalhar na modificação das regras do taekwondo olímpico para torná-lo mais atrativo para o público e mais vibrante para quem disputa. Minha sugestão visa apenas a devolver a originalidade do taekwondo. Acredito que todos os praticantes ganhariam com isso”, explicou Martins.
O deputado federal avalia que no âmbito socioesportivo a pandemia imprimiu perdas e ganhos em todos os setores da sociedade e deixará grandes lições para a humanidade.
“Muito além das questões esportivas, desde o início desse processo o mundo está experimentando muitas mudanças. É provável que muitas rotinas interrompidas sejam retomadas de onde pararam, mas alguns hábitos adquiridos durante este longo período certamente serão incorporados ao nosso dia a dia no pós-covid-19. Isso abrange educação, trabalho, amor, lazer, finanças, saúde, higiene, habitação, consumo, mobilidade, vida social, cidadania e o esporte, entre outras mudanças de comportamento, ante a perspectiva de um futuro mais sustentável.”