18 de novembro de 2024
Presidente da WKF promete lutar para manter o karatê nos Jogos Olímpicos de Paris 2024
Antonio Espinós afirmou que não é lógico excluir a modalidade do programa de Paris 2024 antes da estreia nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e prometeu que o órgão continuará lutando até o fim pela restauração de sua honra e dos direitos de seus atletas
Programa Olímpico
28 de março de 2019
Por DANIEL ETCHELLS I Fotos WKF ©
Curitiba – PR
Há poucos dias, o comitê organizador de Paris 2024 afirmou que não vai reconsiderar sua proposta para novos esportes no programa dos Jogos Olímpicos daqui a cinco anos, depois de realizar uma reunião com importantes figuras do karatê, incluindo o presidente da World Karate Federation.
Espinós esteve acompanhado de Francis Didier, presidente da Federação Francesa de Karatê, e Toshihisa Nagura, secretário geral da WKF. Seu objetivo era convencer o comitê de Paris 2024 a aceitar que o karatê seja o quinto esporte adicional, juntando-se a breakdancing, escalada esportiva, skate e surf – dependendo da aprovação final do Comitê Olímpico Internacional (COI).
Mas seus esforços mostraram-se inúteis. A organização de Paris 2024 explicou que “não havia novos elementos fornecidos pela WKF que implicassem reconsiderar a proposta feita ao COI”.
Espinós insiste, no entanto, que o esporte simplesmente não pode ser excluído antes de Tóquio 2020.
“O karatê está numa situação única”, disse o dirigente espanhol. “É o único esporte no programa de Tóquio 2020 que, independentemente de ser uma potência de classe mundial na França, foi excluído da lista de disciplinas adicionais de Paris 2024. Esta decisão foi tomada antes mesmo de dar ao esporte a oportunidade de fazer sua estreia. Não podemos ser excluídos antes de Tóquio”, disse o dirigente máximo da modalidade, que completou.
“Simplesmente não é lógico excluir o karatê antes de permitir que a modalidade exiba seus valores em Tóquio e antes de ter argumentos suficientes para avaliar sua continuidade como esporte olímpico”, protestou o dirigente.
Espinós também destacou a gigantesca notoriedade do karatê na França como a principal razão para sua possível inclusão como esporte adicional em Paris 2024.
A França é a nação número 1 da modalidade na Europa e a número 2 no mundo, enquanto a WKF afirma que o karatê ostenta um apoio popular excepcional no país, com 250 mil atletas federados e devidamente registrados – 55% dos quais têm menos de 18 anos.
“Não há outro país onde o karatê seja mais forte do que na França”, acrescentou Espinós. “É um esporte com uma tremenda popularidade lá, é praticado por centenas de milhares de jovens, tem várias estrelas de nível mundial e registra um grande número de espectadores que apreciam seu notável espírito esportivo. Por todas estas razões, ficamos surpresos e ainda mais indignados com a decisão de Paris 2024”, expressou o presidente da WKF.
Inconformado com a contundência da decisão dos membros do Comitê Olímpico da França, Espinós criticou o unilateralismo dos dirigentes franceses.
“Acreditamos que essa decisão foi tomada após um processo sem garantias, sem regras claras. Houve falta de transparência, falta de todos os valores básicos do fair-play, um comportamento impróprio para os tempos atuais e para uma organização e um evento com impacto global como este”, disse.
“Nós não vamos aceitar isso e continuaremos lutando até o fim para a restauração da nossa honra e dos direitos conquistados por nossos atletas”, concluiu
A decisão de Paris 2024 sobre os quatro esportes adicionais ainda precisa ser ratificada pelo COI, que deve discutir a proposta antes de apresentá-la a sua diretoria executiva.
A aprovação provisória poderia então ser concedida na sessão do COI em Lausanne, em junho, antes da confirmação do conselho executivo em dezembro.