22 de dezembro de 2024
Primeira assembleia geral virtual da ITKF inaugura uma nova forma de integração institucional
A ITKF vai adotar todos os recursos tecnológicos que possam contribuir para otimizar a gestão e a comunicação institucional, e este é um caminho sem volta
Gestão Esportiva
10 de dezembro de 2020
Por ISABELA LEMOS I Fotos BUDOPRESS
Curitiba – PR
A International Traditional Karate Federation (ITKF) promove em 13 de dezembro assembleia geral extraordinária para prestação de contas referentes a 2019 e oficialização dos novos países membros, além de da apresentação da prévia do balancete de 2020 e do planejamento para 2021.
O chairman da ITKF, Gilberto Gaertner, informa que no encontro virtual também serão mostradas as funcionalidades do novo portal da entidade e as novidades para o próximo ano. Em entrevista exclusiva à Revista Budô, Gaertner revelou os desafios e as projeções da mais alta instituição de gestão do karatê-dô tradicional.
Esta será a primeira assembleia geral virtual da ITKF?
Sim, antes as assembleias se faziam presencialmente e com periodicidade bianual, coincidindo com os campeonatos mundiais. Com o advento da pandemia e a larga utilização de plataformas virtuais, optamos pela efetivação da assembleia geral no formato remoto. Ao longo do ano, já fizemos inúmeras reuniões da diretoria e do comitê técnico de forma virtual, bem como dois seminários globais, todos com ótimo aproveitamento.
O balanço de 2019 mostra resultados surpreendentes para um início de gestão. Qual é a sua avaliação?
O resultado positivo, em grande parte, deveu-se ao campeonato mundial e aos eventos paralelos. Em 2019 tivemos o enorme desafio de organizar um campeonato mundial em oito meses e, apesar do prazo reduzido e das alternativas de patrocínio limitadas, conseguimos realizar um evento de grande qualidade e superavitário. Com muito trabalho, uma equipe comprometida e planejamento minucioso, a ameaça transformou-se em desafio – e o desafio mobilizou todas as capacidades e habilidades, produzindo excelentes resultados para a ITKF.
O balancete de 2020 mostra uma redução nas receitas em relação a 2019?
Como esperado, neste ano tivemos uma entrada menor de recursos decorrente da pandemia. Como não houve eventos e nem cursos presenciais, ficamos restritos ao recolhimento de anuidades e outras receitas complementares. Mesmo com a redução de receita, porém, foi um ano muito importante para nossa instituição, pois conseguimos manter os investimentos na área de TI, nos seminários globais, na produção de newsletters, na área de governança, divulgação e fortalecimento da marca ITKF.
Boa parte dos dirigentes da ITKF possui idade elevada e pode resistir à utilização de recursos tecnológicos. Contudo, a utilização de plataformas virtuais substituiu os encontros que antes demandavam longas viagens. A realização desta assembleia comprova esta tendência?
A utilização de recursos tecnológicos é um grande facilitador na comunicação em nível global e só vai crescer. Na ITKF, independentemente da faixa etária dos dirigentes, não enfrentamos dificuldade com as atividades virtuais, ao contrário, tivemos ótima adesão. A ITKF vai adotar todos os recursos tecnológicos que possam contribuir para otimizar a gestão e a comunicação institucional. É um caminho sem volta.
Qual o principal projeto para 2021?
São vários. Entre eles, vamos finalizar a transformação do site num portal multifuncional e iniciaremos a emissão de certificados digitais com QrCode. Vamos continuar expandindo a instituição, começar os cursos da ITKF Traditional Karate University visando a qualificar nossos instrutores, faremos algumas parcerias internacionais e temos uma viagem institucional marcada para o Japão em outubro.
Qual é o significado do termo “affiance to the constitution”?
Esse é o ponto central para todas as organizações: ter um caminho que alinhe e direcione as suas ações. Para a ITKF, esse instrumento é a constituição. Vamos solicitar que todos se comprometam formalmente a seguir as normas constitucionais – um ato simbólico que significa que os filiados estão comprometidos com a organização, sua cultura e regras.
A perspectiva de crescimento e rápido fortalecimento da federação asiática é bem animadora.”
Quais as perspectivas para a formação da Federação da Ásia/Oceania?
A Ásia estava associada à federação regional africana, mas, com o aumento significativo de filiados, o caminho natural é a criação de uma organização independente. Os novos filiados e os filiados recadastrados com suas obrigações em dia formarão sua organização e determinarão seus rumos no próximo mês. A perspectiva de crescimento e rápido fortalecimento da federação asiática é bem animadora. Vamos criar, sem dúvida, uma grande organização regional.
Em meio a toda mudança que vivemos nesta temporada, o que é premente para a ITKF, hoje?
Esta temporada foi muito importante para nossa instituição. Como muitos diretores trabalharam em home office e utilizaram meios virtuais de comunicação, conseguimos destinar bastante tempo ao planejamento e reestruturação de várias áreas institucionais. Foi um ano de muito crescimento. Dentro do nosso planejamento estratégico, superamos a meta de novos filiados para este ano e a área gerencial evoluiu muito com as novas funcionalidades do nosso site.
Por que a ITKF solicitou as eleições da federação europeia e asiática para depois da assembleia geral?
Inicialmente, é importante salientar que as organizações regionais não são organizações distintas da ITKF e precisam ter seus estatutos de acordo com os da ITKF. São compostas exclusivamente por países filiados à ITKF, que se organizam regionalmente. Como a federação europeia não realizou sua eleição em 2019, somente após a assembleia geral iremos identificar os países que a integram efetivamente e que têm direito a voto por estarem adimplentes e com status para participar do pleito. O mesmo ocorre com a federação da Ásia/Oceania, que já teve uma importante pré-organização, mas precisará atender aos mesmos procedimentos, ou seja, ser integrada por filiados com status e adimplentes, os quais terão a missão de eleger seus representantes legalmente e organizar suas atividades regionais.
Por que não haverá eleições para a Federação Pan-Americana e a Federação da África?
A federação africana teve eleição em 2018, em Paris, durante a assembleia geral extraordinária da ITKF. O mandato da diretoria segue até 2022. Já a federação pan-americana efetivou suas eleições em 2019, durante o XX Campeonato Mundial, e o mandato vai até 2023.
As diretorias técnicas e de eventos da ITKF pretendem promover inovações no calendário esportivo?
O comitê técnico também trabalhou bastante neste ano, graças às reuniões virtuais. Revisou e atualizou o Guia de Qualificação Técnica, que trata da normatização de graduações e formação de técnicos, árbitros e examinadores. Revisou as formas de competição e está revisando e atualizando o livro de regras de arbitragem. Essas são contribuições importantes, que caminham paralelamente aos avanços administrativos. O calendário competitivo foi alterado. A princípio, passamos as competições regionais para 2021, juntamente com a Copa Nishiyama, e o Campeonato Mundial, para 2022.