15 de novembro de 2024
Primeira fase do curso de padronização da arbitragem da ITKF foi fundamentada no todome-waza
Curso ministrado por três gigantes da arbitragem do karatê tradicional atraiu árbitros de 30 países aproximadamente
Judges Standardization Course
4 de dezembro de 2019
Por ISABELA LEMOS E MATHEUS ZILIO I Fotos BUDOPRESS
Curitiba – PR
Árbitros de aproximadamente 30 países assistiram nesta terça-feira (3 de dezembro), no ginásio de esportes da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), ao curso ministrado pelos professores Tasuke Watanabe, shihan 9º dan (Brasil), diretor do Shihankai da International Traditional Karate Federation (ITKF); Richard Jorgensen, 8º dan (Canadá), presidente do comitê técnico da ITKF; e Eligio Contarelli, 8º dan (Itália), membro do comitê técnico e diretor de arbitragem da ITKF.
Fazendo uma avaliação detalhada sobre o trabalho apresentado pelos três renomados professores da ITKF, sensei Kazuo Nagamine (7º dan), destacou a relação entre competidores e árbitros. A mesma prontidão observada nos competidores – em relação à dinâmica corporal e à prática do karatê, aplicação dos golpes etc. – deve ser aplicada pelos árbitros na condução dos combates. Portanto, para a execução do kime, por exemplo, o árbitro precisa observar a transição e os momentos corretos para poder exercer a sua função, que é, acima de tudo, de educador dentro do processo de arbitragem.
“Perante dois competidores, o árbitro precisa manter essa ação. Com isso, traz para si uma responsabilidade muito grande, principalmente no sentido de dar segurança aos envolvidos nas lutas”, detalhou Nagamine.
Sensei Kazuo explicou que cada um dos três senseis que conduziram o seminário preocupou-se com a ideia central, que foi abordar a arbitragem de forma a expressar adequadamente o principal conceito do karatê tradicional, o conceito do budô. Para executar essa ideia, deve-se considerar o todome-waza, a técnica do golpe definitivo.
“Toda ação corporal deve buscar e expressar um equilíbrio e a conjunção entre os aspectos físicos, mentais e espirituais. Esses três elementos permitirão a consecução da aplicação da técnica, que pode ser identificada como todome-waza. Durante todo o curso, esta foi a nota comum e cada um deles trabalhou isoladamente esse conceito”, acrescentou Nagamine, que concluiu detalhando o trabalho de cada um dos palestrantes.
“Durante o seminário, Tasuke Watanabe preocupou-se em abordar o conceito do todome-waza de forma mais global e a importância do posicionamento do espírito do lutador, assim como o do árbitro. Já o sensei Jorgensen trabalhou os cinco conceitos fundamentais que envolvem o karatê tradicional em relação à dinâmica corporal, concentração e aspecto cognitivo de todos esses sentidos, buscando trazer estes conceitos na forma de movimento tanto na execução da técnica dos competidores quanto na posição do árbitro. O sensei Contarelli traduziu essas mesmas ações dentro da estrutura da dinâmica corporal, ou seja, em que momento a ação corporal se configura na execução da técnica correta, de maneira adequada, para que uma técnica seja entendida e percebida como merecedora de pontuação.”