15 de novembro de 2024
Professores de Curitiba saem na frente e pedem reabertura de academias esportivas
Lideranças do segmento de lutas e academias do Paraná pedem que o poder público autorize a reabertura das academias, desde que elas se comprometam a tomar medidas de segurança e seguir as normas estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde
Cotidiano
19 de abrilde 2020
Por PAULO PINTO I Fotos VALQUIR AURELIANO e ARQUIVO
Curitiba – PR
Na semana em que o prefeito de Curitiba (PR), Rafael Greca (DEM), relaxou o isolamento social e permitiu a reabertura do comércio, bares e restaurantes, representantes de aproximadamente 50 academias da capital paranaense fizeram neste sábado (18) uma manifestação em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo do Estado, na praça Nossa Senhora de Salete, Centro Cívico, para pedir a reabertura de seus estabelecimentos, que tiveram as atividades paralisadas em razão da pandemia do covid-19.
Professores e proprietários de academias, associações e dojôs defendem que o poder público autorize a abertura das academias, desde que todas se comprometam a tomar medidas de segurança, seguindo as normas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, com distanciamento social e higienização dos tatamis.
No encontro foram arrecadados alimentos não perecíveis que serão repassados à Fundação de Ação Social (FAS). Os organizadores alegam que a manifestação teve apoio da Guarda Municipal e cumpriu as exigências de distanciamento social e uso de máscaras.
Tullius Sérgio Dallagassa, coordenador regional de rendimento da Federação Paranaense de Judô (FPrJ), participou do evento e acredita que os professores de artes marciais e os instrutores de academias de todo o País devem pressionar as autoridades, antes que seja tarde demais.
“Acredito neste posicionamento porque muitos empresários têm subsídios financeiros e alternativas para manter seus negócios por um, dois ou três meses, entretanto, a grande maioria não desfruta a mesma condição e estrutura financeira”, disse o professor faixa preta yon-dan.
“As medidas emergenciais do governo federal para estes comércios ainda não estão em plena vigência, a ponto de salvaguardar aqueles que já estão precisando. Tampouco são tão rápidas quanto aguardavam os empresários. Há muita burocracia e os bancos não estão respeitando as determinações, ou seja, de um lado o governo estadual não entende a essencialidade do setor para a manutenção da saúde e de outro o governo não subsidia com a devida rapidez o mesmo setor que as autoridades exigem que fique parado”, disse Dallagassa.
O professor de judô tem plena convicção de que a categoria promove a saúde e é por este motivo que ele está ao lado deste movimento, principalmente porque já existem colegas que estão sucumbindo e abrindo falência. “Não temos condições financeiras para ajudá-los, podemos apenas dar apoio intelectual e moral. Apoiamos o movimento deste sábado, participamos dele e lutaremos incansavelmente até conseguirmos sensibilizar as autoridades”, concluiu Dallagassa.
Rudimar Fedrigo, um dos organizadores do ato que reivindica a abertura imediata de escolas, academias e dojôs, entende que a decisão governamental está na contramão daquilo que deveria ser feito.
“Não é possível que as academias estejam fechadas. Elas são promotoras de saúde. O exercício físico aumenta a imunidade das pessoas. É imprescindível que as academias sejam abertas com medidas sanitárias – desde a redução do número de alunos até um espaçamento de uma aula a outra para que seja feita toda a higienização da academia”, disse Fedrigo.
Ponta azul escura de muay thai, instrutora e atleta com participação no Invicta, um dos principais eventos femininos de luta do mundo, a curitibana Nicole Caliari entende que a reabertura das academias e dojôs neste momento é de fundamental importância.
“Fazer exercício físico aumenta exponencialmente a imunidade e a autoestima das pessoas. Temos de adotar medidas de segurança e prevenção que realmente ajudem a combater o covid-19. Mas é preciso cuidar da saúde física e mental da população de forma responsável e objetiva. Não vai ser trancando todo mundo em casa eternamente que iremos solucionar o problema”, defendeu Nicole, atleta e instrutora de muay thay para mulheres na Academia Thai Brasil, no bairro do Cristo Rei.