Profissional de Educação Física e professor de judô é preso em flagrante por crime sexual contra criança em Santa Catarina

Dulcimar Antônio Grando, conhecido como Pipoca © Divulgação

Flagrante foi registrado por câmeras de segurança do condomínio; professor já havia sido denunciado e desligado de uma escola junto à Federação Catarinense de Judô em maio deste ano.

Por Paulo Pinto / Global Sports
Curitiba, 12 de setembro de 2025

Um episódio de extrema gravidade abalou o cenário da Educação Física e do judô catarinense nesta semana. O Profissional de Educação Física (CREF 003952/SC) e professor de judô Dulcimar Antônio Grando, conhecido como Pipoca, foi preso em flagrante na noite de quarta-feira (10), em São José, na Grande Florianópolis, acusado de estuprar uma menina de 10 anos. A agressão foi registrada pelas câmeras do condomínio onde aconteceu o crime hediondo, local em que residem tanto o acusado quanto a vítima.

O crime e a fuga frustrada

A reportagem de Felipe Grossi, do Cidade Alerta da TV Record, mostra claramente o momento em que Grando, casado, pai de dois filhos e avô, aparece no vídeo do circuito interno agarrando, beijando e acariciando a criança, antes de levá-la para o banheiro, onde permaneceram por cerca de um minuto e meio.

O caso ocorreu em um condomínio de classe média, não identificado para preservar a vítima. Era por volta das 22 horas de quarta-feira, 10 de setembro, quando moradores participavam de um entrevero no salão de festas.

Fotomontagem da TV Record

Após o abuso, a menina correu para casa e contou tudo aos pais. O pai, ao ouvir o relato da filha, desceu imediatamente ao salão de festas para tirar satisfação com o acusado e partiu para cima dele, sendo contido pelos presentes. Grando negou a acusação e disse que a criança estaria inventando a situação.

A polícia foi chamada, mas antes da chegada dos agentes o agressor fugiu de carro para a região central de Florianópolis. Depois retornou ao continente e estacionou no bairro Jardim Atlântico, onde acabou preso em flagrante algumas horas depois.

Antecedentes e denúncias antigas

O professor não contava que o crime tivesse sido gravado, já que a câmera que registrou a cena havia sido instalada há cerca de um mês. Por isso, inicialmente negou a acusação, acreditando que não haveria provas.

Na quinta-feira (11), Grando passou por audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada. Ele foi encaminhado à penitenciária de Florianópolis, onde aguardará o processo detido. A esposa e o filho, que moravam com ele no condomínio, deixaram o local após o episódio.

Dulcimar já havia sido denunciado por uma aluna do Instituto Estadual de Educação, onde lecionava Educação Física. No boletim de ocorrência, a estudante relatou que o professor frequentemente chamava alunas de “gostosas”. Em uma ocasião, ao perguntar onde seria a aula, recebeu uma resposta agressiva acompanhada de palavrões.

A Polícia Civil segue investigando o caso e acredita que, após a repercussão, outras possíveis vítimas possam registrar boletins de ocorrência. A equipe do Cidade Alerta não conseguiu contato com a defesa do acusado.

Desligamento da ADIEE

Apuração da Revista Budô revelou que, em 21 de maio de 2025, o professor Mário Sergio Tonelli dos Santos, presidente da ADIEE (Associação do Instituto Estadual de Educação), já havia solicitado à Federação Catarinense de Judô (FCJ) o desligamento de Dulcimar Antônio Grando do quadro técnico vinculado à escola.

“A decisão se dá por questões internas, e pedimos que o nome do referido profissional seja removido do cadastro técnico da ADIEE nos registros da FCJ e da CBJ”, destacou o documento. Desde então, ele não atuava mais pela entidade e passou a trabalhar na Academia Top Team, em São José.

Nossa reportagem buscou contato com a Federação Catarinense de Judô para obter um posicionamento oficial, mas até o fechamento desta matéria não houve resposta.

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