Projeto de captação, plataforma de campanha do presidente da CBJ foi realizado em janeiro, mas até hoje não foi executado

Durante a campanha, Sílvio Acácio Borges afirmou aos seus aliados que os recursos para as federações já estavam na conta da CBJ, mas até hoje o projeto não foi executado © Divulgação / CBJ

Recursos dariam suporte às federações estaduais que estão paralisadas e enfrentam sérias dificuldades desde fevereiro de 2020, devido à pandemia da covid-19

Por Paulo Pinto
13 de setembro de 2021 / Curitiba (PR)

Por meio do portal do Ministério da Cidadania, Secretaria Especial do Esporte e da Secretaria Nacional de Incentivo e Fomento ao Esporte, a Budô teve acesso ao processo № 71000.044066/2020-10-SLI 2000358, cujo proponente é a Confederação Brasileira de Judô (CBJ). O objetivo seria suporte às federações estaduais para enfrentarem as dificuldades que sofrem desde fevereiro de 2020, quando suas atividades foram interrompidas devido à pandemia da covid-19.

Mas não foi o que aconteceu. Consultamos vários presidentes de federações estaduais – que, por motivos óbvios, exigiram total anonimato – e a informação que obtivemos foi a de que Sílvio Acácio Borges não cumpriu as promessas feitas no segundo semestre de 2020, quando estava em campanha eleitoral. Os recursos para minimizar as dificuldades das entidades estaduais não chegaram até hoje e as federações continuam mergulhadas na maior crise do judô brasileiro desde 1969, ano da fundação da CBJ.

Os dirigentes comentaram que chegaram até a parabenizar o presidente Sílvio Acácio por ter aprovado e captado os recursos rapidamente. “Em janeiro deste ano cumprimentamos o dirigente da CBJ por ter realizado, aprovado e captado os recursos em tempo recorde. Estamos em setembro, e até agora o projeto não foi executado. Nenhuma federação estadual foi contemplada.”

Segundo os dirigentes, tudo não passou de promessas de campanha. “Foi mais uma das inúmeras balelas proferidas pelo gestor da CBJ. Muitos presidentes acreditaram e o apoiaram cegamente, mas, como se comenta frequentemente, Sílvio Acácio Borges não honra os compromissos que assume, nem mesmo os políticos.”

“Jamais havíamos passado por um quadro tão devastador como o que estamos enfrentando. O valor do projeto gira em torno de três milhões de reais, que já estavam na conta da CBJ, desde o mês de janeiro, segundo o que foi dito pelo próprio presidente da Confederação Brasileira em live realizada com os presidentes, durante a campanha eleitoral. Estes recursos certamente amenizariam os problemas das entidades menores, justamente as que mais sofreram com a crise desencadeada pela pandemia. Esperamos que dessa vez o presidente honre o compromisso assumido com as filiadas da CBJ, e que com isso possamos retomar a modalidade e alavancar o judô nacional no pós-pandemia”, desabafaram os dirigentes.