15 de novembro de 2024
Projeto social ajuda refugiados com PcD a se reintegrarem na sociedade
A iniciativa STEADY conta com o apoio do refugiado Wisam Sami, que conta que o paraesporte abriu uma porta com novas oportunidades em sua vida
Por Comitê Paraolímpico Internacional
26 de junho de 2021
Refugiado do Iraque, Wisam Sami queria que sua mensagem de esperança chegasse a qualquer pessoa que estivesse ouvindo durante o bate-papo ao vivo do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) no Facebook no dia 22 de junho.
O atleta de esgrima em cadeira de rodas deu um testemunho poderoso sobre sua fuga do Iraque para a Grécia, onde acabou encontrando na esgrima em cadeira de rodas novas oportunidades.
“Por favor, na vida você tem muitas chances, então não fique apenas no seu quarto”, disse Sami. “Eu era assim. Eu estava no meu quarto, como refugiado. Perdi minha casa, não me sentia nada. Mas o esporte abriu meus olhos. Abra os olhos, faça esporte e comece uma nova vida.”
Aos três anos, sua mãe o levou ao hospital por causa de uma febre persistente, quando ele recebeu, por engano, uma injeção destinada a adultos. Os efeitos deixaram sua perna direita permanentemente danificada. Em 2010, ele tentou entrar para um clube de esgrima em sua cidade natal, Mosul, mas foi recusado.
“Em uma sala, ninguém se preocupa com você. Mas se você jogar e conhecer novas pessoas, isso abrirá uma porta em sua vida. Você se sentirá bem e dirá ‘Não sou apenas um refugiado.’”
Mas três anos depois, a ascensão do Estado Islâmico no Iraque mudou a mudança de vida de Sami para sempre. Durante o chat ao vivo, Sami detalhou como fugiu do Iraque e, em 2016, foi para a cidade costeira de Izmir, na Turquia, onde grupos mafiosos estavam contrabandeando refugiados para a Grécia. Depois de algumas tentativas, ele finalmente chegou à Grécia, onde foi apresentado ao Comitê Paraolímpico Nacional da Grécia por um amigo.
Foi através de iniciativas como o Esporte como Ferramenta para Empoderamento de Jovens (Des) abilitadps e Deslocados (STEADY, na sigla em inglês) que trouxe Sami para onde ele está hoje. Ele enfatizou o papel que o esporte pode desempenhar na integração dos refugiados na sociedade.
“Agora quero mandar também uma mensagem aos clubes, treinadores e dirigentes desportivos. Abra a chance para jogadores refugiados, organizações que podem apoiar refugiados, basta abrir as portas para esses jogadores. Junte-se ao projeto STEADY, porque isso mudou minha vida e pode mudar outros refugiados também.”
Foram tiradas dúvidas dos telespectadores, perguntando mais sobre a jornada de Sami e seus objetivos com o esporte, bem como a iniciativa STEADY, que é uma ferramenta para apoiar as comunidades locais com a inclusão de refugiados e pessoas deslocadas com deficiência.
Jose Cabo, Gerente Sênior da Divisão de Programas de Aumento de Sócios do IPC enfatizou: “Este projeto é para todos. Todos podem fazer parte deste projeto. O que queremos é expandir essa iniciativa. Os clubes locais podem abrir suas portas para os refugiados com e sem deficiência praticarem. Queremos usar o paraesporte como uma ferramenta de inclusão social, como uma ferramenta de intercâmbio entre a comunidade anfitriã e a comunidade de refugiados.”