26 de dezembro de 2025
O professor doutor Weimar Castilho, ao lado do professor kodansha Ton Pacheco, um dos principais responsáveis pela estruturação e consolidação do judô no Tocantins © Arquivo
O judô chegou ao Tocantins antes mesmo de o estado existir oficialmente. Criado pela Constituição Federal de 1988 e instalado em 1º de janeiro de 1989, o mais jovem estado brasileiro herdou, ainda em sua fase embrionária, o esforço silencioso de professores e praticantes que lançaram as bases de uma modalidade que hoje faz parte de sua identidade esportiva. Essa trajetória — construída com dedicação, improviso e espírito coletivo — passa agora a ser registrada no livro “Quando o Judô Chegou por Aqui”, de autoria do professor doutor Weimar Castilho, lançado no Campus Palmas do Instituto Federal do Tocantins (IFTO).
A obra nasce com um propósito claro: preservar a memória esportiva tocantinense a partir de fontes diretas, valorizando os protagonistas que efetivamente participaram da implantação e consolidação do judô no estado. Em um país onde muitas histórias regionais da modalidade foram reconstruídas a partir de relatos indiretos, o livro assume caráter singular ao reunir depoimentos de pioneiros ainda vivos, documentos, registros e experiências narradas em primeira pessoa.

Os professores Ton Pacheco, Weimar Castilho e Papa participam da noite de autógrafos do livro “Quando o Judô Chegou por Aqui”, momento de celebração da memória e dos pioneiros do judô tocantinense © Arquivo
Segundo Weimar Castilho, a motivação para escrever o livro surgiu da constatação de que o Tocantins vivia uma oportunidade rara.
“Registrar a história do judô no Tocantins é compreender como uma modalidade se construiu a partir de pessoas, valores e escolhas feitas em um território ainda em formação. Trata-se de uma história recente, que precisa ser preservada agora para que não se perca com o tempo.”
O processo de pesquisa envolveu a revisão de artigos acadêmicos, dissertações e teses reunidas ao longo de anos de estudo, além de entrevistas realizadas diretamente com senseis que participaram da introdução do judô no estado. Muitos desses relatos foram enviados em áudio ou texto, reforçando o caráter colaborativo da obra. “Foi como beber água diretamente da fonte”, define o autor.
Mais do que um resgate histórico, o livro dialoga com a formação humana promovida pelo esporte. Professor efetivo do IFTO – Campus Palmas, Weimar destaca que o lançamento da obra dentro da instituição carrega um significado especial.
“O IFTO forma para a vida — não apenas para concursos ou seleções. O esporte tem papel central nesse processo, pois contribui para o desenvolvimento físico, intelectual, emocional e social dos estudantes.”

Fac-símile da capa do livro Quando o Judô Chegou por Aqui, obra que resgata a introdução e a consolidação do judô no estado do Tocantins © Arquivo
A obra também se consolida como um gesto concreto de compromisso social. Toda a renda arrecadada com a venda do livro será destinada aos atletas do Palmas Judô Clube, onde o autor atua voluntariamente. Os recursos auxiliarão na aquisição de judogis, inscrições em competições, viagens e outras despesas essenciais.
“Recebi muitas colaborações para escrever este livro e fiz tudo por gosto. Ver meu sensei tirando dinheiro do próprio bolso para ajudar os atletas me sensibilizou. Doar a renda foi uma decisão natural.”
Ao longo das páginas, “Quando o Judô Chegou por Aqui” destaca personagens fundamentais para a estruturação da modalidade no Tocantins. Entre eles, o professor Ton Pacheco, reconhecido como um dos principais responsáveis pela organização institucional do judô no estado, cuja atuação foi decisiva para transformar iniciativas isoladas em um sistema esportivo organizado.
O livro também homenageia outros nomes centrais desse processo, como os quatro dirigentes que conduziram os destinos da modalidade no estado: Irisomar Fernandes Silva, Herbert Giacomini, Georgton Thomé Burjar Moura Pacheco, Daniel Iglesias de Carvalho e Celso Galdino de Araújo, cujas trajetórias simbolizam dedicação, perseverança e compromisso com a formação esportiva e cidadã.
Ton Pacheco esclarece que o primeiro judoca a chegar a Palmas foi o sensei Expedito Pereira Lima Júnior, em 1996, em um contexto no qual o judô ainda não existia de forma estruturada no estado do Tocantins.
No ano seguinte, com a chegada de Ton Pacheco, a modalidade passa efetivamente a ganhar estrutura, organização e direção técnica. Com formação consolidada em São Paulo — onde conquistou o título Brasileiro defendendo a ADC São Caetano — Ton tornou-se o primeiro sensei formador do judô no estado, assumindo o papel central de alavancar o desenvolvimento técnico, pedagógico e institucional da modalidade no Tocantins.
A partir desse período, Expedito passou a atuar no dojô conduzido por Ton Pacheco, integrando um esforço coletivo que marcou os primeiros passos consistentes do judô em Palmas e lançou as bases do judô organizado no Tocantins.
Em um estado ainda jovem, onde muitas políticas esportivas seguem em construção, a obra cumpre papel estratégico ao oferecer referências históricas para atletas, professores, dirigentes e gestores. Ao conectar origem, identidade e futuro, o livro reafirma o judô como ferramenta de educação, disciplina, inclusão social e pertencimento.
“Quando o Judô Chegou por Aqui” não apenas registra o passado — ele fortalece o presente e projeta o futuro do judô tocantinense, honrando seus pioneiros e inspirando as próximas gerações.
Na avaliação do professor kodansha, Ton Pacheco, registrar a história do judô no Tocantins é compreender como uma modalidade se construiu a partir de pessoas, valores e escolhas feitas em um território ainda em formação. Trata-se de uma memória viva, recente, que precisa ser preservada agora para que não se perca com o tempo.
“O Tocantins é um estado jovem, e o judô também é jovem aqui. Por isso, registrar essa história agora é fundamental. O livro do professor Weimar cumpre um papel que vai muito além do registro acadêmico: ele preserva a memória dos que iniciaram esse trabalho, valoriza os pioneiros e oferece referência para as próximas gerações de judocas.”
“Daqui a alguns anos, muitos dos que participaram dessa construção não estarão mais presentes. Ter esse material organizado, documentado e acessível é um legado para o judô tocantinense”, concluiu o ex-presidente da Fejet.

Weimar Castilho e o Celso Galdino com crianças de projetos; os recursos arrecadados com a venda do livro serão integralmente revertidos para o apoio a jovens judocas carentes do estado © Arquivo
O autor da obra finaliza destacando que este livro não é um ponto de chegada, mas um ponto de partida. “Ele reconhece os que abriram caminho e oferece às novas gerações a possibilidade de entender que o judô no Tocantins não surgiu por acaso — foi construído com esforço, dedicação e compromisso coletivo.”
Ao reunir depoimentos diretos, documentos e memórias daqueles que participaram da implantação do judô no estado, a obra estabelece uma ponte sólida entre passado e futuro. Em um contexto em que o Tocantins ainda constrói sua identidade esportiva, o livro assume papel estratégico ao preservar trajetórias, valorizar os pioneiros e oferecer referência histórica para atletas, professores e gestores que hoje dão continuidade a esse caminho.
Interessados em adquirir a obra produzida pelo sensei Weimar Castilho podem acessar o perfil do dojô no Instagram ou entrar em contato diretamente com o sensei Hilton pelo WhatsApp (63) 98119-7167.
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