Rafaela Silva perde o bronze após duelo com a japonesa Haruka Funakubo

Rafaela Silva reverencia o shiai-jô antes do combate © Gabriela Sabau / IJF

Com apoio da torcida francesa, a campeã olímpica peso leve do Instituto Reação deixa os Jogos Olímpicos de Paris 2024 sem conquistar medalha na competição individual.

Fonte CNN Esportes e CBJ
29 de julho de 2024 / Curitiba (PR)

A judoca Rafaela Silva foi superada pela japonesa Haruka Funakubo, na disputa de bronze da categoria peso leve (57kg), nesta segunda-feira (29). Com o resultado, a brasileira deixa os Jogos Olímpicos de Paris 2024 sem medalha na disputa individual, mas ela volta a competir na Arena Champ de Mars neste sábado (03), para brigar por medalha na competição por equipes mistas.

Rafaela iniciou a disputa de bronze atropelando a japonesa que no fim do tempo normal passou a botar pressão na brasileira © Kulumbegashvili Tamara / IJF

Nas eliminatórias, Rafaela foi uma guerreira. Estreou com vitória com juji-gatame em Maysa Pardayeva, do Turcomenistão. Nas quartas de final, encarou Eteri Liparteliani, da Geórgia e já no primeiro minuto ela projetou Liparteliani de wazari. Em seguida a judoca Georgia buscou reverter a vantagem da brasileira, mas acabou sofrendo o segundo wazari que colocou Rafaela na semifinal dos Jogos de Paris 2024.

Rafaela foi impecável na fase eliminatória © Kulumbegashvili Tamara / IJF

Para chegar à sua segunda final olímpica consecutiva, Rafaela tinha que enfrentar a atual campeã do mundo, Mimi Huh, que vinha sendo uma pedra em seu caminho neste ciclo. Era uma das poucas atletas do Top 20 mundial que ainda não havia vencido. No histórico, foram quatro lutas e quatro vitórias para a sul-coreana. Sabendo que poderia cruzar com ela numa semifinal, Rafaela direcionou muito do seu treinamento tático para conseguir encontrar o caminho da vitória inédita, mas Huh levou a melhor novamente, ao imobilizar a brasileira por dez segundos no golden score e anotar um wazari no placar.

A primeira luta contra Maysa Pardayeva foi vencida com ippon de juji-gatame © Kulumbegashvili Tamara / IJF

“Eu sabia que encontraria ela em uma possível semifinal aqui. Ela é uma atleta bem difícil, tenho dificuldade de lutar com ela. No início da luta, até pensei que tinha sido osae-komi, vou precisar rever porque não consegui ver o lance ainda. E logo na primeira entrada que dei, desequilibrei e caí no chão”, analisou.

Na decisão do bronze, Rafaela reencontrou a japonesa Haruka Funakubo, que havia vencido na final do Mundial de 2022, quando sagrou-se campeã do mundo pela segunda vez. Mas, em Paris, o cenário foi diferente e a japonesa levou a melhor.

Rafaela literalmente impôs o terror nos tatamis de Paris © Kulumbegashvili Tamara / IJF

A luta seguiu intensa até os cinco minutos de golden score, com duas punições para cada, até a arbitragem acusar head-dive, ou “mergulho de cabeça”, de Rafaela, resultando no hansoku-make (desclassificação).

“Essa regra é para de fato proteger os atletas. Eles falam que, quando tem um apoio de cabeça, corremos o risco de machucar a cervical ou algo do tipo, é mais uma proteção. Eu preciso avaliar e assistir, não senti que encostei a cabeça, mas é a regra. A gente precisa aprender a lidar e infelizmente não foi ao meu favor hoje. Naquele momento senti que eu estava crescendo na luta, sabia que ela buscava o ne-waza, consegui fazer algumas defesas, mas acabei sendo penalizada ali no finalzinho e volto pra casa sem a medalha”, concluiu.

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