Seleção brasileira juvenil é vice-campeã na Copa Europeia de Berlim

Somando três medalhas de ouro e uma de prata, Brasil constrói melhor resultado de todos os tempos no certame que este ano reuniu 694 atletas provenientes de 33 países.

Ficando atrás apenas da Rússia, a seleção brasileira juvenil fez história em Berlim superando seleções fortíssimas como França, Itália, Alemanha, Sérvia, Cazaquistão, Holanda e Geórgia.

No sábado (29) primeiro dia de disputa, Laura Ferreira (44kg) foi campeã e William Lima (60kg) foi vice-campeão. No domingo (30) Gabriella Moraes (63kg) e Luiza Cruz (+70kg), foram campeãs e o Brasil fechou a disputa com três medalhas de ouro e uma de prata.

Considerada uma das etapas mais difíceis do circuito mundial da base, a Copa Europeia de Berlim desta temporada reuniu 694 atletas provenientes de 33 países. A etapa de Berlim foi a última competição antes do Campeonato Mundial Juvenil que acontecerá em Santiago, no Chile, entre 1 e 13 de agosto.

Um início de temporada repleto de medalhas para o Brasil no circuito internacional da base

Ratificando o importante trabalho desenvolvido pela gestão da base da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), os judocas que medalharam em Berlim exibem um extenso currículo de medalhas e pódios nas competições internacionais desta temporada. Um grande exemplo é a peso-ligeiro Laura Ferreira, que em quatro competições obteve três medalhas de ouro e uma de bronze.

Para ser campeã, Luiza Cruz enfileirou suas adversárias vencendo os quatro combates por ippon da mesma forma: forçando três punições às adversárias. Nas preliminares, venceu Julia Ksiezyk (POL), Marit Kamps (NED) e Fatma Laabidi (TUN). Na decisão pelo ouro, derrotou a russa Daria Vladimirova. Este foi o primeiro ouro de Luiza na temporada no Circuito Mundial Juvenil, onde já havia conquistado a prata em Antalya e o bronze, em Zagreb.

Gabriella Moraes venceu quatro das cinco lutas por ippon. Superou Wendy Lavenette (FRA), Tatiana Guzun (RUS), Sayora Mirzakhmetova (KAZ), Annabelle Winzig (GER) e, na final, Meriem Khelifi (TUN). Foi a terceira medalha de Gabriella neste ano em competições internacionais. Gabriela já havia sido campeã em Antalya e vice em Zagreb.

Para chegar ao título inédito na Alemanha, Laura Ferreira passou pela húngara Dorina Klein, impondo dois wazaris, pela russa Lillia Nugaeva, jogando de ippon, pela italiana Carlotta Avanzato com um wazari e, na final, venceu a húngara Timea Kardos por dois wazaris contra um da adversária. Esta foi a quarta medalha consecutiva da brasileira no Circuito Europeu da base. Neste ano, Laura Ferreira levou o bronze em Antalya, ouro em Zagreb e ouro em Coimbra (júnior).

William Lima fez cinco lutas até a final, vencendo quatro por ippon. Nas preliminares, passou pelo português André Cravo impondo três wazaris, jogou o georgiano Guram Dzavashvili de ippon, atropelou o holandês Camiel Roskamp com um wazari e depois com ippon, o italiano Flavio Frasca caiu duas vezes de wazari e depois de ippon, o russo Khetag Basaev perdeu de ippon e, na final, acabou caindo de wazari para o russo Kazbek Naguchev, conquistando, assim, a medalha de prata. Essa foi a terceira medalha consecutiva de William no circuito sub 18. Ele estreou com bronze em Antalya, levou ouro em Zagreb e, agora, uma prata em Berlim.

O Brasil ainda teve um quinto lugar de Amanda Arraes (44kg) e dois sétimos, com Thayna Lemos (52kg) e Marcos Santos (66kg).

Comissão técnica vibra com resultado inédito e faz planos para o Chile

O Brasil jamais havia sido vice-campeão da Copa Europeia de Berlim e, além de vibrarem pelo ineditismo da conquista, técnicos e dirigentes comemoraram o excelente desempenho da equipe que mira grandes resultados no Campeonato Mundial que acontecerá no Chile, no segundo semestre.

Edmílson Guimarães, supervisor técnico das equipes de base, enalteceu a determinação do time feminino. “Toda comissão técnica está orgulhosa e muito feliz pelo resultado alcançado em Berlim. Se não me engano, este foi o melhor resultado do Brasil neste evento. Viemos à Europa com 23 atletas e todos sem exceção estão de parabéns. Chegar até a seleção brasileira é um feito importante e extremamente difícil, em função do alto nível competitivo do judô brasileiro. Mas não podemos deixar de destacar a força do time feminino que conquistou três medalhas de ouro e foi o ponto alto da equipe”, destacou o dirigente.

O supervisor das equipes de base fez projeções em torno do mundial juvenil. “Estamos otimistas quanto ao desempenho da seleção brasileira no mundial sub 18, mas temos consciência de que o caminho é longo e nossos atletas ainda têm que treinar muito para alcançar resultados importantes nas classes juvenil e júnior para depois, quem sabe, chegarem na equipe principal para seguir crescendo e focando a possibilidade de disputar uma olimpíada”, lembrou Guimarães.

A seleção brasileira juvenil foi à Alemanha com a comissão técnica formada por Danusa Bittencourt, técnica do feminino; Douglas Potrich, técnico do masculino; Thiago Ferreira, fisioterapeuta; e Edmílson Leite Guimarães, supervisor técnico das equipes de base.