Shihan Wagner Bull e o Ki do aikidô – Um presente para os praticantes de Minas Gerais

Shihan Wagner Bull meditando em seiza © lapeliculaporai

O Wa Dojô e o Instituto Takemussu Casa D’Itália, de Juiz de Fora (MG), receberam nos dias 28 e 29 de outubro a iluminada presença do shihan Wagner Bull, shichi-dan (7º dan).

Por Paulo Pinto e Antonio Heredia
7 de novembro de 2023 / Curitiba (PR)

O Wa Dojô de Aikidô de Juiz de Fora (MG) realizou nos dias 28 e 29 de outubro o Seminário de Aikidô Wagner Bull 2023, nas instalações do Instituto Takemussu Casa D’Itália. O encontro reuniu cerca de 65 praticantes da cidade e de outras regiões de Minas Gerais, alunos e ex-alunos do Wa Dojô e o instrutores do Instituto Takemussu de São Paulo, o shidoin Alexandre Bull, roku-dan (6º dan Aikikai), Claudinei Bezerra, yon-dan (4º dan) e Suzana Mayumi Iha, ni-dan (2º dan).

Alexandre Bull projetando uke com kokyu nage © lapeliculaporai

Com esta participação e com o espírito fraterno e colaborativo de todos, os instrutores, trazendo na bagagem suas experiências acumuladas e técnicas apuradas, inspiraram e incentivaram nestes dois dias a vontade de todos de crescerem sempre mais no aikidô.

Cerimonial de abertura com os yudanshas perfilados © lapeliculaporai

O dosochô do Wa Dojô, Alfredo sensei, exaltou a importância no caminho de desenvolvimento do aikidô do shihan que, com sua trajetória de vida e sua orientação, vem enriquecendo o aprendizado da comunidade aikidoka.

Início do seminário © lapeliculaporai

“A relação entre um aluno e seu mestre tende a ser profunda e significativa. É por meio do comprometimento e da dedicação de ambos que o aluno pode crescer e se desenvolver na prática do  aikidô e na vida como um todo. Expressar sua gratidão é uma maneira sincera de honrar essa relação e reconhecer a importância do mestre em sua jornada no aikidô. Vou continuar me esforçando para  aprender com os seus ensinamentos”, afirmou Alfredo sensei.

“Quanto mais treinamos, menores são as dúvidas; no entanto, mais profundas elas se tornam.

Claudinei Bezerra sensei falou sobre o aprendizado especial que todos os seminários intensivos proporcionam aos participantes. “Quanto mais treinamos, menores são as dúvidas; no entanto, mais profundas elas se tornam. O interessante é que grandes aprendizados não se restringem aos tatamis e se estendem para as conversas rápidas durante os intervalos, as refeições e o convívio social.”

Alfredo sensei e shihan Wagner © lapeliculaporai

Em Juiz de Fora, segundo Claudinei sensei, além do aprendizado recebido diretamente do shihan Wagner Bull, os participantes compartilharam uma quantidade inestimável de conteúdos sobre como organizar um evento com vontade e atitudes genuínas, exemplos de liderança agregadora demonstrados pelo dojocho, cuidados fraternos, educação e acolhimento e cuidados com os participantes proporcionados por todos os seus alunos.

Wa Dojô é uma escola do instituto Takenussu e recebe orientação direta do shihan Wagner através do seu aluno Alfredo © Daniel Freitas

“Sem dúvida o Wa Dojô nos ensinou muito sobre gentileza e a arte de receber bem. Definitivamente isso também é parte central da filosofia do aikidô.” E concluiu: “A chave para receber convidados com sucesso em eventos como cursos e palestras está na atenção aos detalhes e na criação de uma experiência memorável, certificando-se de que todos os aspectos do evento sejam bem planejados e executados, aumentando assim a satisfação dos participantes. E foi exatamente isso que vivenciamos nestes dois dias em Juiz de Fora.”

O kamidana do Instituto Takemussu Casa D’Itália © lapeliculaporai

Técnicas no touch

Executando técnicas no touch, o shihan Wagner Bull demonstrou como pode ocorrer a conexão física e mental entre o Uke e o Nage. Para isso, aprofundou-se nos estudos do Ki – energia, fonte. Também conhecida como Chi na tradição chinesa, Prana na tradição indiana e por vários outros nomes em diferentes culturas, é um conceito que se refere à energia vital, ou energia universal, presente em muitos sistemas de crenças orientais e práticas espirituais.

Alexandre Bull realizando jiuwaza – técnicas livres, nas quais um, ou vários ukes, atacam simultaneamente o nage © lapeliculaporai

“Todas as artes japonesas têm este espírito de harmonia, esta energia universal ou Ki. Pode receber o nome de Espírito Santo, Grande Natureza ou Leis Universais e todos podem sentir a energia”, explicou o shihan Wagner Bull.

“O conceito de Ki está relacionado à capacidade de direcionar e utilizar a energia de forma eficaz e harmoniosa.”

O aikidô é muitas vezes referido como “o caminho aiki” ou “o caminho da harmonia espiritual”. O shihan enfatizou a importância de harmonizar a energia (Ki) com a forma. Concentrar na harmonia em vez de confrontar diretamente. O conceito de Ki está relacionado à capacidade de direcionar e utilizar a energia de forma eficaz.

Todos em seiza, alunos ordenados em ordem crescente de graduação e tempo de treino da direita para a esquerda e de frente para o shihan fazem uma breve meditação – mokusô © lapeliculaporai

Os praticantes devem trabalhar para desenvolver a sensibilidade em relação ao Ki e direcioná-la de maneira harmoniosa. O shihan trouxe à tona a diferença entre o aikidô moderno e o do fundador, Morihei Ueshiba, O’Sensei, o qual ele busca incessantemente em seus estudos e práticas. Esta busca e desenvolvimento ficam bem claros no testemunho de José Alfredo, professor no Wa Dojô, que pratica o aikidô desde os 8 anos e participa de seminários ministrados pelo shihan Wagner Bull sempre que tem oportunidade.

Professor José Alfredo – Wa Dojo JF © lapeliculaporai

“Fico surpreso com sua incrível habilidade, espiritualidade e marcialidade, entre outros aspectos que observo. No Wa Dojô, seguimos os ensinamentos do shihan Bull. Uma das experiências e vivências mais incríveis que tive foi quando ele disse: Eu sei fazer a técnica dessa forma! E, em seguida, demonstrou uma técnica de extremo vigor e intensidade, inquestionavelmente marcial. Então, ele completou: Mas minha busca não é mais essa. Tenho buscado isso. E demonstrou a mesma intensidade e energia na técnica, mas de uma maneira diferente. Ele simplesmente mostrou que há aspectos além do físico e do material. Acho isso incrível e espero um dia vislumbrar esse caminho.”

Alfredo sensei e shihan Wagner © lapeliculaporai

Para Miguel Torres, faixa preta sho-dan e aluno do Wa Dojô desde 2014, participar do seminário do shihan Wagner Bull foi um momento muito especial. “Foi incrível absorver os conhecimentos transmitidos pelo shihan e poder visualizar o quanto o aikidô é profundo, amplo e bonito. Sou muito grato e honrado por poder participar do seminário junto com o sensei Alfredo de Paula e com a minha família e amigos do Wa Dojô.”

“Com sua forma simples e transparente de ser, shihan Wagner mostrou-me, respeito ao ser humano, harmonia com o universo e uma forma de viver Deus dentro da prática de uma arte marcial por meio da busca da energia Ki.”

Para Antônio Heredia, também aluno do dojô, este seminário marcou um ponto de inflexão com a prática do aikidô e ao mesmo tempo de congruência em sua vida espiritual.

Miguel Torres sho-dan © lapeliculaporai

“Shihan Wagner mostrou-me, com sua forma simples e transparente de ser, respeito ao ser humano e harmonia com o universo, uma forma de viver Deus dentro da prática de uma arte marcial por meio da busca da energia Ki. Agradeço ao sensei Alfredo que há alguns anos me acolheu no Wa Dojô e hoje me deu a oportunidade de participar deste abençoado encontro com shihan Bull – um grande evento com ensinamentos que todos levarão pela vida. Domo-arigato-gozaimasu, shihan Wagner.”

Shihan Wagner Bull fazendo gyaku hanmi katatetori kokyu ho – técnica de treinamento do ki, centro e expansão de energia © lapeliculaporai

Alexandre Bull, shidoin do Instituto Takemussu de São Paulo, fez avaliação extremamente positiva do encontro, afirmando que a estrutura do seminário estava impecável e que o cenário foi espetacular.

Claudinei Bezerra sensei © lapeliculaporai

“Os tatamis ocuparam uma área bastante grande e toda as formalidades da cultura japonesa foram devidamente cumpridas. Sensei Wagner e nós, instrutores, fomos muito bem recebidos e todas as honrarias que cabiam ao shihan foram prestadas”, disse Alexandre, que falou sobre a excepcional exposição de fotos com toda a trajetória do shihan no aikidô de Juiz de Fora. “Em suma, foi um evento espetacular.”

Sensei Suzana Mayumi Iha, ni-dan © lapeliculaporai

Sensei Alexandre Bull concluiu destacando que o ponto alto do seminário de Juiz de Fora foi a capacidade do shihan de conseguir passar conhecimento para todos os praticantes inscritos no encontro.

Alfredo sensei © lapeliculaporai

“Houve transmissão de conhecimento para todos: desde o menos graduado até o mais graduado. A interação mútua e, como sempre, o relacionamento interpessoal foram muito bons. Usufruímos um ambiente familiar que a gente gera e é uma troca muito saudável, muito sincera e de coração. Então, nós fomos muito bem recebidos, o shihan conseguiu passar toda a sua mensagem sobre o aikidô eficiente sob ponto de vista de defesa pessoal, mas ao mesmo tempo entendendo o aikidô como um caminho de melhoria da qualidade de vida, da emoção e do espírito, como um caminho de evolução e iluminação espiritual.”

Shihan Wagner Bull e Alexandre Bull sensei © lapeliculaporai

Participantes

Participaram do encontro os seguintes aikidocas do Wa Dojô: Adehyr, Alfredo, Alice, Anderson, Antonio, Camila Chaifero, Cara Chaifer, Carolina, Crystovam, Daniel, Eduardo, Fabrício, Firmino, Héber Henrique, Hernando, Hikaru, Iza, J. Alvim, João Cláudio, José Alfredo, Kayke, Kercya, Lair, Lucas, Lucas Filho, Marcelo, Marcos, Mário Oliveira, Miguel, Miguel Rick, Miqueias, Mônica, Paulo, Paulo, Ricardo, Rogério,  Silvia, Vânia e Yago.

Shihan Wagner Bull faz a saudação final © lapeliculaporai

Os participantes do Takemussu do Rio de Janeiro são: Antônio Carlos, Wilton Damásio e Rosana. Do Instituto Takemussu de São Paulo são: Alexandre Salun Bull, Claudinei Bezerra, Suzana Mayumi Iha,  Camilo, Cladineis, Cristina Watanabe, Felipe Arakaki e Janaina.

Fotomonagem do designer gráfico Antônio Heredia, parte do acervo apresentado na exposição de fotos com toda a trajetória do shihan no aikidô de Juiz de Fora

Participaram do encontro os seguintes aikidocas do Nokiochi Dojô Aikidô: João Bosco, Rodrigo e Tony. Os participantes do dojô Takemussu são Pedro, Sílvia, Sumiko, Suzana e Roberta. Já os participantes do Aikikai Dojô foram Isabela e Adeliano.

Fotomonagem do designer gráfico Antônio Heredia, parte do acervo apresentado na exposição de fotos com toda a trajetória do shihan no aikidô de Juiz de Fora

Fotomonagem do designer gráfico Antônio Heredia, parte do acervo apresentado na exposição de fotos com toda a trajetória do shihan no aikidô de Juiz de Fora

Fotomonagem do designer gráfico Antônio Heredia, parte do acervo apresentado na exposição de fotos com toda a trajetória do shihan no aikidô de Juiz de Fora

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