Sílvio Acácio constrange e proíbe técnica da seleção de dar palestra em delegacia regional paulista

Além de frustrada, a professora Rosicleia ficou visivelmente constrangida e envergonhada por ter que declinar do convite © CBJ

Meia hora antes de começar o evento online da 7ª DR Sudoeste, presidente da CBJ enviou advertência a Rosicleia Campos, impedindo sua participação

Por PAULO PINTO
2 de julho de 2021 / Curitiba (PR)

Repetindo suas grosserias, Sílvio Acácio Borges proibiu a técnica da seleção brasileira de judô feminina, Rosicleia Campos, de dar palestra para os judocas de todo o País que semanalmente acompanham os eventos realizados pela 7ª DR Sudoeste da Federação Paulista de Judô (FPJudô).

Desta vez, sua atitude revestiu-se de requintes de crueldade. Sílvio Acácio sabia do convite há algum tempo, mas deixou o barco correr e resolveu intimidar a palestrante quando faltavam poucos minutos para o começo da transmissão. Rosicleia estava empolgada com a oportunidade de fazer uma palestra específica para as mulheres, mas teve seus planos frustrados.

Banner de divulgação da palestra online

“Seria a primeira vez que a Rosi falaria diretamente ao público paulista; ela já havia feito o teste de link e estávamos praticamente prontos para começar quando o presidente da CBJ a intimidou e ela teve de desistir”, contou Cristina Amorim, coordenadora técnica e de comunicação da 7ª DRJ Sudoeste, que lamentou muito a intempestividade do dirigente nacional.

“Ela estava fazendo a maior divulgação em seu Instagram e estava superanimada, mas a poucos minutos de começarmos a CBJ enviou uma advertência, o que a fez desistir de honrar o compromisso assumido, para não ser punida”, explicou.

Segundo a coordenadora técnica e de comunicação da 7ª DRJ Sudoeste, além de frustrada, a professora Rosicleia ficou visivelmente constrangida e envergonhada por não poder atender ao convite feito pelas professoras que coordenam a programação da regional.

Diante de mais esta desfeita de Sílvio Acácio, a professora Cristina fez questão de assumir que ela havia revelado os fatos ocorridos à revista Budô.

“Pode revelar que fui eu que passei as informações, pois não sou conivente com coisas erradas. Este senhor nos constrangeu e expôs intencionalmente a técnica do judô feminino do Brasil. Repudio totalmente sua atitude desrespeitosa e de extrema grosseria com as mulheres, pois esta palestra fazia parte do Projeto Judô Mulher da 7ª DRJ Sudoeste”, desabafou a professora paulista.

A professora kodansha Rosicleia Campos estava empolgada com a oportunidade de fazer uma palestra específica para as mulheres © Geoff Robins / AFP

Useiro e vezeiro

Não é a primeira vez que Sílvio Acácio deixa professores e dirigentes do judô constrangidos. Em março de 2020 o comandante do judô nacional proibiu a vinda do professor japonês Naoki Murata, curador do museu e da biblioteca do Instituto Kodokan de Tóquio, ao Brasil. Sensei Murata viria ministrar um curso para os mais de 1.600 professores de judô que participavam do credenciamento técnico da FPJudô.

Na vã tentativa de justificar seu ato descabido e deselegante que, na verdade, demonstrou desrespeito e agressão ao Instituto Kodokan, o inapto presidente da CBJ alegou que buscavam macular a sua autoridade.

“Não vou autorizar a vinda do professor Murata ao Brasil porque a Federação Paulista de Judô deveria ter pedido autorização para tanto antes de convidá-lo a vir para o Brasil”, decretou na época o todo-poderoso presidente da Confederação Brasileira de Judô.