11 de novembro de 2024
Smart Fit perde 198 mil alunos em três meses
A queda corresponde a 7%. Mas a rede de academias, que se espalha por 12 países, abriu 15 unidades nesse período, chegando a 830
Gestão
28 de outubro de 2020
Por DANIEL SALLES / EXAME I Fotos INSTAGRAM e LEO MARTINS / ABRIL
São Paulo – SP
Alguma debandada, por razões óbvias, era de esperar. Em comunicado direcionado aos acionistas, divulgado no dia 7 de outubro, a Smart Fit informou que sua atual carteira de clientes soma 2.497.000 de alunos. Quer entender a evolução da pandemia e o cenário de reabertura do país? Acesse a EXAME Research.
É um número impressionante, mas um tanto diferente do anunciado no dia 7 de julho passado: 2.695.000. Significa que a rede perdeu 198 mil clientes nos últimos três meses. São números que englobam as demais marcas do grupo, como Bio Ritmo e 02 (o grupo se espalha por 12 países da América Latina).
Consideradas só academias que ostentam o logotipo da Smart Fit, o tombo, no mesmo período, foi de 191 mil alunos. Eram 2.637.000 em julho e agora são 2.446.000. Registre-se que nenhuma Smart Fit no país fechou as portas em definitivo na quarentena e que a maioria já voltou à ativa.
Das 830 atuais, 332 ficam no Brasil (o segundo país com mais unidades é o México, com 166). “A frequência está crescendo e já retomamos nosso plano de crescimento”, informa diz André Pezeta, vice-presidente da rede. Em julho, é verdade, a marca Smart Fit somava 815 (e o grupo, 852, número que subiu para 865). Analisadas só as redes Bio Ritmo e 02, que somavam 37 unidades e, agora, 35, o total de alunos diminuiu de 58 mil para 51 mil, também entre julho e outubro.
“Os clientes tiveram a cobrança de mensalidades congelada durante o período de fechamento das academias, sendo realizada a cobrança da manutenção anual, taxa de adesão e pendências de pagamentos existentes antes do fechamento”, informou Afonso Sugiyama, diretor de relações com investidores. “No mês de setembro, destacamos a reabertura das academias na Cidade do México, e das academias nas principais cidades na Colômbia, incluindo Bogotá e Medellin.”
Para se manter conectado com seus clientes, o grupo fez o possível para fincar um pé no universo virtual. “A gente não poderia deixar nossos clientes desatendidos”, diz Pezeta. Com 30 unidades no Brasil, a Bio Ritmo alugou para os alunos 500 bikes de spinning — as mais em conta custam 399 reais por mês — e apostou em aulas virtuais, que custam 14,90 reais para não associados. Já a Smart Fit lançou na quarentena o site Treine em Casa, que agrupa aulas de mais de 20 modalidades. Gratuita até para quem não é cliente do grupo, a plataforma registrou 23 milhões de visitantes únicos nos primeiros quatro meses.
No novo normal, segundo Pezeta, as pessoas não vão dar adeus à academia para suar a camisa exclusivamente em casa. “Acredito num cenário híbrido, no qual os treinos domésticos funcionarão apenas como um complemento”, emenda. E aproveita para dizer que as academias da Europa já registram uma frequência 95% similar à de antes da pandemia — o mesmo dado relacionado à Smart Fit é mantido em sigilo.