Soberana, Bia Souza conquista a primeira medalha de ouro do Brasil em Paris

Bia beija a tão sonhada medalha de ouro © Sabau Gabriela / IJF

Agora, o judô brasileiro totaliza uma medalha de ouro, uma de prata e um bronze nos tatamis da França. Amanhã, acontece a disputa por equipes mistas, e o Brasil vai muito forte para a competição.

Por Paulo Pinto / Global Sports
2 de agosto de 2024 / Curitiba (PR)

Uma semana após a abertura oficial dos Jogos Olímpicos de Paris, o Brasil conquistou sua primeira medalha de ouro na França. No último domingo (28), o judoca paulista Willian Lima garantiu a primeira medalha brasileira nos Jogos, uma prata. Para ratificar o poderio do judô verde e amarelo, cinco dias depois, a judoca peso-pesado Beatriz Souza, do Esporte Clube Pinheiros, inseriu o Brasil no grupo das potências olímpicas ao conquistar o ouro.

Na tarde desta sexta-feira (2), Beatriz Souza superou a israelense Raz Hershko, a número 2 do ranking mundial sagrando-se campeã olímpica na categoria peso-pesado (+78kg).

Bia joga Raz Hershko e assegura o wazari que determinou a sua vitória © Kulumbegashvili Tamara / IJF

Terceira mulher a atingir esta façanha, agora a judoca Bia Souza faz parte do restrito grupo dos campeões olímpicos do judô brasileiro, juntando-se assim a Aurélio Miguel, meio-pesado (95kg) Jogos de Seul 1988; Rogério Sampaio, peso leve (65kg), Jogos de Barcelona 1992; Sarah Menezes, peso ligeiro (48kg), Jogos de Londres 2012; e Rafaela Silva, peso leve (57kg), Jogos do Rio 2016.

Passeio em Paris

Antes de chegar a grande final, Bia Souza venceu três combates. Primeiro, derrotou a nicaraguense Izayana Marenco jogando de ippon em poucos segundos. No segundo confronto ela levou a melhor sobre a sul-coreana Kim Hayun em um duelo eletrizante. Na semifinal superou a anfitriã Romane Dick e calou o público que lotava a Arena Champ de Mars.

O pódio do peso-pesado com Raz Hershko (ISR), Bia Souza (BRA), Kim Hayun (KOR) e Dicko Romane (FRA) © Sabau Gabriela / IJF

Na final, Bia Souza entrou no shiai-jô mostrando muita confiança e segurança, impondo seu kumi-kata na israelense que teve que de ficar na defensiva e fugindo da pegada de uma adversária determinada e perigosa. Para delírio da torcida brasileira em Paris, aos 44 segundos, Bia aplicou um o-soto-guruma e conseguiu um wazari. Com 2 minutos e 43 segundos, ambas sofreram shidô. Com 3 minutos e 49 segundos, mais um shidô para ambas, e depois foi só administrar o resultado e comemorar o ouro inédito para o judô paulista que até Paris possuía dois ouros conquistados por judocas masculinos.

Força emergente

Com a medalha de Beatriz Souza o judô brasileiro acumula 27 medalhas olímpicas, das quais cinco são de ouro, quatro de prata e 18 são bronzes que projetam o Brasil ao grupo dos cinco países que mais medalhas olímpicas obteve no judô. Atrás apenas do Japão, França, Coreia do Sul e Cuba.

  • Japão: 103 medalhas
  • França: 66 medalhas
  • Coreia do Sul: 50 medalhas
  • Cuba: 37 medalhas
  • Brasil: 27 medalhas

Um dado impressionante alcançado pelo judô do Brasil nesta edição dos Jogos Olímpicos é que, com os resultados obtidos, o país foi ao pódio em todas as últimas 11 edições dos Jogos. Desde 1984, o judô traz, ao menos, uma medalha.

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