10 de março de 2025

O Tribunal Arbitral do Esporte (CAS) anulou a suspensão imposta à Federação Iraniana de Judô em setembro de 2019, quando foi punida por infringir regras da Federação Internacional de Judô (IJF) ao impedir o judoca iraniano Saeid Mollaei de lutar contra o israelense Sagi Muki por ordem do primeiro vice-ministro do Esporte iraniano, Davar Zani, durante o Mundial de Judô, em 2019.
O CAS ouviu o apelo da Federação Iraniana de Judô em setembro daquele ano e determinou que a mesma “cometeu graves violações das regras da IJF e que sanções em conformidade com as regulamentações da IJF deveriam ser impostas a ela”.
Tudo parecia correr conforme o planejado para Saeid Mollaei, até a semifinal © Reuters/Kim Kyung-Hoon
No entanto, a suspensão indefinida foi considerada sem base nos regulamentos da Federação Internacional de Judô, o que levou a IFJ a tarefa de sancionar a organização dentro de seus regulamentos existentes.
– O comitê arbitral do CAS concluiu que o tipo de sanção (suspensão ilimitada) imposta na decisão contestada de 22 de outubro de 2019 não tinha base legal nos regulamentos da IJF. Dessa forma, o comitê acatou parcialmente o recurso e anulou a decisão tomada pela Comissão Disciplinar da IJF em 22 de outubro de 2019. O assunto foi encaminhado de volta à Comissão Disciplinar da IJF para suas eventuais decisões posteriores – destacou o portal ” Inside the Games” sobre a anulação da suspensão por parte do CAS.
A Federação Iraniana de Judô havia lançado dois recursos contra a IJF. O primeiro girou em torno de uma suspensão provisória imposta à organização, que o CAS rejeitou devido à suspensão provisória não estar em vigor. O país ficou impedido de participar de qualquer competição oficial de judô desde então.
Saeid Mollaei durante sua semifinal contra Matthias Casse da Bélgica © Getty Images/AFP/C Triballeau
Entenda o caso
No Campeonato Mundial de Judô de 2019, o judoca iraniano Saeid Mollaei recebeu ordens do primeiro vice-ministro do Esporte iraniano, Davar Zani, para desistir da luta contra o israelense Sagi Muki.
De acordo com reportagem do “Inside the Games”, Zani teria ordenado que Mollaei se retirasse da competição para evitar uma possível disputa entre Irã e Israel. O judoca também afirmou que Zani fez ameaças contra ele e sua família.
Na época do Mundial, Moaelli se recusou a desistir do campeonato e fugiu para a Alemanha com medo de retaliações. Atualmente o iraniano defende a bandeira da Mongólia. Moaelli foi um dos três iranianos a depor na audiência do CAS, junto com seu técnico Mohammad Mansouri, que deveria liderar a equipe do Irã nos Jogos Olímpicos de 2020. Ele também fugiu após o incidente em Tóquio no ano passado.
10 de março de 2025
09 de março de 2025
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