Tradição e história marcam 72ª edição do Torneio Budokan e segundo ano de uma parceria transformadora

Mesmo lutando no peso acima (57kg), Maria Eduarda Maldonado lutou muito bem e foi campeã. Na foto ela encaixa o o-goshi e joga de ippon © fpjcom

A gestão compartilhada com a FPJudô resgata a importância histórica da competição mais antiga do Brasil, criada pelo lendário Ryuzo Ogawa, patrono da família Ogawa.

Por Paulo Pinto / fpjcom
17 de agosto de 2023 / São Paulo (SP)

O Torneio Budokan não é apenas uma competição de judô; é um palco onde tradições, simbolismos e rituais enriquecem a experiência de todos os envolvidos. Além do esporte e da competição em si, o evento carrega elementos que trazem à tona valores profundos e conexões culturais. Desde a utilização do judogi branco até os rituais de abertura e encerramento, o Torneio Budokan é uma celebração de pureza e tradição, incorporando a essência do judô e da cultura japonesa.

Um grupo de pessoas posando para foto em frente a um banner histórico na 72ª edição do Torneio Budokan.

Dirigentes e autoridades acompanham a execução do Hino Nacional © fpjcom

Iniciada em 2022, a parceria entre a Federação Paulista de Judô (FPJudô) e a Associação de Judô Hombu Budokan proporcionou nova energia ao Torneio Budokan na segunda vez em que essas duas instituições uniram forças para realizar o evento. Essa colaboração reafirma o compromisso mútuo de promover o judô em sua forma mais autêntica, ao mesmo tempo em que abre portas para a inovação e a modernização.

Um menino mostra suas habilidades de karatê em uma parceria transformadora na 72ª edição do Torneio Budokan.

O local escolhido para esta segunda edição foi o acolhedor e confortável Ginásio Poliesportivo Antônio Baldusco, em Itapecerica da Serra(SP), que proporcionou uma plataforma de excelência para a celebração dessa união, permitindo que judocas de todas as idades e níveis de habilidade competissem num ambiente verdadeiramente agradável e inspirador.

Um homem com uniforme de karatê participando da 72ª edição do Torneio Budokan, mostrando tradição e história no segundo ano dessa parceria transformadora.

Alessandro Panitz Puglia, presidente da FPJudô © fpjcom

Com o apoio da Prefeitura e da Secretaria de Esportes e Lazer de Itapecerica da Serra, no dia 29 de julho a Federação Paulista de Judô (FPJudô) realizou a disputa individual e no dia 30 houve a competição por equipes. As duas somaram 1.218 atletas de 74 clubes e associações.

Uma parceria transformadora marca a 72ª edição do Torneio Budokan, marcada pela tradição e história.

A cerimônia de abertura reuniu autoridades esportivas e políticas, como Alessandro Panitiz Puglia, presidente da FPJudô; Francisco Tadao Nakano, prefeito de Itapecerica da Serra; Arnaldo Luiz de Queiróz Pereira, secretário-geral da FPJudô; Caio Octávio Riscala, secretário de Esporte e Lazer de Itapecerica da Serra; Joji Kimura e Sérgio Barrocas Lex, vice-presidentes da FPJudô; Marco Aurélio Uchida, coordenador técnico da FPJudô; Takeshi Yokoti, coordenador de arbitragem da FPJudô; Adib Bittar Júnior, coordenador financeiro da FPJudô; Marilaine Ferranti Antonialli, coordenadora de arbitragem adjunta da FPJudô; Osvaldo Hatiro Ogawa, ex-presidente da FPJudô; e Oscar Hitoshi Ogawa, diretor-executivo do Hombu Budokan e anfitrião do evento.

Francisco Tadao Nakano, prefeito de Itapecerica da Serra © fpjcom

Completaram a mesa de honra os medalhistas olímpicos Carlos Eduardo Honorato, Henrique Carlos Serra Azul Guimarães e Luiz Yoshio Onmura; os professores kodanshas Luiz Hisashi Ywashita (PR), Luís Massanori Yamate (ES), Shiro Matsuda (RJ), Carlos Honorato de Jesus, Milton Ribeiro Correa, Massakatsu Akamine, Rubens Pereira, Celso Ferreira Franco, Washington Aoyke, Francisco Souza (PR), João David de Andrade, Belmiro Boaventura da Silva, Luiz Eduardo Tomilheiro, José Gildemar de Carvalho, também delegado da 9ª DR ABC; os delegados regionais Celso de Almeida Leite (15ª DR) e Akira Hanawa (14ª DR); e os professores Marco Antônio da Costa e Marcelo Fuzita.

Um homem demonstrando judô para uma multidão entusiasmada durante a 72ª edição do Torneio Budokan, marcando uma parceria transformadora pelo segundo ano.

Judogi branco

O uso de judogi branco, tanto por atletas quanto por árbitros e dirigentes, carrega significados profundos. O branco é frequentemente associado à pureza e à simplicidade, refletindo os valores fundamentais e filosóficos do judô.

Um homem com uniforme de judô participando da 72ª edição do Torneio Budokan, mostrando tradição e história através de suas palavras ditas ao microfone.

Oscar Hitoshi Ogawa, diretor-executivo do Hombu Budokan e anfitrião do evento © fpjcom

Essa escolha também se alinha com a cor branca da bandeira do Japão, estabelecendo uma ligação simbólica com as origens e os princípios desta importante manifestação cultural por meio do esporte. O judogi branco não é apenas uma vestimenta; é um símbolo visual de integridade, respeito e compromisso com a tradição.

Um movimento de judô executado por uma mulher durante a 72ª edição do Torneio Budokan, mostrando tradição e história.

Rituais de abertura e a batida do taikô

Uma das tradições mais marcantes do Torneio Budokan é a abertura da competição sob o som imponente e envolvente do taikô, produzido com instrumentos de percussão japoneses. Essa prática remonta a tempos antigos, quando o taikô era usado para convocar membros da comunidade ou reunir tropas. No contexto do torneio, essa cerimônia de abertura não apenas evoca uma sensação de unidade e propósito, mas também faz uma conexão direta com a rica herança cultural do Japão.

Uma parceria transformadora marca a 72ª edição do Torneio Budokan.

Dirigentes e autoridades na cerimônia de abertura © fpjcom

O hantei e os árbitros

Um aspecto singular do Torneio Budokan é manter a tradição de três árbitros: um central, que atua em pé, e dois laterais, que pemanecem sentados em posição diagonal no shiai-jô.

Um homem demonstrando um movimento de karatê na 72ª edição do transformador Budokan Tournament em um evento cheio de tradição.

A maneira como as lutas empatadas são decididas segue igualmente a forma tradicional, e não o golden score, em que a luta continua até que um dos competidores marque um ponto. O Torneio Budokan opta pelo hantei, no qual os árbitros definem o vencedor por meio de bandeiras com as mesmas cores das faixas que identificam os atletas.

Um grupo de crianças com uniformes tradicionais de karatê em pé em um ginásio para a 72ª edição do Torneio Budokan, marcando história e o segundo ano transformador de uma parceria.

Atletas acompanham a execução do Hino Nacional © fpjcom

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Esse julgamento é realizado pelos três árbitros que atuam no shiai-jô e ressalta a importância do discernimento dos árbitros e da confiança na capacidade deles de avaliar a luta em sua totalidade, alinhando-se com a ênfase no respeito pelo julgamento justo e imparcial.

Duas pessoas competindo na 72ª edição do Torneio de Budokan.

Celebração, troféus e estandartes

A tradição de premiar as equipes finalistas com troféus e estandartes é uma forma tangível de reconhecer as realizações e os esforços das agremiações em formar suas equipes e dos competidores pelo comprometimento com a equipe na busca da vitória.

Um grupo de homens e uma criança sentados um ao lado do outro, mostrando tradição e história na 72ª edição do Torneio Budokan.

O medalhista Olímpico Luiz Yoshio Onmura com sua filha, Yumi Ribeiro Onmura © fpjcom

Esses símbolos de conquista não só representam a excelência, mas destacam o valor da disputa como meio de crescimento pessoal e coletivo. Esse gesto de celebração reflete a importância de respeitar e manter procedimentos tradicionais que enriquecem a experiência do Torneio Budokan.

Parceria transformadora traz tradição e história para a 72ª edição do Torneio Budokan.

O Torneio Budokan transcende a esfera puramente esportiva, incorporando tradições que reforçam os valores centrais do judô e conectam os participantes com a cultura japonesa. Da vestimenta branca que simboliza pureza à emocionante batida dos taikôs que ressoam no início das competições, cada elemento é um tributo à história, à integridade e ao respeito que definem o judô. Por meio dessas tradições e rituais, o torneio se torna mais do que uma competição; é uma celebração enriquecedora que honra as raízes do esporte e inspira aqueles que participam a se esforçarem pela excelência em todas as áreas da vida.

Um grupo de pessoas batendo palmas em uma mesa durante a 72ª edição do Torneio Budokan.

Um grupo de pessoas batendo palmas em uma mesa durante a 72ª edição do Torneio Budokan.

Origens e tradição

A história do Torneio Budokan remonta a tempos em que o judô ainda estava em seus estágio inicial no Brasil. Não havia a federação paulista e muito menos a confederação brasileira, fundada bem depois. Sua criação representou um esforço coletivo para proporcionar um espaço de competição e aprendizado para judocas de todo o País.

Movimento de karate tradicional no 72º Torneio Budokan e segundo ano transformador de parceria.

Através dos anos, o torneio evoluiu, mantendo sempre seus valores fundamentais de respeito, disciplina e companheirismo. A tradição do Torneio Budokan é um testemunho vivo da perseverança e da dedicação daqueles que contribuíram para sua continuidade ao longo das décadas, solidificando seu lugar na história do esporte brasileiro.

Um grupo de pessoas posando para uma tradicional foto de grupo na 72ª edição do Torneio Budokan, mostrando uma parceria transformadora.

Árbitros que atuaram no primeiro dia do Torneio Budokan 2023 © fpjcom

Resgate de significado

A edição mais recente do Torneio Budokan, a 71ª em sua história, a primeira da parceria e realizada em 2022, alcançou um feito notável em termos de participação e mobilização. Com mais de 1.400 competidores inscritos, o evento recuperou sua posição como uma das principais competições extraoficiais do judô brasileiro.

Um grupo de pessoas engajadas no tradicional e transformador Torneio Budokan, apresentando uma rica história e forte parceria.

Além disso, a parceria com a FPJudô fêz com que o Torneio Budokan voltasse a cumprir sua missão original de unir escolas, professores e judocas de vários Estados, reforçando a importância do princípio do esforço mútuo, da colaboração e da comunidade dentro do esporte, dando ênfase ao basilar princípio da prosperidade e benefícios mútuos, ou seja, o jita-kyoei.

Tradição e parceria.

Hatiro Ogawa, ex-presidente da FPJudô e membro da famíia Ogawa explicou a importância cultural de cada elemento utilizado na realização da competição © fpjcom

Olhar Futuro é campeão individual

Após quase dois dias inteiros de disputas individuais, a equipe do Projeto Olhar Futuro/ADPM-Regional de São José dos Campos, comandada pelo sensei Jefferson Santos, sagrou-se campeã com 130 pontos, conquistando 19 medalhas de ouro, nove de prata e oito de bronze.

Uma garota incorpora tradição e história ao realizar um poderoso movimento de caratê no 72º Torneio Budokan, destacando uma parceria transformadora em seu segundo ano.

A vice-campeã geral foi a Associação Recreativa Cultural Desportiva São Bernardo, que totalizou 91 pontos. Para obter este recultado a equipe comandada pelo sensei Hatiro Ogawa conquistou 11 medalhas de ouro, nove de prata e nove de bronze.

Grupo de judocas posando para foto na 72ª edição do Torneio Budokan, mostrando tradição e história.

Senseis Arnaldo Queiroz, Luís Yamate, Sérgio Lex, Alessandro Puglia, Tadao Nakano e Hitoshi Ogawa © fpjcom

A terceira colocada é outra importante filial da Budokan, a Associação de Judô Hinode, que totalizou 79 pontos. Comandada pelo professor kodansha kyuu-dan (9º dan) Celestino Seiti Shira e pelo professor kodansha Paulo Ricardo Castellanos, o tradicional dojô de Santo André obteve seis medalhas de ouro, 12 de prata e 13 de bronze.

Um menino está realizando um movimento tradicional de karatê na 72ª edição do Torneio Budokan.

Comandado pelo professor Alex Russo, o Instituto Sensei Divino Budokan chegou na quarta colocação com seis medalhas de ouro, seis de prata e 17 de bronze que totalizaram 65 pontos.

Um homem segura um quimono tradicional de karatê na 72ª edição do Torneio Budokan, mostrando uma parceria transformadora.

O prefeito e judoca Francisco Nakano foi presenteado com um judogi Grand Slan customizado pela Shihan Kimonos © fpjcom

A quinta colocação foi assegurada pela formação do São Paulo Futebol Clube, que totalizou 47 pontos. Camandada pelos professores Josué Gomes Bragança e Adriano Diko, a equipe obteve quatro medalhas de ouro, seis de prata e nove de bronze.

Um homem compete em uma competição de jiu jitsu.

ARCD São Bernardo, a campeã por equipes

Comandada pelo sensei Hatiro Ogawa, a Associação Recreativa Cultural Desportiva São Bernardo totalizou 11 pontos e foi a campeã por equipes, ao conquistar uma medalha de ouro e duas de prata.

Um grupo de pessoas segurando faixas durante a 72ª edição do Torneio Budokan e o segundo ano de uma parceria transformadora, marcada por tradição e história.

Representantes das escolas campeãs na temporada passada devolvem os estandartes que foram recolocados em disputa. Somente quando uma agremiação é campeã pela terceira vez é que a mesma adquire o direito de ficar com o pavilhão definitivamente © fpjcom

Sob o comando do sensei Carlos Eduardo Honorato, o vice-campeão por equipes foi o Clube Paineiras do Morumby, que totalizou 10 pontos ao conquistar duas medalhas de ouro.

Uma luta de Jiu-Jitsu que mostra tradição e história na 72ª edição do Torneio Budokan, marcando uma parceria transformadora.

A terceira colocada foi outra equipe do Grande ABC, a Associação Desportiva Santo André. Comandada pelo professor Gil de Carvalho, a equipe conquistou uma medalha de bronze e duas de prata que totalizaram sete pontos.

Uma linha de judocas marcando a 72ª edição do Torneio Budokan, uma parceria transformadora.

Comandados pelo árbitro João David de Andrade, árbitros fazem o rei inicial © fpjcom

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Na quarta colocação figura uma das escolas do interior com melhor retrospecto na atualidade, o Projeto Olhar Futuro/ADPM-Regional de São José dos Campos, comandada pelo sensei Jefferson Santos. A equipe conquistou uma medalha de ouro e duas de bronze que garantiram sete pontos.

Um grupo de pessoas posando para foto em frente a uma arena para comemorar a parceria transformadora durante a 72ª edição do Torneio Budokan.

Parte da equuipe da Secretaria de Esporte e Lazer de Itapecerica da Serra homenageiam atletas olímpicos e dirigentes © fpjcom

A quinta colocação foi conquistada por uma agremiação da capital, o Instituto Sensei Divino Budokan. Comandada pelo professor Alex Russo, a tradicional equipe do Jardim Peri obteve duas medalhas de prata e totalizou seis pontos.

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Clique AQUI e confira os resultados individuais da 72ª edição do Torneio Budokan.

Clique AQUI e confira os resultados por equipes da 72ª edição do Torneio Budokan.

Um grupo de pessoas em uma mesa em frente a um banner que mostra a 72ª edição do transformador Torneio de Budokan e sua rica tradição e história.

Dirigentes e autoridades na cerimônia de abertura © fpjcom

Uma jovem está praticando caratê em uma academia para o Torneio Budokan.

Três pessoas posando para foto em frente a banners, marcando o segundo ano de uma parceria transformadora.

Marcelo Fuzita, Shiro Matsuda e Lúcia Silva © fpjcom

Um homem executa um movimento de karatê na 72ª edição do transformador Torneio Budokan, caracterizado por tradição e história.

Homens posando na 72ª edição do Torneio Budokan, uma parceria transformadora que mostra tradição e história.

Luiz Tomilheiro, Rubens Pereira, Mário Manzatti e Sérgio Lex © fpjcom

Um garoto pratica karatê em um tatame amarelo.

Quatro homens posam para foto na 72ª edição do Torneio Budokan, mostrando tradição e história no segundo ano dessa parceria transformadora.

Sérgio Lex, Henrique Guimarães, Adib Bittar e Arnaldo Queiróz © fpjcom

Um menino pratica um movimento de karatê na 72ª edição do transformador Torneio Budokan.

O homem está vestindo uma jaqueta preta na 72ª edição do Torneio Budokan.

José Jantália e Celso Ferreira Franco © fpjcom

Um homem falando ao microfone durante a 72ª edição do Torneio Budokan, enfatizando o significado histórico da parceria transformadora.

Professor Hatiro Ogawa detalhando a origem e a aplicabilidade do taikô na cultura japonesa © fpjcom

Uma garota pratica karatê em uma academia, mostrando a tradição e a história das artes marciais.