22 de novembro de 2024
Wagner Vettorazzi avalia positivamente o processo de intervenção na FPJudô
Professor kodansha shichi-dan (7º dan) da 9ª Delegacia Regional do ABC considera o procedimento exemplar, transparente e imparcial.
Por Paulo Pinto / Global Sports
12 de agosto de 2024 / Curitiba, PR
A Budô entrevistou o renomado professor kodansha shichi-dan (7º dan) Wagner Antônio Vettorazzi, da Sociedade Esportiva e Recreativa Alvi Celeste, de São Caetano do Sul, para saber como ele avalia o processo de intervenção que a Federação Paulista de Judô vive desde 1º de março. O destacado sensei, uma das grandes referências do kata no Estado de São Paulo, mostrou de forma sucinta e objetiva total aprovação ao trabalho até aqui realizado.
Vettorazzi começou no judô em 6 agosto de 1972 com o sensei Yoshio Nagai, no dojô da ADC General Motors, em São Caetano do Sul. Em nível acadêmico, é graduado em Educação Física e psicologia, bacharel em clínica esportiva e pós-graduado em educação e judô.
Intervenção cumpriu seu papel
Sobre a atuação do jurista Caio Medauar e sua equipe, Vettorazzi foi enfático. “Tiveram uma atuação exemplar. O ponto alto em minha avaliação é que o fizeram de forma estritamente imparcial, como deveria ser, é claro.”
O professor Wagner disse que recebeu com muita alegria a notícia de que ainda este mês teremos a eleição que porá fim ao processo de intervenção.
“Os professores que requisitaram a intervenção colocaram em dúvida a gestão que estava no comando da FPJudô. Durante o processo foi comprovado que não houve irregularidades e, então, para o bem do judô paulista, temos de encerrar essa fase e retomar o mais rapidamente possível o caminho da normalidade.”
Ponto positivo
“Penso que os dirigentes anteriores foram acusados de uma série de irregularidades, mas a intervenção esclareceu e provou que as denúncias eram improcedentes. Independentemente dos transtornos jurídicos e das agressões que acabaram acontecendo de ambos os lados, a intervenção encerrou definitivamente este capítulo. Os interventores cumpriram seu papel, e agora a discórdia precisa acabar de uma vez por todas. Devemos todos olhar para frente e manter a pujança da nossa entidade.”
Sensei Vettorazzi concluiu falando sobre a importância de retomada da gestão da FPJudô por uma equipe conhecedora do ambiente e com expertise em gestão do judô.
“Entendo que a modalidade possui características específicas. As entidades de administração esportiva variam significativamente em suas estruturas e abordagens de gestão, refletindo a diversidade de esportes e contextos culturais nos quais operam. Por exemplo, a FPJudô possui uma abordagem centralizada, que busca a excelência técnica e o desenvolvimento sustentável do esporte. Por meio de suas 16 delegacias regionais, porém, a entidade viabiliza a autonomia regional e uma participação comunitária muito mais pulverizada que as demais congêneres. Essas diferenças são moldadas por uma variedade de fatores, incluindo o histórico do esporte, as demandas específicas de stakeholders e as pressões econômicas.”
Entre as peculiaridades de cada entidade, Vettorazzi destacou a forma de financiamento, a governança e a integração com sistemas nacionais e internacionais de esporte. “Cada federação responde a desafios e aproveita as oportunidades para promover o crescimento e a inclusão. Os interventores são advogados com especialização em Justiça esportiva. De judô entendem aqueles que estudaram e se prepararam para gerir e pensar o judô”, avaliou.
E reiterou que a equipe de intervenção fez excelente trabalho, mas o judô do Estado de São Paulo é a locomotiva do Brasil e a partir de agora precisa seguir adiante. “O resultado do nosso esporte em Paris é um exemplo claro do que acabo de afirmar.”