Yasuhiro Yamashita é nomeado presidente do Comitê Olímpico do Japão

Yamashita é mais um judoca no alto comando do esporte olímpico

Presidente da Federação Japonesa de Judô, Yasuhiro Yamashita foi oficialmente nomeado presidente do Comitê Olímpico do Japão nesta quinta-feira, durante a reunião do conselho executivo realizada em Tóquio

Espaço Olímpico
28 de junho de 2019
Por PAULO PINTO I Fotos AFP e GETTY IMAGES
Curitiba – PR

Nascido em 1º de junho de 1957 em Yamato, província de Kumamoto, no Japão, Yasuhiro Yamashita, campeão olímpico de 1984, foi nomeado presidente do Comitê Olímpico do Japão (JOC), após a renúncia de Tsunekazu Takeda por seu suposto envolvimento em compra de votos na bem-sucedida eleição de Tóquio 2020.

Além de presidente da Federação Japonesa de Judô, Yasuhiro Yamashita era membro do conselho executivo da Federação Internacional de Judô (FIJ) e atuava como diretor de desenvolvimento da entidade. O campeão olímpico também integrava o conselho executivo do Comitê Olímpico do Japão (COJ), no qual, até a nomeação ocorrida nesta quarta-feira, era presidente do comitê esportivo.

Yasuhiro Yamashita, foi o chefe da delegação japonesa nos Jogos Asiáticos de 2018

Em seu primeiro depoimento como presidente do COJ, Yasuhiro Yamashita falou sobre a meta a ser batida nos Jogos de Tóquio.

“As Olimpíadas e as Paralimpíadas são o auge dos esportes. Tenho menos de um ano para acabar de ajustar a nossa equipe, e espero que possamos preparar-nos da melhor forma possível para os Jogos de 2020. Nosso objetivo como nação é ganhar 30 medalhas, e se os nossos atletas, que representam o orgulho de nossa nação, derem o melhor de si, esta meta possivelmente será atingida”, disse Yamashita. Em seguida ele falou sobre a importância de conseguir desenvolver um bom trabalho em equipe.

“Como presidente recém-empossado, entendo a extensão da minha própria força. Sei que não posso fazer nada sozinho. Com os atletas, a equipe que vinha atuando e os novos membros do conselho do COJ, espero que juntos e como uma equipe sólida, possamos fazer com que todos os objetivos e metas para os Jogos de Tóquio sejam alcançados. Sei o tamanho da responsabilidade que assumi e farei tudo o que estiver ao meu alcance para fazer o mesmo que o presidente Takeda fez durante o tempo em que esteve no comando da entidade”, concluiu Yamashita.

Renúncia forçada

Tsunekazu Takeda foi eleito pela primeira vez em 2001, e foi o presidente mais longevo do Comitê Olímpico do Japão. Foi forçado a renunciar após o surgimento de acusações contra ele, reveladas pelos promotores franceses em janeiro deste ano.

O ex-homem forte do esporte japonês é acusado de ter autorizado o pagamento de subornos para ajudar a capital japonesa a garantir o direito de sediar os jogos, mas nega as irregularidades.

O dirigente de 71 anos também deixou de ser membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) em março, o que significa que Takeda perdeu sua posição como chefe da poderosa comissão de marketing do COI.

Tsunekazu Takeda foi o dirigente mais longevo do Comitê Olímpico do Japão

Daqui por diante, certamente Takeda experimentará o mesmo ostracismo que vive Carlos Arthur Nuzman, ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), desde que foi preso e teve de renunciar ao comando da entidade.

Nuzman foi preso preventivamente no dia 5 de outubro de 2017, sob suspeita de integrar um esquema de compra de votos de representantes de países africanos do Comitê Olímpico Internacional para a escolha do Rio como sede da Olimpíada de 2016. Mas, por decisão liminar do STJ, o ex-dirigente está em prisão domiciliar desde o dia 20 daquele mês.

Concidentemente, da mesma forma que aconteceu agora no Japão, um judoca sucedeu Nuzman no COB. O professor kodansha 8º dan, Paulo Wanderley Teixeira, ex-presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), é o presidente do COB e cumpre mandato para o qual foi eleito vice-presidente em dezembro de 2016.