Cem anos de Brasil nos Jogos Olímpicos: uma trajetória notável e de evolução constante

Paulo Wanderley Teixeira, presidente do COB

COB prepara série de conteúdos especiais na semana em que se celebra o centenário das primeiras medalhas olímpicas, em Antuérpia 1920

Olimpismo
7 de agosto de 2020
Por COB I Fotos BUDOPRESS e DIVULGAÇÃO
Rio de Janeiro – RJ

Uma história centenária, repleta de conquistas e grandes exemplos, cujo roteiro é ampliado a cada quatro anos com novas e boas histórias de superação e sucesso. Assim pode ser resumida a trajetória brasileira em Jogos Olímpicos, iniciada em Antuérpia 1920, quando conquistamos nossas três primeiras medalhas, de um total de 129.

Em 2 de agosto de 1920, logo nas primeiras provas disputadas por uma representação nacional na história do evento, Afrânio Costa e a equipe brasileira garantiram duas conquistas. Na pistola de tiro livre, o atirador do Fluminense ficou com a medalha de prata. Horas depois, a equipe brasileira formada ainda por Guilherme Paraense, Sebastião Wolf, Dario Barbosa e Fernando Soledade conquistaram o bronze na disputa por países, que ocorreu concomitantemente à prova individual. No dia seguinte, o Brasil “completaria o pódio olímpico” com o ouro de Guilherme Paraense na prova de tiro rápido. Um desempenho impressionante para uma delegação de apenas 21 atletas que enfrentou todo tipo de dificuldade apenas para representar o país na Bélgica.

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“Os Jogos de Antuérpia são apenas o primeiro capítulo de um belíssimo enredo construído pelos atletas brasileiros. São 129 medalhas e novos ídolos que surgem a cada nova edição de Jogos Olímpicos. Ao relembramos essa história e relembrarmos os feitos dos pioneiros, esperamos inspirar novas páginas da centenária e vitoriosa história olímpica do Brasil”, afirmou o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley.

Após a edição de Antuérpia 1920, o Brasil voltou a participar dos Jogos Olímpicos outras 21 vezes e a marcar seu nome na história da competição em diversas ocasiões. Podemos citar Maria Lenk, primeira mulher sul-americana a participar do evento, em Los Angeles 1932; Adhemar Ferreira da Silva, bicampeão no salto triplo (Helsinque 1952 e Melbourne 1956), tendo quebrado o recorde mundial da prova na primeira conquista e o recorde olímpico na segunda; as duplas Jackie Silva/Sandra Pires e Adriana Samuel/Mônica Rodrigues, primeiras brasileiras medalhistas olímpicas, que protagonizaram a final do vôlei de praia em Atlanta 1996, quando a modalidade ingressou no programa dos Jogos; os iatistas Torben Grael e Robert Scheidt, donos de cinco medalhas olímpicas cada pela longevidade no mais alto nível esportivo; e Vanderlei Cordeiro de Lima, único brasileiro a ter a medalha Pierre de Coubertin, após o exemplo de superação demonstrado na maratona em Atenas 2004.

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Na celebração deste centenário, uma coisa é inegável: a evolução brasileira a cada quadriênio é notória. Nas últimas seis edições de Jogos Olímpicos, o país conquistou 90 de suas 129 medalhas, 70% do total. O recorde foi obtido na Rio 2016: foram 19 medalhas, sendo sete de ouro, seis de prata e seis de bronze. Para Tóquio 2020, com uma delegação de cerca de 170 atletas, o Brasil deve, mais uma vez, se manter entre as potências olímpicas mundiais e aumentar o seu quadro de medalhas.

“O ciclo olímpico Tóquio 2020 impôs novos desafios. Uma edição de Jogos Olímpicos do outro lado do mundo já exigia um árduo trabalho de preparação, mas ainda houve a pandemia do novo coronavírus e o adiamento do evento. Num cenário de incertezas em que passamos, pela segunda vez, pelo marco de um ano para Tóquio 2020, nosso trabalho nos permite acreditar firmemente em duas coisas: nossos atletas estarão preparados para manter o crescimento do Brasil no cenário olímpico e nossa bandeira será hasteada no Japão no ano que vem”, completou Paulo Wanderley.