Há 120 dias Motta, Jerschow e Sílvio Acácio mantêm o judô paulista estagnado

Distorcendo preceitos da lei esportiva e dispositivos jurídicos, presidente da CBJ segue em sua saga persecutória a todos que se opõem a sua política segregadora e ditatorial   

Por PAULO PINTO
26 de julho de 2021 / Curitiba (PR)

No dia 17 de abril a Federação Paulista de Judô (FPJudô) comemorou 63 anos de existência, mas ninguém lembrou ou comemorou. Impactados ainda com o falecimento de um dirigente que há três décadas apontava o caminho a ser seguido, e atônitos com o golpe arquitetado por pessoas sem escrúpulos, os judocas deixaram a data passar em branco.

Não bastasse todo o sofrimento que a comunidade judoísta do Brasil vem sofrendo devido à pandemia que suspendeu toda e qualquer atividade esportiva desde fevereiro de 2020, Sílvio Acácio Borges, em cumplicidade com meia-dúzia de professores que não dispõem do menor espaço e credibilidade, impõe o caos e gera um prejuízo sem precedentes ao judô paulista, a locomotiva da modalidade no Brasil.

Irresponsável e inconsequente, o dirigente nacional finge ignorar que, parando o judô paulista, está parando o judô brasileiro. Por mais que muita gente não aceite, São Paulo foi o berço da modalidade e ainda é o centro motor do judô nacional.

O prejuízo de mais uma ação nefasta, impensada e irresponsável de Sílvio Acácio é incomensurável, já que é o judô paulista que fomenta verdadeiramente no Brasil e no continente sul-americano o esporte criado por Jigoro Kano.

Em São Paulo, ou melhor, na FPJudô existem mais de 1.600 técnicos e treinadores. Será que se somarmos os técnicos dos demais 26 Estados brasileiros existe a metade disso? Em São Paulo há mais de 500 árbitros atuando em todas as esferas da modalidade. Será que no resto do País existe a metade disso? Em São Paulo, mais de 500 clubes e associações pagam anuidade e contribuem para o crescimento da modalidade no Brasil. Será que os demais Estados juntos têm a metade disso? Por último, em São Paulo mais de 10 mil judocas são filiados à federação estadual, impulsionando a modalidade, sem contar os mais de 250 mil praticantes em escolas públicas e privadas, clubes e associações e dojôs não filiados ou filiados à Liga de Judô Paulista. Será que nos demais 26 Estados existe a metade disso?

De concreto o presidente da CBJ não fez absolutamente nada para as federações durante a pandemia, a não ser   perseguir e retaliar aqueles que se opõem à ditadura da mordaça e do isolacionismo imposto por ele, por meio de um ativismo jurídico sem precedentes.”

Em conluio com Rodrigo Motta (Instituto Camaradas Incansáveis) e Vinícius Jerschow (Projeto Budô), dois professores sem a menor relevância pedagógica ou política, que jamais contribuíram na gestão, o presidente da Confederação Brasileira de Judô forjou uma brecha jurídica com o intuito de destruir e destituir o alto comando da FPJudô. Mas é a comunidade paulista, que há mais de 80 anos fomenta e difunde a modalidade na sociedade brasileira, que está sendo penalizada por três personagens obscuros que buscam de todas as formas controlar a entidade pioneira do judô no Brasil.

Na eleição realizada legalmente em abril a oposição encabeçada por Sílvio Acácio reuniu míseros 2% dos votos válidos. Isso prova que a comunidade judoísta paulista jamais aceitará ser comandada por judocas com desvios de conduta no que tange os princípios éticos e filosóficos que pautam a modalidade. Mesmo que cheguem ao poder por meio de estratagemas jurídicos, Motta e Jerschow jamais serão reconhecidos como líderes, pela comunidade que balizam a gestão em nomes como Sérgio Bahi, Katsuhiro Naito, Yakihiro Watanabe e Chico do Judô.

Ativismo jurídico

Os camaradas insidiosos têm plena consciência de que por meio do voto jamais realizarão o projeto de poder concebido por uma mente doentia que lamentavelmente está implodindo a estrutura da FPJudô e a cultura de amizade, respeito e cortesia (jita-kyoei) que sempre fundamentou a modalidade no Brasil desde a sua estruturação institucional, nos idos dos anos 1950, quando da fundação da FPJudô, entidade de gestão pioneira do brasil.

Habituê de delegacias de polícia e tribunais e com sua vida fundamentada em litígios judiciais, Sílvio Acácio Borges atropela o estatuto da CBJ e trava a modalidade, em vez de fomentá-la. De concreto o presidente da CBJ não fez absolutamente nada para as federações estaduais durante a pandemia, a não ser perseguir e retaliar aqueles que se opõem à ditadura da mordaça e do isolacionismo imposto por ele, por meio de um ativismo jurídico sem precedentes.

Novo modelo de gestão nacional

Está cada dia mais claro que Sílvio Acácio pretende copiar o modelo de gestão utilizado por todos os países vizinhos do Brasil. Nações que possuem apenas uma administração central, ou seja, uma federação nacional única que detém controle total e absoluto sobre todas as áreas da modalidade. É exatamente nesse sentido que o presidente da CBJ caminha, com o apoio irrestrito de pelo menos 17 presidentes de federações que aceitam passivamente toda e qualquer proposta lançada por um dirigente que cada vez mais restringe os poderes dos dirigentes estaduais.

Indiscutivelmente Paulo Wanderley Teixeira foi o maior gestor do judô nacional, mas mesmo em sua época a oposição teve papel determinante no fomento de políticas de interesse de todos os Estados, fossem eles ricos ou pobres.

Há quase 20 anos a CBJ vive numa ilha cuja gestão é regada anualmente por dezenas de milhões de reais, enquanto os 27 Estados – que são os verdadeiros fomentadores da modalidade –, vivem na miséria absoluta. Claro que São Paulo possui independência financeira e vive outra realidade, e entendemos que é justamente isso que Sílvio Acácio pretende mudar. Extirpar a erva daninha que independe de sua “generosidade” para sobreviver.

Os recursos milionários que a Confederação Brasileira de Judô recebe anualmente deveriam ser utilizados na expansão da modalidade e não para que a alta corte viva nababescamente doando aos Estados apenas migalhas em forma de faixas de graduação e status na arbitragem.

O papel da oposição sempre foi de suma importância no processo de desenvolvimento institucional da modalidade. Mas, obcecados pelo poder (que jamais terão), os traidores paulistas servem aos caprichos do absolutismo tirano que já estagnou o judô no Brasil.

Lamentavelmente o fim destes judocas que se venderam para o inimigo comum não será diferente daquilo que aconteceu com Roberto David da Graça, ex-professor de judô do presidente da CBJ, de Alessandro Puglia (SP), Luiz Iwashita (PR) e Moisés Gonzaga Penso (SC), seus três maiores amigos de gestão, que absurdamente hoje são implacavelmente perseguidos e prejudicados por Sílvio Acácio.

Preparem-se delatores. No momento certo, o dirigente que vocês vendem para os professores paulistas como grande mentor deste levante arbitrário e incabível fará com vocês exatamente aquilo que fez e faz com todos que o apoiam e acreditam em suas mentiras. É apenas uma questão de tempo, e quem viver verá.