Seleção brasileira vai ao Japão para disputar o suntuoso Grand Slam de Tóquio

Atual 7ª colocada no 78kg do ranking olímpico, a gaúcha Mayra Aguiar está de volta aos tatamis e vai a Tóquio em busca de mais pontos no ranking © Sabau Gabriela / IJF

Equipe do Brasil será representada por 15 judocas na competição que tradicionalmente encerra o calendário esportivo da Federação Internacional de Judô (FIJ).

Fonte Lara Monsores / CBJ
28 de novembro de 2023 / Curitiba (PR)

A última competição da seleção brasileira de judô desta temporada será no palco mais suntuoso do World Tour da FIJ, o Grand Slam de Tóquio, no Japão, que acontece nos dias 2 e 3 de dezembro. Para o último desafio da temporada, a gestão de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) convocou 15 judocas que embarcaram para o Japão no último sábado (25), em busca de uma inédita medalha de ouro para o judô brasileiro no Grand Slam do Japão.

Considerada por muitos atletas e treinadores como a mais difícil do circuito, uma vez que o Japão, berço do judô e maior potência da modalidade, pode inscrever até quatro judocas por categoria. Os demais países devem respeitar o limite de até dois por categoria. Ou seja, para conquistar o título do Grand Slam de Tóquio é possível que o atleta faça até quatro lutas contra japoneses. Na última edição os anfitriões conquistaram 12 ouros de 14 possíveis. Apenas Coreia do Sul (60kg) e Itália (100kg) conseguiram tirar os japoneses do topo do pódio. Ao todo, foram 39 medalhas para a torcida japonesa.

“Com certeza é a etapa mais difícil do circuito! Acho que a principal característica dessa competição é o nível técnico de lutas no solo, que é um ponto muito forte do Japão, sendo com atletas vindo da base ou já medalhistas em diversas competições”, analisa Rafaela Silva, que já conquistou três medalhas de bronze em Tóquio e sabe o tamanho dessas conquistas. “Geralmente, as pessoas já esperam 4 japoneses no pódio. Então, você estar no pódio já é um ponto super positivo. (Se for) no lugar mais alto significa que está no caminho certo em busca de grandes conquistas.”

Para se ter uma ideia, na história do evento um único brasileiro conseguiu romper a hegemonia japonesa e faturar a medalha de ouro. Foi com Sérgio Pessoa (60kg), em 1986, quando a competição ainda se chamava Copa Jigoro Kano. Foi assim até 2008, quando a Federação Internacional de Judô implementou o Circuito Mundial e a Copa Jigoro Kano foi agregada a ele com o nome de Grand Slam de Tóquio.

Nessa era moderna do evento, diversos brasileiros subiram ao pódio, como Tiago Camilo, Leandro Guilheiro, Charles Chibana, Victor Penalber, Felipe Kitadai, Luciano Corrêa, David Moura, Rafael Silva, Sarah Menezes, Érika Miranda, Rafaela Silva, Maria Portela, Mayra Aguiar, Maria Suelen Altheman, Beatriz Souza. Desses, quem chegou mais perto do título foi Rafael Silva “Baby”, que teve duas oportunidades de entrar para a história.

“Eu tive a chance de fazer duas finais. Fiquei com a prata nas duas. Ganhei de alguns japoneses nesse percurso e uma final foi com o coreano com quem disputei medalha em Londres 2012. Fiz um bronze também “, enumera Baby, que antecipou sua chegada ao Japão e está se preparando na prestigiada Universidade de Tokai ao longo dessa semana de olho em mais uma nova oportunidade de buscar esse ouro inédito na era moderna.

“É uma competição que, para todo judoca, é muito legal, muito inspiradora. A torcida é bem acolhedora, eles torcem pelo judô. Pelo Japão, é claro, mas quem apresenta um bom judô eles vão acompanhando também. É de um nível técnico muito alto e, para a gente, a questão da distância, do fuso-horário é um agravante. Para alguém que é de fora conquistar uma medalha no Grand Slam de Tóquio é uma grande honra por todos esses fatores. Por ser o lugar onde começou o judô, pela dificuldade na chave de cruzar com, no mínimo, dois japoneses. Antigamente, todos os medalhistas mundiais eram convidados para participar com despesas pagas pela organização. Isso não acontece mais, mas o nível técnico ainda é muito alto”, completou o peso-pesado do Brasil.

Mais recentemente, o último pódio do país na competição foi o bronze de Beatriz Souza (+78kg), em 2019. Em 2020 e 2021 não houve competição e, em 2022, o Brasil levou apenas quatro atletas, que não avançaram nas chaves.

Programa de suporte ao jovem atleta

Além de convocar o seu grupo de atletas, denominado pela própria CBJ como Elite, seguindo os critérios de investimento adequado, a CBJ levará à Tóquio também outros três judocas da seleção júnior (sub 21) por meio do programa de Suporte ao Jovem Atleta do Comitê Olímpico do Brasil (COB) em parceria com a CBJ.

Assim, Michel Augusto (60kg), de 19 anos, e Kaillany Cardoso (70kg), também de 19 anos, foram convocados para competir o Grand Slam e participar do Treinamento de Campo no Instituto Kodokan posteriormente à competição. Mais nova, Bianca Reis (57kg), de 18 anos, foi convocada para participar apenas do treinamento.

Brasil no Grand Slam de Tóquio

52kg – Larissa Pimenta (Esporte Clube Pinheiros/FPJ)
52kg – Jéssica Pereira (Instituto Reação/FJERJ)
57kg – Jéssica Lima (Sogipa/FGJ)
57kg – Rafaela Silva (Clube de Regatas Flamengo/FJERJ)
63kg – Ketleyn Quadros (Sogipa/FGJ)
70kg – Kaillany Cardoso (Minas Tênis Clube/FMJ)
78kg – Mayra Aguiar (Sogipa/FGJ)
+78kg – Beatriz Souza (Esporte Clube Pinheiros/FPJ)

60kg – Michel Augusto (SESI-SP/FPJ)
66kg – Willian Lima (Esporte Clube Pinheiros/FPJ)
81kg – Guilherme Schimidt (Minas Tênis Clube/FMJ)
90kg – Rafael Macedo (Sogipa/FGJ)
100kg – Leonardo Gonçalves (Sogipa/FGJ)
100kg – Rafael Buzacarini (Esporte Clube Pinheiros/FPJ)
+100kg – Rafael Silva (Esporte Clube Pinheiros/FPJ)

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