Seleção brasileira fica sem pódio no Campeonato Mundial de Judô Sênior de Abu Dhabi

Gabriel Falcão do Instituto Reação/FJERJ caiu para o egípcio Abdelrahman Egyabdelghany no primeiro combate e voltou para casa © Di Feliciantonio Emanuele

Com um quinto lugar e dois sétimos, Brasil fica na 26ª colocação e amarga um dos piores resultados da história na principal competição do world tour da FIJ.

Por Paulo Pinto / Global Sports
24 de maio de 2024 / Curitiba (PR)

A disputa por equipes mistas fechou a participação brasileira no Campeonato Mundial de Judô sênior, realizado em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. O time verde e amarelo, eliminado no primeiro confronto diante do Uzbequistão pelo placar de 4 a 2, registrou, quiçá, a pior campanha do Brasil em mundiais.

Na edição de 2007, por exemplo, o Brasil conquistou três medalhas de ouro com João Derly (RS), Tiago Camilo (SP) e Luciano Correa (MG), numa época na qual o judô tupiniquim ainda se alicerçava na escola japonesa e só eram convocados os melhores judocas do País. Ambas as condições foram paulatinamente sufocadas e mudadas por Ney Wilson Pereira da Silva, atual diretor de Esportes de Alta Performance do Comitê Olímpico do Brasil e ex-gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), cargo no qual se perpetuou por mais de duas décadas, alterando drasticamente o perfil dos judocas do alto rendimento do Brasil.

Hoje, até mesmo o World Ranking List (WRL) da Federação Internacional de Judô (FIJ) é desobedecido pelos gestores da CBJ, quando lhes é conveniente. Sem contar que somente são convocados atletas filiados pelos principais clubes do País.

Esta edição do mundial contou com a participação de 658 atletas de 107 países, e após cinco dias de disputas o quadro geral de medalhas mostra o Japão em primeiro lugar com nove medalhas, sendo três de ouro, duas de prata e quatro de bronze. A Geórgia foi vice-campeã geral totalizando quatro medalhas, sendo dois ouros, uma prata e um bronze. A Coreia do Sul obteve cinco medalhas, sendo duas de ouro e três de bronze. CLIQUE AQUI e acesse o quadro geral de medalhas.

Canadá 10º colocado

A melhor seleção das Américas foi a do Canadá. Com duas medalhas de prata e uma de bronze, terminou a competição na décima colocação. Cuba, outra ex-potência do judô pan-americano, finalizou a disputa na 27ª colocação e, assim como o Brasil, sem ter conquistado nenhuma medalha.

Fomos ao Campeonato Mundial de Abu Dhabi com 18 atletas e uma comissão técnica formada por nove profissionais especialistas que, em dissonância com o trabalho realizado anteriormente, não conseguiram conduzir um atleta sequer ao pódio.

Antes do início da competição o Brasil já havia classificado dez judocas para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. O mundial de Abu Dhabi foi a última chance para classificar judocas nas quatro categorias em que o Brasil estava sem representantes: 48kg, 63kg, 70kg e 60kg. Segundo a CBJ, mesmo não medalhando, o peso ligeiro Michel Augusto (Sesi-SP/FPJ) fez boa campanha e garantiu, matematicamente, sua classificação para Paris. Com isso a seleção brasileira vai aos Jogos Olímpicos com 11 atletas, o que também constitui a menor seleção do Brasil nas últimas edições dos jogos.

Como já estamos cansados de falar, o resultado em Abu Dhabi e a quantidade de atletas classificados para os Jogos de Paris 2024 refletem o tamanho exato da atual gestão da Confederação Brasileira de Judô.

CAMPEÕES MUNDIAIS SÊNIOR
João Derly: 2005, 2007
Tiago Camilo: 2007
Luciano Correa: 2005, 2007
Rafaela Silva: 2013, 2022
Mayra Aguiar: 2014, 2017

VICE-CAMPEÕES MUNDIAIS SÊNIOR
Aurélio Miguel: 1993, 1997
Mayra Aguiar: 2010
Leandro Guilheiro: 2010
Leandro Cunha: 2010, 2011
Rafaela Silva: 2011
Érika Miranda: 2013
Maria Suelen Altheman: 2013, 2014
Rafael Silva: 2013
David Moura: 2017
Beatriz Souza: 2022

TOTAL DE 54 MEDALHAS: 9 OUROS / 13 PRATAS / 32 BRONZES

Brasil em Abu Dhabi

SELEÇÃO FEMININA
48kg — Amanda Lima (Minas Tênis Clube/FMJ)
48kg — Natasha Ferreira (Sociedade Morgenau/F.PR.JUDÔ)
52kg — Larissa Pimenta (E.C. Pinheiros/FPJ)
57kg — Jéssica Lima (Sogipa/FGJ)
63kg — Ketleyn Quadros (Sogipa/FGJ)
63kg — Nauana Silva (E.C. Pinheiros/FPJ)
70kg — Ellen Froner (E.C. Pinheiros/FPJ)
70kg — Luana Carvalho (Umbra-Vasco da Gama/FJERJ)
+78kg — Beatriz Souza (E.C. Pinheiros/FPJ)

SELEÇÃO MASCULINA
60kg — Michel Augusto (Sesi-SP/FPJ)
66kg — Willian Lima (E.C. Pinheiros/FPJ)
73kg — Daniel Cargnin (Sogipa/FGJ)
81kg — Gabriel Falcão (Instituto Reação/FJERJ)
81kg — Guilherme Schimidt (Minas Tênis C./FMJ)
90kg — Marcelo Gomes (C.R. Flamengo/FJERJ)
90kg — Rafael Macedo (Sogipa/FGJ)
100kg — Leonardo Gonçalves (Sogipa/FGJ)
100kg — Rafael Buzacarini (E.C. Pinheiros/FPJ)

EQUIPE MISTA
57kg — Jéssica Lima (Sogipa/FGJ)
70kg — Ellen Froner (E.C. Pinheiros/FPJ)
70kg — Luana Carvalho (Umbra-Vasco /FJERJ)
+78kg — Giovanna Santos (C.R. Flamengo/FJERJ)
73kg — Michael Marcelino (Sesi-SP/FPJ)
90kg — Marcelo Gomes (C.R. Flamengo/FJERJ)
90kg — Rafael Macedo (Sogipa/FGJ)
+90kg — Leonardo Gonçalves (Sogipa/FGJ)
+90kg — Rafael Buzacarini (E.C. Pinheiros/FPJ)

COMISSÃO TÉCNICA
Marcelo Theotônio – Chefe de delegação
Maicon Maia – Subchefe de delegação
Antônio Carlos Pereira – Treinador do masculino
Andrea Berti – Treinadora do feminino
Sarah Menezes – Treinadora seleção feminina
Guilherme Garofo – Médico
Agatha Pascoalino – Fisioterapeuta
Ricardo Amadei – Fisioterapeuta
Lara Monsores – Assessora de comunicação

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