Brasil conquista cinco medalhas no Grand Prix da Inglaterra e termina a disputa na quarta colocação

A campeã paralímpica Lenia Ruvalcaba do México e a campeã mundial brasileira Alana Maldonado se enfrentaram mais uma vez na final do peso médio, para dar aos torcedores um gostinho da ação que virá em Tóquio 2020 © CPB

Com o ouro de Lúcia Araújo (57kg), as pratas de Alana Maldonado (70kg) e Meg Emmerich (+70 kg) e os bronzes de Rebeca Silva (+70kg) e Wilians Araújo (+100kg) Brasil desponta como uma das principais forças do judô paralímpico mundial

Fonte imp@cpb.org.br
26 de junho de 2021 / Curitiba (PR)

A Seleção Brasileira de judô paralímpico encerrou a participação no IBSA Grand Prix de Warwick em grande estilo, na Inglaterra. No domingo (20), último dia de disputa, o País foi quatro vezes ao pódio graças às conquistas de Alana Maldonado (70kg) e Meg Emmerich (+70 kg), que ficaram com a prata, e Rebeca Silva (+ 70kg) e Wilians Araújo (+100kg), que faturaram o bronze. Tais resultados somados ao ouro de Lúcia Araújo (57kg) conquistado no dia anterior fizeram o Brasil terminar o evento com cinco medalhas ao todo e na quarta colocação geral do Grand Prix de Warwick.

Alana Maldonado exibe a medalha de prata conquistada na Inglaterra © CBDV

Assim, a Seleção finalizou sua turnê europeia, que já dura mais de um mês e havia passado pelo Azerbaijão anteriormente, com dez medalhas na bagagem. O foco total a partir de agora serão as fases de treinamento restantes até a disputa dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, em agosto.

“Foram duas competições muito importantes depois de mais de um ano sem lutar. Na primeira, em Baku, cheguei à final e conquistei o ouro. Aqui na Inglaterra fico com a prata. Agora é focar, ajustar e chegar em Tóquio para ser campeã paralímpica”, disse Alana, derrotada na final do GP britânico pela mexicana Lenia Ruvalcaba Alvarez. Antes, ela havia passado por três oponentes: a uruguaia Mariana Mederos – mesma rival que vencera na estreia em Baku –, a croata Lucija Breskovic, Lucija e Ina Kaldani, da Geórgia.

Lúcia Araújo exibe a medalha de ouro conquistada na Inglaterra © CBDV

“Senti que ainda tenho algumas coisinhas a melhorar. Me sinto preparada para Tóquio, mas há pequenos detalhes para corrigir”, analisou Meg, que perdeu para a italiana Carolina Costa, a mesma oponente da decisão em Baku, quando a brasileira levou a melhor. Aliás, os caminhos de Meg nos dois Grand Prix foram exatamente os mesmos: vitórias nas respectivas estreias sobre a americana Katie Davis e, nas semifinais, diante da conterrânea Rebeca Silva. Beca, por sinal, repetiu o feito do Azerbaijão e conseguiu o bronze depois de bater a ucraniana Anastasiia Harnyk. “Sinto que meu ciclo foi muito bom”, falou a atleta de 20 anos, a caçula desta seleção.

“Só eu sei o que passei para estar aqui, a minha família, minha esposa. A perda do meu pai foi um ippon que a vida me deu. Essa medalha aqui é para ele. Foi um ciclo conturbado, com duas cirurgias. Só pude participar de quatro competições das sete que valiam pontos para Tóquio. E saio daqui classificado. Para mim, é uma vitória muito grande”, disse Wilians, bastante emocionado depois do bronze conquistado graças a um lindo ippon sobre o atleta da casa Jack Hodgson, já chamado golden score. Wilians perdeu o pai, Severino, no ano passado.

Nas quartas de final a paranaense Meg Emmerich venceu a norte-americana Katie Davis © IBSA

Sábado dourado

Dona de duas medalhas de prata obtidas nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016 e Londres 2012, a paulista Lúcia Araújo, que completou 40 anos nesta semana, mostrou estar mais do que preparada para buscar o terceiro pódio olímpico em Tóquio, que começarão em agosto.

Na decisão pelo ouro, ela derrotou a argentina Laura González no golden score. A oponente tem sido uma rival constante, que levou a melhor em todos os encontros dos últimos anos. As duas se enfrentaram na final do último Parapan, em Lima 2019, e no GP de Baku, disputado em maio, no Azerbaijão – ocasião em que a brasileira faturou a medalha de bronze.

“A felicidade já não cabe no peito. Vou voltar ao Brasil com um ouro e um bronze, estou vendo que o trabalho vem sendo muito bem-feito em todos os sentidos. De todos esses meus anos de seleção, nunca me senti tão preparada como estou agora”, disse a atleta do Cesec-SP, já projetando os Jogos Paralímpicos em Tóquio.

Mais Brasil

Última disputa qualificatória para Tóquio, o GP de Warwick acabou não sendo tão bom para os demais judocas que lutaram no primeiro dia de competição. Giulia Pereira (48kg), Karla Cardoso (52kg) e Thiego Marques (60kg) até conseguiram disputar o bronze, mas perderam suas respectivas lutas e ficaram fora do pódio. Maria Núbea Lins (52kg) e Luan Pimentel (73kg) foram derrotados nas estreias e ainda viram seus algozes ficarem pelo caminho no torneio, o que impediu os brasileiros de avançarem nas chaves.

Os demais brasileiros que lutaram no domingo e não medalharam são: Antônio Tenório (100kg), o multicampeão que ainda busca sua melhor forma após longa recuperação contra a covid-19, estreou perdendo para Kanan Abdullakhanli, do Azerbaijão, no peso meio-pesado.

Entre os pesos médios, Arthur Silva venceu na estreia Lasha Kizilashvili, da Geórgia, mas perdeu em seguida para o atleta da casa Elliot Stewart. Na categoria (81kg), Harlley Arruda ganhou do uzbeque Abylay Adilbekov em seu primeiro combate, porém, não passou pelo sul-coreano Jung Min Lee, terceiro melhor do mundo, no outro desafio.

Quadro de medalhas