Pesos-pesados Baby e Bia põem o Brasil em duas finais do Grand Slam de Judô de Tel Aviv

Judocas do Esporte Clube Pinheiros exibem grande desempenho em Israel e encerram a disputa na segunda colocação do ranking mundial

Fonte Redação do GE
20 de fevereiro de 2022 / Curitiba (PR)

A seleção brasileira de judô encerrou sua participação no Grand Slam de Judô de Tel Aviv, em Israel, com dois pódios neste sábado. As duas medalhas de prata ficaram por conta dos pesos-pesados Rafael Silva, o Baby, e Beatriz Souza. Os dois são vice-líderes do ranking mundial em suas categorias. Além deles, Rafaela Silva terminou a competição em 5º lugar, e Vinícius Panini, Thayane Lemos e Camila Yamakawa na 7ª colocação.

Principal cabeça de chave do torneio, Baby, de 34 anos, entrou no tatame como favorito. E não decepcionou. Passou pelo alemão Losseni Kone e pelo cubano Andy Granda. Na semifinal, derrotou o georgiano Onise Bughadze para avançar à decisão.

Rafael Silva e o georgiano Guram Tushishvili disputam a final em Tel Aviv © Di Feliciantonio Emanuele

A disputa do ouro tinha pela frente o georgiano Guram Tushishvili, vice-campeão olímpico e que tinha uma ampla vantagem no histórico contra o brasileiro: 5 a 0. Baby tentou atacar, levou o duelo para o golden score, mas acabou sofrendo, mais uma vez, com o excesso de punições. Com isso, Tushishvili conquistou a sexta vitória sobre Baby e ficou com o ouro. Os bronzes foram para Temur Rakhimov , do Tajiquistão, e para Stephan Hegyi, da Áustria.

Bia precisou de duas lutas para marcar a final entre as número 1 e 2 do mundo dos pesos-pesados na atualidade. Venceu a cazaque Nazgul Maratova na estreia e, na semifinal, a israelense Raz Hershko – ambos os combates por ippon. Na decisão, pela frente a francesa Romane Dicko, líder do ranking mundial e bronze em Tóquio.

A brasileira até começou bem, atacando, mas parando na força da rival. A francesa também tentava de tudo, mas Bia se defendia bem. Até que Dicko, depois de uma entrada frustrada em pé, conseguiu imobilizar e vencer no solo. Os bronzes ficaram com Julia Tolofua, da França, e Raz Hershko, de Israel.

Outros brasileiros

No primeiro dia de disputas em Tel Aviv, a campeã olímpica Rafaela Silva perdeu a disputa do terceiro lugar e terminou em 5º lugar. Na mesma categoria, leve (57kg), Thayane Lemos caiu na repescagem e ficou em 7º.

Beatriz Souza (BRA), Romane Dicko (FRA), Hershko Raz (ISR) e Julia Tolofua (FRA), o pódio das pesos-pesados do feminino © Sabau Gabriela

No meio-médio masculino (81kg), Vinicius Panini também parou na repescagem e terminou em 7º lugar. Assim como a pesado Camila Yamakawa, que perdeu para a francesa medalha de ouro Romane Dicko.

Natasha Ferreira, Tamires Crude, Ketleyn Quadros, Luana Carvalho, Ryan Conceição, Eric Takabatake, William Lima, Jeferson Santos, Marcelo Gomes, William Junior e João Cesarino não avançaram em suas respectivas chaves.

Grata surpresa

A grande surpresa de Tel Aviv foi o excelente desempenho da dupla de técnicos que aos poucos está impondo um novo padrão de comando na seleção brasileira.

Sarah Menezes, a primeira campeã olímpica de judô do Brasil assumiu o comando da equipe feminina este ano e já está mostrando bons resultados, muita segurança e desenvoltura à frente do selecionado feminino.

Rafael Silva (BRA), Guram Tushishvili (GEO), Stephan Hegyi (AUT) e Temur Rakhimov (TJK), o pódio dos pesos-pesados do masculino © Gabriela Sabau

No masculino, o professor Antônio Carlos Pereira, o Kiko, técnico brasileiro recordista na conquista de medalhas olímpicas no judô, já impôs outro ritmo no time masculino e o desempenho do peso pesado vice-campeão em Tel Aviv mostrou claramente que o técnico gaúcho já assumiu o controle e mudou o panorama na comissão técnica verde e amarela.

O próximo desafio da seleção brasileira de judô será entre 25 e 27 de março, no Grand Slam de Tbilisi, na Geórgia, um país na interseção da Europa com a Ásia.